segunda-feira, 14 de julho de 2008

Ex-chefe do programa do Irã fala em apartheid nuclear

LONDRES - O chefe do programa nuclear do Irã no governo do xá Reza Pahlevi denunciou hoje aqui as pressões internacionais para impedir que o país desenvolva o ciclo completo da energia atômica de apartheid nuclear.

Em palestra na London School of Economics, promovida pela organização Iranianos pela Paz, o Dr. Akbar Eternad admitiu que o Irã descumpriu obrigações com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e alegou que o estágio de desenvolvimento do programa nuclear iraniano ainda precisa de 10 anos para fazer a bomba. Mas não explicou como um exilado político que não confia no regime de seu país pode ter tanta certeza de que ele não seria irresponsável de posse de armas atômicas.

"O Irã não é uma democracia, mas o Paquistão também não é tem armas nucleares e é aliado dos Estados Unidos", argumentou. "A Arábia Saudita não é uma democracia e é aliada dos EUA."

A palavra apartheid (nome do regime segragacionista que governava a África do Sul até 1884) foi usada em relação ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), de 1968, que cria duas categorias de países, as potências nucleares que tinha a bomba atômica na época e os demais países, que foram proibidos de desenvolver armas nucleares.

Em troca, os países não-nucleares militarmente teriam o direito de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos, alegação usada pelo governo iraniano para se justificar, e as potências nucleares se comprometeram a negociar o totalmente desarmamento nuclear. Isso nunca ocorreu.

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