quarta-feira, 29 de setembro de 2010

UE dá ultimato à França sobre ciganos

A Comissão Europeia abriu hoje um "procedimento de infração" contra a França por causa da expulsão de mais de 8 mil ciganos desde o início do ano pelo presidente Nicolas Sarkozy, dando prazo até meados de outubro para que o governo francês volte a respeitar o direito de ir e vir previsto nos tratados da União Europeia.

Como os ciganos são cidadãos da Bulgária e da Romênia, os dois membros mais novos da UE, eles têm o direito de ir para a França ou qualquer outro dos 27 países do bloco europeu.

Na França, há uma lei que exige que o cidadão europeu prove depois de três meses que têm moradia, emprego e renda para ter residência permanente no país.

Sarkozy se valeu disso para expulsar os ciganos dentro de sua campanha contra a criminalidade e a imigração ilegal. Em julho, mandou fechar todos os acampamentos de ciganos e expulsar quem estivesse neles.

É uma tentativa de retomar a iniciativa política, já que a crise econômica, a reforma da previdência e os cortes orçamentários não lhe dão popularidade.

Para a revista americana Newsweek, Sarkozy é a face da nova extrema direita na Europa.

"Como guardiã dos tratados, a Comissão Europeia precisa garantir que a legislação europeia seja aplicada e respeitada por todos os países-membros, grandes ou pequenos", declarou a comissária de Justiça e vice-presidente da CE, a luxemburguesa Viviane Reding.

Por enquanto, não será aberto processo por discriminação. A comissária promete acompanhar o comportamento da França nas próximas semanas.

Com a queda na popularidade de Sarkozy, o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, já se prepara para deixar o cargo em Washington e voltar à França para disputar a candidatura do Partido Socialista à presidência, em 2012, com Martine Aubry e Ségolène Royal.

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