Depois de três anos, a Irlanda vai sair da crise indo diretamente ao mercado vender títulos para voltar a refinanciar sua dívida interna sem a necessidade de uma linha de crédito da União Europeia, anunciou hoje o primeiro-ministro Enda Kenny.
"Vamos sair do programa de resgate numa posição forte", declarou o taoiseach no Parlamento da Irlanda (Dáil Éireann). "Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas claramente estamos nos movendo na direção correta".
O ministro das Finanças, Michael Noonan esperar levantar 6 a 10 bilhões de euros no mercado em 2014 e espera que sejam suficientes para cobrar as necessidades de financiamento do governo irlandês.
A Irlanda era chamada de tigre europeu por causa de suas elevadas taxas de crescimento e baixa carga fiscal, que atraiu empresas e profissionais de vários países, ajudando a criar no país um polo de alta tecnologia. Isso gerou especulação imobiliária e a formação de uma bolha que estourou depois do agravamento da crise mundial com o colapso do banco de investimentos americano Lehman Brothers, em setembro de 2008.
Com o sistema financeiro do país quebrado por causa das hipotecadas caloteadas, o governo da Irlanda teve de intervir para evitar a total desnacionalização dos bancos irlandeses. Isso elevou o déficit orçamentário do país para 32% do produto interno bruto.
O país quebrou. Em 2010, a Irlanda foi obrigada a pedir empréstimos de emergência de 67,5 bilhões de euros à UE e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Agora, pretende sair do programa sem recorrer a uma linha de crédito especial criada para amenizar a saída da crise.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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