Depois de 12 anos foragido, o líder da autoproclamada república sérvia da Bósnia-Herzegovina, o psiquiatra Radovan Karadzic, foi preso nesta segunda-feira, 21 de julho de 2008, na Sérvia e deverá ser enviado a Haia, na Holanda, para responder a processo por crimes de guerra e genocídio no Tribunal das Nações Unidas para Crimes de Guerra na Antiga Iugoslávia.
Karadzic é considerado o dirigente sérvio mais importante a fomentar a guerra na Bósnia, depois do ex-líder da Liga Comunista da Iugoslávia e ex-presidente sérvio Slobodan Milosevic, que morreu do coração em 2006, enquanto aguardava julgamento em Haia.
Com o declínio da ideologia comunista, Milosevic apelou para o nacionalismo sérvio para preservar o poder, deflagrando uma onda de violência política e purificação étnica, primeiro para tentar impedir a fragmentação da Iugoslávia e depois para fortalecer a posição da Sérvia.
Em 1991, com base em direito previsto na Constituição da Iugoslávia de 1974, a Croácia e a Eslovênia declararam independência e foram imediatamente atacadas por forças do Exército Federal estacionadas nessas repúblicas. Depois que a sociedade internacional reconheceu suas independência, no final de 1991.
Na Bósnia-Herzegovina, etnicamente dividida entre bósnios (44%), sérvios (31%) e croatas (25%), a guerra foi muito mais violenta, causando mais de 200 mil mortes. Karadzic foi o principal líder político dessa guerra. É acusado diretamente pelo massacre de 8 mil homens após a queda Srebrenica, que estava sob a proteção da ONU, em 11 de julho de 1995.
Denunciado criminalmente, estava em fuga há 12 anos, sob a proteção de algumas autoridades sérvias. O governo do presidente Boris Tadic estava sob pressão da União Européia, com quem negocia adesão, para mandar Karadzic para o tribunal de Haia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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