Sob o protesto da Rússia, os Estados Unidos assinaram hoje um acordo com a República Tcheca para instalar neste país um radar do sistema de defesa antimísseis americano conhecido como Guerra nas Estrelas.
O acordo, firmado no Ministério das Relações Exteriores tcheco, em Praga, pela secretária de Estado, Condoleezza Rice, e o chanceler Karel Schwarzenberger, prevê a construção de um radar nas montanhas de Brdi, em Jince, na região da Boêmia, perto da capital tcheca.
Para justificar a criação de um escudo de defesa antimísseis, Condoleezza Rice citou a crescente ameaça do Irã, que está desenvolvendo capacidade nuclear. Mas como o radar fica na República Tcheca e os EUA queriam colocar interceptadores na Polônia, que ainda faz exigências para participar do programa, parece que a maior ameaça é a Rússia.
Se o escudo fosse prioritariamente contra o Irã, seria instalado na Turquia ou no Sudeste da Europa.
Em Moscou, um analista observou que a rigor não há nada de novo, a não ser a assinatura em si. Ele espera um endurecimento do discurso do governo da Rússia sem maiores conseqüências. O embaixador russo nas Nações Unidas disse que o acordo marca uma mudança de posição estratégica e terá uma resposta à altura.
Na Praça Venceslau, no centro de Praga, milhares de pessoas protestaram contra a adesão do país ao programa Guerra nas Estrelas exigindo a convocação de um plebiscito, que teria o apoio de 76% da população, para decidir se a República Tcheca entra ou não. Um cartaz comparava o presidente americano, George Walker Bush ao ditador nazista Adolf Hitler e ao ditador soviético Leonid Brejnev, que ordenou a invasão da antiga Tcheco-Eslováquia, há 40 anos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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