quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Direita radical ganha primárias republicanas

NOVA YORK - Os candidatos radicais de direita, apoiados pelo movimento Festa do Chá, pelo senador ultrarreacionário John DeMint e pela ex-candidata a vice-presidente dos Estados Unidos Sarah Palin, ganharam as eleições primárias mais importantes do Partido Republicano para escolha dos candidatos às eleições intermediárias de 2 de novembro em sete estados.

A maioria dos derrotados é de republicanos que tentaram negociar e trabalhar junto com o Partido Democrata, o que é necessário para enfrentar problemas sérios, como a dívida pública, que já passa de US$ 13 trilhões.

Em Nova York, o ex-deputado Rick Lazio, que disputou a eleição para o Senado contra Hillary Clinton, foi derrotado por Carl Paladino, um empresário conservador da cidade de Búfalo até há pouco desconhecido politicamente, na disputa pela candidatura a governador. Seu adversário democrata será o procurador-geral Andrew Cuomo.

Em Delaware, a consultora de marketing Christine O'Donnell derrotou o deputado Mike Castle e vai disputar uma vaga no Senado, mas os democratas juram que ela não tem a menor chance. Uma sorridente O'Donnell afirmou há pouco, em entrevista à rede de TV CNN. que sua vitória é uma questão de princípios.

Esses resultados representam uma forte guinada significativa para a direita que fortalece a chance de reeleição do presidente Barack Obama ao empurrar a oposição republicana ainda mais para a direita.

A realidade é que os brancos racistas nunca engoliram a vitória do presidente negro e usam todo o tipo de baixaria para acusá-lo. Acusam Obama de ser muçulmano e socialista, de não ter nascido nos EUA, de ser anti-israelense, de enfraquecer o país e de ajudar o Irã a fazer a bomba atômica.

É uma pregação nojenta, reforçada toda hora pelas tiradas irracionais mas de forte apelo emocional de Sarah Palin. Durante a campanha de 2008, Palin insinuava que Obama não parece americano. Agora, fala em resgatar os EUA, "tomar o país de volta, como se ele tivesse sido sequestrado por ideias e seres alienígenas.

Um dos últimos ataques partiu do ex-presidente da Câmara Newt Gingrich, uma das figuras mais ignorantes em política externa da direita republicana e eterno aspirante à Casa Branca, que descreveu a ideologia de Obama como "o anticolonialismo africano", já que seu pai era da tribo luo, no Quênia.

Ao que parece, o eleitorado republicano rejeita mais seus representantes em Washington do que os independentes.

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