O Conselho de Ministros da Itália aprovou agora à noite uma série de cortes orçamentários para economizar 24 bilhões de euros nos próximos dois anos, cerca de R$ 56 bilhões, e evitar assim o contágio da crise das dívidas públicas dos países do euro, que começou na Grécia.
Para este ano, o déficit público italiano está estimado em 5,3% do produto interno bruto. Está fora das regras de convergência da união monetária econômica, que limitam o déficit em 3% do PIB. Mas está bem melhor do que os 12,7% da Grécia, 11% da Espanha, 11,5% do Reino Unido e 9,3% de Portugal.
Com os cortes anunciados, a Itália espera reduzir o déficit para 3,9% neste ano e 2,7% em 2010. O primeiro-ministro conservador Silvio Berlusconi não quis aumentar a carga de impostos.
Se as condições se deteriorarem pelo contágio da dívida grega em Portugal e na Espanha, o mercado teme que a Itália tenha dificuldades para financiar sua dívida.
No momento, os títulos da dívida pública da Itália pagam apenas 1 ponto percentual a mais de juros do que papéis de mesmo prazo da dívida da Alemanha. A Grécia precisa pagar cinco vezes mais.
Por isso, o Wall St. Journal estimou anteontem que a Grécia tem 75% de chance de declarar a moratória e renegociar a dívida. Portugal tem 50% de chance.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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