quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Ex-craque do futebol mundial é eleito presidente da Libéria

Único africano a ganhar até hoje o prêmio de melhor jogador de futebol do ano, em 1995, George Weah tem agora um desafio muito maior. Ele foi eleito presidente da Libéria com 61,5% dos votos, no segundo turno, vencendo o atual vice-presidente, Joseph Boakai, anunciou hoje a Comissão Nacional Eleitoral.

Nos gramados, Weah defendeu o Monaco, o Paris Saint-Germain, onde jogou com o brasileiro Raí, e o Milan. Agora, à frente do Congresso pela Mudança Democrática, terá de dirigir um país frágil, arrasado por uma guerra civil brutal encerrada em 2003 e por uma epidemia do vírus ebola em 2014 e 2015.

Quando a epidemia estourou, a Libéria tinha apenas 50 médicos para atender 4,5 milhões de habitantes. Sem ajuda internacional, não teria conseguido suplantar a doença. Mais de 10,6 mil pessoas pegaram o vírus ebola e 4.809 morreram.

A partir de 22 de janeiro, Weah sucede a Elle Johnson Sirleaf, a primeira mulher eleita presidente na África, em 2005, que deixa o cargo manchada por acusações de corrupção e nepotismo. Será a primeira transferência democrática de poder entre dois governos eleitos da história da Libéria.

Este pequeno país fundado por iniciativa de americanos que queriam dar uma chance aos escravos e ex-escravos e descendentes de voltar para a África é um dos países mais pobres do mundo, sem infraestrutura, com uma renda média por habitante de US$ 518 por ano. O conflito entre os americanos de origem liberiana, os congos, 5% da população, e o resto da nação nunca foi resolvido.

Desde que os autóctones tentaram se rebelar contra os congos, dois presidentes foram mortos e o outro está preso e condenado.

O centroavante venceu com o apoio do ex-senhor da guerra e ex-ditador Charles Taylor, condenado a 50 anos de prisão por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. A mulher dele, Jewel Howard Taylor, será vice-presidente. Outro aliado é o comandante guerrilheiro Prince Johnson, que torturou e matou o ex-presidente Samuel Doe diante das câmeras enquanto tomava cerveja.

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