O caudilho venezuelano Hugo Chávez aposta todas as suas fichas no referendo deste domingo para aprovar a reeleição sem limites do presidente da Venezuela. Ele pretende ficar no poder até 2030 para levar adiante sua revolução bolivarista.
Para atingir seu objetivo, Chávez usou a máquina do Estado e mobilizou os beneficiários pelos programas sociais de seu governo, as missões, proibiu manifestações e intimidou a oposição.
Talvez o caudilho tenha calculado que este seria o melhor momento para colocar seu futuro em votação, antes que a crise econômica global, que derrubou o preço do barril de petróleo de US$ 147,50 para pouco mais de US$ 40 abale as finanças do Estado venezuelano, atrapalhando seu nacionalismo energético.
Chávez já está negociando com grandes empresas petrolíferas transnacionais. Muitas tiveram seus negócios expropriados na Venezuela ou foram obrigadas a fazer contratos dando maioria de 60% à companha estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PdVSA). Agora, estão sendo convocadas porque o país precisa de investimento estrangeiro para explorar novos campos e aumentar a produção.
A Venezuela enfrenta ainda uma inflação de 30% ao ano, tem problemas de desabastecimento e o maior índice de homicídios da América Latina.
É neste cenário que o presidente busca a reeleição ilimitada - e as pesquisas indicam que deve conseguir.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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