terça-feira, 18 de maio de 2010

EUA propõem novas sanções contra o Irã

Os Estados Unidos ignoraram o acordo fechado ontem pelo Brasil, a Turquia e o Irã e apresentaram hoje um anteprojeto de resolução ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para impor novas sanções contra o regime fundamentalista iraniano, que acusam de desenvolver armas nucleares.

Em depoimento na Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, a secretária de Estado, Hillary Clinton, anunciou um acordo com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha em torno do texto do anteprojeto.

À tarde, a embaixadora americana na ONU apresentou a proposta que está sendo discutido pelos 15 maiores países-membros do Conselho de Segurança da ONU. O anteprojeto:
• proíbe a venda de armas pesadas e equipamentos para fabricação de mísseis;
• proíbe o Irã de construir novas instalações militares e de fazer investimentos militares no exterior;
• renova a exigência de que o Irã pare de enriquecer urânio;
• obriga o Irã a cooperar totalmente com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA);
• autoriza a inspeção de navios e aviões com destino ao Irã para impedir o contrabando de equipamentos nucleares.

O embaixador da Rússia declarou que seu governo aprovou a proposta porque "é focada no combate à proliferação nuclear e não causaria prejuízos ao povo iraniano".

A França minimizou a importância do acordo negociado pelo Brasil. Em tom desdenhoso, seu embaixador, Gérard Araud, disse que "o acordo sobre o reator de Teerã", referindo-se à proposta inicialmente aceita pelo Irã em outubro do ano passado e rejeitada logo em seguida, "era para criar confiança. Não era a questão central".

Para o embaixador britânico na ONU, o objetivo principal da quarta rodada de sanções contra a república dos aiatolás é manter a estratégia de pressionar e negociar com o Irã ao mesmo tempo.

O representante do Reino Unido acusou a república islâmica de não receber a comissária europeia de Relações Exteriores, Catherine Ashton.

A China elogiou a iniciativa brasileira, pediu cooperação total do Irã com o regime de inspeções da AIAe disse que o objetivo das sanções é pressionar o Irã a negociar.

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