Apesar da negativa categórica do presidente Álvaro Uribe de que a libertação de Ingrid Betancourt, três americanos e 11 militares e policiais seqüestrados pelas Forças Revolucionárias da Colômbia (FARC), especialistas em questões militares levantam diversas questões que fortalecem a hipótese de guerrilheiros tenham sido subornados.
As maiores suspeitas recaem sobre a atitude de César, o comandante guerrilheiro encarregado de guardar os reféns. No vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa, ele aparece relaxado e sorridente. Entra no helicóptero antes dos reféns que deveria proteger e senta-se no fundo, quando normalmente, se estivesse no comando de uma operação, ficaria perto da porta.
Também estaria desarmado, por sugestão de um dos agentes disfarçados de membros de uma organização não-governamental européia que estaria prestando ajuda humanitária. Assim, teria se entregado antes da decolagem.
Isso provoca a suspeita de que as FARC tenham sido realmente infiltradas e que César tenha sido subornado. A rádio suíça que noticiou um suposto pagamento de resgate no valor de US$ 20 milhões às FARC disse que a amante de César teria recebido parte do dinheiro.
Pelas observações dos analistas militares, o outro guerrilheiro capturado no helicóptero, Eduardo Gafas, talvez não soubesse do suposto acordo entre César e os agentes secretos colombianos.
A libertação desmoralizou as FARC, que estariam promovendo um grande expurgo interno e uma investigação para descobrir infiltrados. Alguns analistas esperam que tente fazer um grande ataque para fortalecer sua posição em uma negociação de paz que parece cada vez mais inevitável, se ainda tiver forças para isso.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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