O Ministério Público de Portugal abriu inquérito sobre o envolvimento da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) numa rede de adoção ilegal de crianças portuguesas, confirmou à Agência Lusa a Procuradoria-Geral da República.
Na série de reportagens O Segredo dos Deuses, que a televisão portuguesa TVI começou a transmitir na segunda-feira depois do Jornal das 8, a Igreja Universal mantinha um lar ilegal de crianças em Lisboa na década de 90 para onde vários menores foram levados à revelia das mães.
Sem conhecimento e muito menos autorização da Justiça, as crianças eram entregues diretamente no Lar Universal, criado em 1994, legalizado em 2001 e fechado em 2011 com a desculpa da crise econômica.
Muitas crianças acabavam no exterior, adotadas por bispos e pastores da igreja de forma irregular, sem que as famílias tivessem direito a uma audiência num tribunal, afirmam as jornalistas Alexandra Borges e Judite França.
De acordo com a reportagem, o bispo Edir Macedo, fundador e dono da IURD, "está envolvido nesta rede internacional de adoções ilegais de crianças e seus próprios 'netos' são crianças roubadas do Lar Universal, uma instituição que à época fazia parte da obra social da igreja."
A TVI acusa até mesmo que "um importante membro desta rede chegou mesmo a roubar um recém-nascido e registrá-lo diretamente como seu filho biológico".
"Isto aconteceu debaixo dos nossos olhos e retrata o esquema que estava montado num lar ilegal", declarou o diretor de jornalismo da TVI, Sérgio Figueiredo, depois do primeiro programa. "O Estado não esteve completamente bem aqui, mas nunca é tarde para repor a verdade."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, e professor de pós-graduação nas Faculdades Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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