quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Raúl Castro deixa Presidência de Cuba em abril de 2018

É o fim de uma era. O ditador Raúl Castro anunciou ha pouco que deixa em abril de 2018 a Presidência de Cuba. Acaba o domínio absoluto dos irmãos Castro sobre a política cubana, que começou com a vitória da revolução, em 1º de janeiro de 1959, e a ascensão do comandante Fidel Castro ao poder.

Depois de quase 60 anos, sai o ditador, mas não termina a ditadura. O substituto de Raúl será eleito em fevereiro de 2018 pela Assembleia Nacional do Poder Popular, em tese, o "órgão supremo do poder do Estado", com 614 deputados eleitos pelo sistema distrital para mandatos de cinco anos. É totalmente controlada pelo regime comunista. Não há oposição democrática no parlamento em Cuba.

Na prática, a Assembleia prorrogou hoje por dois meses o mandato de Raúl sob a alegação de que o país precisa se recuperar dos danos causados pelo furacão Irma.

O sucessor deve ser o vice-presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez. Quando Raúl Castro foi eleito formalmente pela Assembleia Nacional, em 24 de fevereiro de 2008, prometeu governar por dois mandatos de cinco anos. Já governava Cuba desde 31 de julho de 2006, quando Fidel sofreu uma hemorragia abdominal e se afastou dos cargos que ocupava.

Por iniciativa do presidente Barack Obama, com mediação do Vaticano, durante o governo de Raúl, os Estados Unidos reataram relações diplomáticas com Cuba, rompidas desde 1961, em resposta à estatização de propriedades de americanos na ilha. Na mesma época, o regime cubano se aproximou da União Soviética e aderiu ao comunismo.

O embargo econômico, iniciado com as primeiras medidas em 1960, seria endurecido em fevereiro de 1962. Em 1961, exilados cubanos tentaram invadir o país com o apoio da Agência Central de Inteligência (CIA), um dos serviços secretos dos EUA. Fidel pediu proteção à URSS.

De 14 a 27 de outubro de 1962, a Crise dos Mísseis soviéticos a serem instalados em Cuba deixou o mundo mais perto do que nunca de uma guerra nuclear. O presidente John Kennedy conseguiu controlar os falcões com o apoio do irmão, Robert Kennedy, ministro da Justiça. Impôs um bloqueio aeronaval e exigiu a retirada dos mísseis, mas não mandou invadir Cuba.

O líder soviético Nikita Kruschev concordou em retirar os mísseis e instalar uma linha direta entre o Kremlin e a Casa Branca. Era a consolidação, sob o terror nuclear, da "coexistência pacífica" entre capitalismo e socialismo durante a Guerra Fria. Em contrapartida, os EUA assumiram um compromisso informal de não invadir Cuba.

Em 17 de novembro de 2014, simultaneamente, Obama e Raúl anunciaram o reatamento das relações. Sob Donald Trump, houve um recuo evidente na reaproximação entre Cuba e os EUA. Mas é inevitável.

A saída de cena dos irmãos Castro (Fidel morreu em 25 de novembro de 2016) acelera a transição e o fim do regime socialista. Sem um Castro no poder, Cuba não será a mesma.

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