A juíza argentina María José Sarmiento manteve hoje a suspensão de dois decretos da presidente Cristina Kirchner - um demitindo o presidente do Banco central e outro determinando o uso das reservas cambiais do país para pagar dívidas - e tirou a urgência do caso. Assim, o processo só terá solução daqui a uma semana.
Hoje, a presidente insistiu na proposta de usar as reservas para reduzir a dívida, alegando que assim as empresas argentinas terão mais facilidade para obter financiamento externo e a juros menos.
O governo da Argentina quer criar um fundo de US$ 6,5 bilhões para pagar e renegociar dívidas, de modo a melhorar o crédito externo do país. Na semana passada, depois que o presidente do BC, Martín Redrado, se recusou a transferir o dinheiro para o orçamento federa, Cristina Kirchner o demitiu por decreto, gerando uma crise institucional no país.
Como o banco central argentino é independente, o afastamento de seu presidente exige a aprovação do Congresso.
A oposição alega que o governo quer mesmo é mais dinheiro para aumentar os gastos públicos e melhorar suas chances para as eleições de 2011, quando será eleito o sucessor de Cristina. O candidato governista deve ser o ex-presidente Néstor Kirchner, marido de Cristina, que para muita gente é quem manda de fato na Argentina.
O economista Martín Redrado, reconduzido pela Justiça à presidência do BC argentino, declarou hoje ter todas as ferrramentas necessárias para "manter a estabilidade financeira e a previsibilidade cambial durante a crise".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário