sábado, 2 de dezembro de 2017

Israel bombardeia base militar iraniana na Síria

Com caças-bombardeiros e mísseis terra-terra, as Forças de Defesa de Israel atacaram na noite de sexta-feira para sábado um quartel do Exército da Síria próximo à cidade de Al-Kissua, situada a 13 quilômetros de Damasco. Seria uma base militar do Irã a apenas 50 quilômetros da fronteira sírio-israelense, noticiou o jornal israelense Haaretz citando fontes sírias.

Fortes explosões foram ouvidas em Damasco. Várias áreas da capital síria ficaram sem eletricidade, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição baseada em Londres que monitora a guerra civil na Síria.

O sistema de defesa antiaérea da Síria contra-atacou os aviões israelenses, que lançaram o bombardeio do espaço aéreo do Líbano, informou o canal de notícias Sky News Arabia. A mídia estatal da ditadura de Bachar Assad confirmou o ataque, dizendo que dois mísseis de Israel foram abatidos por mísseis antimísseis da Síria. O regime sírio não comentou oficialmente.

Em 11 de novembro, a televisão pública britânica BBC revelou a instalação de uma base militar do Irã em território sírio, a cerca de 50km da fronteira com Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu que seu país não iria tolerar a presença militar iraniana no país vizinho.

O Irã e milícias aliadas intervém na guerra civil da Síria em apoio à ditadura de Assad, um alauíta (ramo do xiismo) e antigo aliado da república islâmica, que na verdade é uma ditadura teocrática dos aiatolás. Seu silêncio diante do ataque pode indicar uma intenção de não responder abertamente.

Durante uma visita recente do ditador sírio, Bachar Assad, a Sóchi, na Rússia, o presidente russo, Vladimir Putin, intermediou uma negociação entre Síria e Israel. Foi a intervenção militar russa, a partir de 30 de setembro de 2015, que garantiu a vitória ainda incompleta de Assad na guerra civil síria. Desde março de 2011, mais de 450 mil pessoas foram mortas, 5 milhões fugiram da Síria e 7 milhões fugiram de casa mas não do país. Putin tenta, então, articular negociações de paz.

Através do líder russo, Assad prometeu criar uma zona desmilitarizada de 50km do lado sírio da fronteira em troca do apoio ou da indiferença israelense à sua continuidade no poder.

Netanyahu concordou, com uma ressalva: Israel vai continuar combatendo a presença do Irã e da milícia extremista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) na Síria. E hoje reiterou a ameaça, noticou o jornal The Jerusalem Post.

Em entrevista à imprensa saudita em novembro, o comandante das Forças de Defesa de Israel, general Gadi Eizenkot, deixou clara a posição israelense: "Nossa exigência é de uma retirada total do Irã e de suas milícias da Síria. Temos dito abertamente, e também discreta e secretamente, que não aceitaremos a consolidação da posição do Irã na Síria. Não vamos tolerar a presença iraniana. Advertimos a não construir fábricas nem bases militares e não vamos permitir isso."

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