sábado, 30 de novembro de 2013

EUA vão destruir armas químicas da Síria no mar

Os Estados Unidos vão destruir no mar parte das armas químicas entregues pela ditadura de Bachar Assad para evitar um bombardeio à Síria, anunciou hoje a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), encarregada de executar e fiscalizar a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Uso de Armas Químicas e sua Destruição.

A hidrólise será usada para neutralizar os agentes químicos mais letais, a partir de 31 de dezembro de 2013. A tarefa para destruir completamente o arsenal químico da Síria deve levar anos. Há vários riscos envolvidos, mas não há garantia absoluta de que o regime sírio não tenha escondido uma parte de suas armas químicas nem que não vá mais usá-las.

Em setembro de 2012, o presidente americano, Barack Obama, advertiu Assad de que uso de armas químicas seria uma linha vermelha. Se o regime sírio atacasse os rebeldes que tentam derrubar o governo desde 15 de março de 2011, os EUA interviriam militarmente na guerra civil da Síria.

Logo depois de um ataque com armas químicas contra o bairro de Guta, na periferia de Damasco, a capital síria, em 21 de agosto numa área que o Exército tentava recuperar, a Síria negou responsabilidade, atribuindo a ação aos rebeldes. Mas o governo dos EUA afirmou ter provas conclusiva da culpa de Assad e começou a articular uma resposta armada com suas aliados europeus.

A França imediatamente apoiou um bombardeio para punir Assad pelo uso de armas químicas, mas o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, não conseguiu autorização do Parlamento Britânico para usar a força antes da conclusão das investigações da ONU. Cameron entendeu que os deputados refletiam a oposição da opinião pública a uma ação armada e desistiu.

Quando o secretário de Estado americano, John Kerry, declarou em Londres que a única maneira de evitar um ataque seria a entrega pela Síria de todo o arsenal químico à OPAQ para destruição, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se dispôs a mediar a questão com o governo sírio. Assad concordou em entregar as armas.

Ainda há dúvidas se a Síria realmente revelou a lista completa dos locais de produção e estocagem dar armas proibidas. O recuo de Obama tem sido interpretado como um sinal de fraqueza, a ponto da revista Forbes escolher Putin como o homem mais poderoso do mundo, uma piada de mau gosto.

Se o objetivo de Obama era evitar o uso de armas químicas, pelo menos temporariamente ele conseguiu. Afinal, como disse Sun Tzu em A Arte da Guerra, a maior vitória na guerra é derrotar o inimigo moralmente fora do campo de batalha, ou seja, na guerra moderna, sem disparar um tiro. Isso não é sinal de fraqueza.

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