Diante da insistência da China e da Índia para criação de salvaguardas contra um grande aumento nas importações de alimentos, e da negativa dos Estados Unidos de reabrir a negociação, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, anunciou hoje o fracasso da tentativa de salvar a Rodada Doha.
Um dos mais decepcionados foi o ministro das Relações Exteriores, embaixador Celso Amorim, que apostou todas as suas fichas no sucesso das negociações da OMC, na redução do protecionismo agrícola, o que facilitaria as negociações com parceiros comerciais poderosos como os EUA e a União Européia.
A novidade destas negociações é que agora as grandes potências emergentes - China, Índia e Brasil - fazem parte do pequeno grupo que participa das decisões. Na Rodada Uruguai (1986-94), eram apenas quatro: EUA, UE, Canadá e Japão.
A OMC tem 153 países-membros e opera por consenso. Na prática, um grupo de sete países - EUA, Europa, Japão, Austrália, Brasil, China e Índia - conduziu as negociações dos últimos nove dias em Genebra, na Suíça.
É o sinal de uma mudança estrutural no equilíbrio de forças da economia mundial, com a ascensão de grandes potências emergentes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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