Não se espera nada espetacular do comunicado final do Grupo dos 20, que realiza hoje e amanhã em Seul, na Coreia do Sul, sua quinta reunião de cúpula desde o agravamento da crise econômica mundial, há dois meses.
O consenso do auge da crise acabou. O encontro está dominado pelo duelo entre EUA e China, o que reflete um clima de anarquia resultante do declínio da hegemonia americana.
Enquanto a China se recusa a mudar seu modelo de desenvolvimento baseado na subvalorização da moeda, o banco central dos Estados Unidos vai jogar no mercado mais US$ 600 bilhões, mais de R$ 1 trilhão, para tentar reativar a economia americana. Mas como a maior economia do mundo está enfraquecida, esse dinheiro pode ser desviado para especulação financeira em outros países.
Hoje o presidente dos EUA, Barack Obama, teve encontros separados com o presidente da China, Hu Jintao, e a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel. Os EUA querem que esses dois países superavitários na balança comercial incentivem o consumo interno, mas eles são contra a enxurrada de dólares e não devem ceder.
A outra potência econômica, a UE, está mais preocupada em cortar gastos para equilibrar as contas, o que também não contribui para a recuperação mundial. Com esta divisão interna, prevalece o princípio de soberania nacional – cada um por si. O jornal francês Le Monde já questiona a utilidade do G-20.
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