O sobrevivente equatoriano que denunciou o massacre de 72 imigrantes ilegais na semana passada no México descreveu a chacina com detalhes em entrevista à televisão do Equador.
Freddy Lala contou que o grupo, onde haveria quatro brasileiros, foi cercado às 22h de sábado, 21 de agosto, perto da fronteira com os Estados Unidos, por oito pistoleiros supostamente pertencentes ao cartel de traficantes de drogas conhecido como Los Zetas (As Flechas).
Eles foram levados para uma fazenda na cidade de São Fernando, no estado de Tamaulipas, onde foram vendados e tiveram as mãos amarradas nas costas. Como se recusaram a entregar dinheiro e aderir à gangue, foram fuzilados.
Quando ouviu os primeiros tiros, Lala achou que poderia ser apenas uma tentativa de intimidá-los. Logo, percebeu que seus companheiros estavam sendo mortos: "Eles atiraram em todos e foram embora, imaginando que todos tinham morrido".
Minutos depois, mesmo ferido com um tiro no pescoço, Lala se levantou e fugiu. Foi atrás das luzas que via ao longe, mas ninguém quis ajudá-lo. Ele caminhou mais de 10 quilômetros. Quando o dia amanheceu, encontrou os fuzileiros navais, que foram até a fazenda, atacaram os traficantes e mataram três.
Seu recado para quem quer entrar ilegalmente nos EUA foi claro: "Não vá. É muito perigoso."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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