Horas depois de instalar um sistema de defesa proteger de ataques de artilharia, morteiros e foguetes pequenos, os Estados Unidos conseguiram interceptar um foguete disparado contra a embaixada americana no Iraque em 4 de julho, Dia da Independência dos EUA, noticiou o jornal israelense The Jerusalem Post.
O ataque acontece depois de quatro explosões em instalações nucleares do Irã atribuídas a Israel. Sem assumir a responsabilidade, o ministro do Exterior israelense, Gabi Ashkenazi, declarou: "Temos uma política há vários governo de não permitir que o Irã tenha capacidade nuclear.
"Este regime com tais habilidades é uma ameaça existencial a Israel e não podemos permitir que se instale na nossa fronteira norte", observou o ministro, numa referência à presença militar iraniana na Síria. "Fazemos ações que é melhor não comentar."
A República Islâmica e suas milícias aliadas tiveram um papel decisivo para sustentar a ditadura de Bachar Assad na guerra civil síria. Em várias ocasiões, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu considerou inaceitável uma presença militar permanente do Irã na Síria, especialmente numa faixa de até 50 quilômetros de distância da fronteira de Israel.
Uma série de explosões misteriosas ocorreu no Irã desde quinta-feira passada. A primeira foi numa instalação próxima do complexo militar de Parchin. O regime dos aiatolás atribuiu o incidente a uma explosão de gás, mas fotos de satélite revelaram que o alvo foi uma fábrica de mísseis.
No mesmo dia, uma explosão num hospital de Teerã matou 19 pessoas. Na sexta-feira, houve um grande incêndio num prédio da central nuclear de Natanz, a maior instalação de enriquecimento de urânio do Irã. Ontem, houve relatos de outro incêndio perto de uma usina de energia elétrica na região de Ahvaz, no Sul do país, perto da fronteira com o Iraque.
Em entrevista à Rádio do Exército, o vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, tentou desvincular o país das explosões: "Nem todo incidente que transparece no Irã tem de ver conosco. Todos suspeitam de nós todo o tempo, mas nem todo incidente que acontece no Irã necessariamente tem algo a ver conosco."
Gantz, ex-comandante das Forças de Defesa de Israel disputou as últimas eleições contra o primeiro-ministro Netanyahu e formou um governo de coalizão depois de três eleições em que nenhum dos dois conseguiu maioria absoluta.
"Continuamos a agir em todas as frentes para reduzir a possibilidade de que o Irã se torne uma potência nuclear. Um Irã nuclear é uma ameaça ao mundo, à região e a Israel. Faremos todo o possível para evitar que isto aconteça. E faremos todo o possível para impedir o Irã de difundir o terrorismo e distribuir armas, não vou me referir a nenhum caso específico", acrescentou o ministro da Defesa.
A preocupação de Israel não se limita às armas nucleares. O país quer a prorrogação do embargo das Nações Unidas à venda de armas ao Irã além de outubro, o prazo atualmente estabelecido, para impedir a ditadura teocrática iraniana de adquirir sistemas avanços de armamentos.
O ministro do Exterior lembrou que o Irã arma dezenas de milícias no Oriente Médio. A maior de todas é o Hesbolá (Partido de Deus), do Líbano, país que no momento enfrenta uma séria crise econômica, com protestos nas ruas contra a presença da milícia no governo da união nacional.
A Organização de Energia Atômica do Irã confirmou a ocorrência de um incidente na central nuclear de Natanz, alvo em 2010 de um ataque cibernético com o vírus Stuxnet para atrasar o desenvolvimento da bomba atômica iraniana. Na época, o regime iraniano acusou os EUA e Israel. O Stuxnet é considerado um verme por tornar lentos os computadores que infecta.
Oficialmente, o Irã nega estar desenvolvendo armas nucleares, mas retomou várias atividades de seu programa atômico depois que o presidente Donald Trump retirou, em maio de 2018, os EUA do acordo negociado pelo governo Barack Obama, as outras grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU ( China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha.
Em janeiro, um ataque de mísseis americanos matou o general Kassem Suleimani, o mais graduado oficial iraniano, no aeroporto de Bagdá, depois de ataques de milícias xiitas iraquianas financiadas, armadas e treinadas pelo Irã. O general comandava a Força Quods, braço da Guarda Revolucionária Iraniana para ações no exterior, e coordenava mais de 60 milícias xiitas no Oriente Médio.
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