Depois de meses de divergências, os líderes dos dois partidos representados no Congresso dos Estados Unidos chegaram um acordo para aprovar um pacote de US$ 900 bilhões (R$ 4,574 trilhões) de estímulo à recuperação da maior economia do mundo e fortalecer o sistema de saúde no momento mais crítico da pandemia do coronavírus de 2019.
A proposta inclui nova ajuda federal aos lares americanos, às pequenas empresas e aos serviços de saúde, e para financiar o governo até 30 de setembro, quando termina o atual ano fiscal.
"Finalmente, temos o consenso bipartidário que o país precisa", declarou o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell. A presidente da Câmara dos Representantes, a deputada democrata, Nancy Pelosi, e o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, descreveram o plano como "um pacote que dá os fundos necessários urgentemente para salvar vidas e os meios de subsistência do povo americano quando a pandemia se acelera." Mas o consideram insuficiente. Prometam aprovar novos gastos para o futuro governo Joe Biden, que toma posse em 20 de janeiro.
O projeto é o segundo maior plano de alívio econômico da história dos EUA. Deve ser aprovado nesta segunda-feira.
Em março, o Congresso aprovou a Lei dos Cuidados, de US$ 2,2 trilhões (R$ 11,18 trilhões), para ajudar os cidadãos e as empresas a enfrentar a covid-19. Depois, os democratas aprovaram na Câmara gastos de mais US$ 2,4 trilhões (R$ 12,2 trilhões), mas a proposta empacou no Senado, onde os republicanos consideravam desnecessário mais estímulo.
Por causa desta resistência dos republicanos e do governo Donald Trump, a proposta exclui ajuda a estados e municípios, sobrecarregados com as despesas extras da pandemia. O presidente alegou que não daria dinheiro a governantes democratas. Com a derrota na eleição de 3 de novembro, que não aceitou, Trump manobra claramente para negar fundos ao governo Biden e no futuro acusar o presidente eleito de incompetência e de fazer um governo pior do que o seu.
Cada adulto e criança com renda anual de até US$ 75 mil (R$ 381 mil) vai receber uma ajuda direta de US$ 600 (R$ 3.049). O programa de proteção a pequenas empresas vai dar empréstimos de US$ 284 bilhões (R$ 1,443 trilhão), doações de US$ 20 bilhões (R$ 101,6 bilhões) a pequenas empresas e US$ 15 bilhões (R$ 76,23 bilhões) a cinemas, teatros e instituições culturais. Os desempregados vão receber US$ 300 (R$ 1.524) por semana de ajuda suplementar. Este benefício começa em 27 de dezembro e vai até 14 de março.
Outros US$ 25 bilhões (R$ 127 bilhões) serão destinados a inquilinos com dificuldade de pagar o aluguel, que não poderão ser despejados até 31 de janeiro, US$ 13 bilhões (R$ 66 bilhões) a ajuda alimentar e US$ 45 bilhões (R$ 228,68 bilhões) para o setor transportes, inclusive US$ 15 bilhões (R$ 76,23 bilhões) para as companhias aéreas arcarem com os custos das folhas de pagamento. As escolas e universidades levam US$ 82 bilhões (R$ 416,7 bilhões).
O pacote aprovado em março dava uma ajuda suplementar de US$ 600 (R$ 3.049) por semana aos desempregados, mas acabou no fim de julho. Pelo menos 20,6 milhões de trabalhadores recebem algum tipo de auxílio-desemprego hoje nos EUA.
Mais US$ 20 bilhões (R$ 101,6 bilhões) serão destinados à compra de vacinas para "tornar as vacinas disponíveis de graça para quem precisar", US$ 8 bilhões (R$ 40,65 bilhões) para a distribuição de vacinas e US$ 20 bilhões (R$ 101,6 bilhões) para ajudar os estados a realizar testes de covid-19.
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