Com o fracasso dos Estados Unidos no combate à doença do coronavírus de 2019, surgida na China, este país deve se tornar a maior economia do mundo pelo valor nominal em dólares do produto interno bruto em 2028, cinco anos antes do esperado anteriormente, previu hoje o Centro para Pesquisas Econômicas e de Negócios da Índia.
As duas maiores economias do mundo estão a caminho de trocar de posição, enquanto a Índia avança para se tornar a terceira maior. A pandemia começou na China, com o caso mais antigo rastreado até 17 de novembro, mas o país se recuperou rapidamente, a julgar pelas estatísticas oficiais do regime comunista, nem sempre confiáveis. Neste ritmo, a China deve se tornar uma economia de alta renda em 2023.
No mês passado, o ditador Xi Jinping declarou ser "inteiramente possível" que a China dobre seu PIB até 2035 com o novo plano quinquenal aprovado pelo governo. A meta é chegar ao "socialismo moderno" com "características chinesas" em 15 anos.
Com o declínio do comunismo como ideologia depois das revoluções democráticas na Europa Oriental e da queda do Muro de Berlim, em 1989, e o fim da União Soviética, em 1991, é o crescimento econômico que legitima a manutenção da ditadura de partido único na China.
O grande temor dos dirigentes é uma abertura democrática como a promovida pelo líder soviético Mikhail Gorbachev, considerado um "líder fraco", por Xi, a partir de 1985, e o caos econômico na Rússia pós-comunista durante o governo Boris Yeltsin (1991-99).
Esta é a justificativa de Xi para reinstaurar uma ditadura personalista e se tornar um novo imperador, acabando com a direção colegiada e o limite de dois mandatos de cinco anos para secretário-geral do PC e presidente da China criados por Deng Xiaoping para administrar a luta pelo poder na cúpula do partido.
Mais cedo ou mais tarde, a crise econômica vai chegar. Aí, a classe média em vai deverá questionar o monopólio de poder do PC e a legitimidade de um governo assentado sobre a força das armas do Exército Popular de Libertação.
A década que começa na próxima semana será o momento decisivo da transição hegemônica entre EIA e Rússia, com grande risco de guerra. O projeto Armadilha de Tucídides, do professor Graham Alisson, da Universidade de Harvard, nos EUA, identificou 16 transições hegemônicas a partir do século 15, quando começou a expansão colonial marítima da Europa. Em 12 casos, houve guerra.
O grande desafio das relações internacionais nas próximas décadas será administrar as relações entre a superpotência ascendente e a superpotência em declínio. O conflito vai muito além da guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump. É uma confrontação estratégica, econômica, científica, tecnológica e militar pela supremacia mundial.
Há vários focos de tensão nas relações com os EUA que estarão em pauta no governo Joe Biden:
• as disputas territoriais com os países vizinhos no Mar do Sul da China;
• a questão de Taiwan, que o regime comunista considera uma província rebelde e ameaça invadir;
• o fim da fórmula "um país, dois sistemas", que prometia manter as liberdades democráticas em Hong Kong pelo menos até 2047, com a imposição de uma Lei de Segurança Nacional;
• a concorrência tecnológica em torno da tecnologia de comunicação móvel de quinta geração (5G);
• e as violações dos direitos humanos em toda a China, e especialmente no Tibete e dos muçulmanos uigures na província de Xinjiang, no Noroeste do país.
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