A Comissão Europeia abriu hoje um "procedimento de infração" contra a França por causa da expulsão de mais de 8 mil ciganos desde o início do ano pelo presidente Nicolas Sarkozy, dando prazo até meados de outubro para que o governo francês volte a respeitar o direito de ir e vir previsto nos tratados da União Europeia.
Como os ciganos são cidadãos da Bulgária e da Romênia, os dois membros mais novos da UE, eles têm o direito de ir para a França ou qualquer outro dos 27 países do bloco europeu.
Na França, há uma lei que exige que o cidadão europeu prove depois de três meses que têm moradia, emprego e renda para ter residência permanente no país.
Sarkozy se valeu disso para expulsar os ciganos dentro de sua campanha contra a criminalidade e a imigração ilegal. Em julho, mandou fechar todos os acampamentos de ciganos e expulsar quem estivesse neles.
É uma tentativa de retomar a iniciativa política, já que a crise econômica, a reforma da previdência e os cortes orçamentários não lhe dão popularidade.
Para a revista americana Newsweek, Sarkozy é a face da nova extrema direita na Europa.
"Como guardiã dos tratados, a Comissão Europeia precisa garantir que a legislação europeia seja aplicada e respeitada por todos os países-membros, grandes ou pequenos", declarou a comissária de Justiça e vice-presidente da CE, a luxemburguesa Viviane Reding.
Por enquanto, não será aberto processo por discriminação. A comissária promete acompanhar o comportamento da França nas próximas semanas.
Com a queda na popularidade de Sarkozy, o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, já se prepara para deixar o cargo em Washington e voltar à França para disputar a candidatura do Partido Socialista à presidência, em 2012, com Martine Aubry e Ségolène Royal.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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