Com 650 milhões de habitantes, 2,7 milhões de casos confirmados e pelo menos 120 mil mortes, a América Latina pode ser o novo centro da pandemia do novo coronavírus, mas não segue a principal orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS): testar, testar, testar.
A manter o atual ritmo de contaminação, o subcontinente pode passar de 400 mil mortes em outubro. Sem testar em massa e fazer uma busca ativa do vírus os países latino-americanos não conseguem mapear a propagação do vírus, isolar os infectados e rastrear quem teve contato com eles para colocá-los em quarentena.
"Enquanto o mundo inteiro faz um grande esforço para conter a pior crise de saúde da história, os países têm de continuar tentando expandir a capacidade de testagem em todas as fases. É vital agora monitorar a evolução da pandemia e, depois de controlá-la, continuar testando durante a reabertura", recomenda o médico brasileiro Jarbas Barbosa, subdiretor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Só a testagem e o rastreamento do vírus permitem identificar as pessoas que precisam ser isoladas para reduzir a velocidade de propagação da covid-19.
Na América Latina, o Chile é o país que faz o maior número de testes por habitante, 60.880 para cada milhão de pessoas, seguido pelo Peru (53.432) e pela Venezuela (49.665), se é possível confiar nas estatísticas da ditadura de Nicolás Maduro. O Brasil está em 19º lugar na região e 111º no mundo em exames.
O Brasil registrou mais 1.111 mortes em 24 horas, recorde para um sábado, e soma 64.365 óbitos. Houve mais 35.035 casos novos notificados hoje, elevando o total de casos confirmados para 1.578.376. É o segundo país em número de casos e de mortes, atrás apenas dos EUA.
No sábado, o Chile superou o Reino Unido para se tornar o sétimo país do mundo em número de casos confirmados, pouco menos de 292 mil. Em mortes, o México é o segundo país da América Latina e quinto do mundo (30.366). O Peru é o terceiro do subcontinente e 10º do mundo (10.412).
Ao todo, o mundo tem 11.386.333 casos confirmados, 533.580 mortes e 6.445.057 pacientes curados. A taxa de mortalidade dos casos encerrados está em 8%. A curva de mortes caiu depois do pico em abril, mas a curva de contaminação continua em alta. Uma explicação possível é que o vírus esteja infectando mais jovens, que têm um prognóstico de cura melhor.
Os EUA lideram com 2.935.770 casos confirmados e 132.318 mortes. Durante a semana, 40 dos 50 estados americanos apresentaram aumento do número diário de infecções, que passou de 50 mil. A Califórnia, o Arizona, o Texas e a Flórida registraram metade dos casos novos.
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