CORTEZ FOGE
Em 1520, diante de uma revolta dos astecas, as forças do conquistador espanhol Hernán Cortez se retiram de Tecnochtitlán, a capital do Império Asteca, hoje Cidade do México, e fogem para Tlaxcala.
Na Noite Triste, há uma batalha em que os astecas derrotam os espanhóis, que fogem. Muitos soldados morrem afogados quando um navio que leva os espanhóis e os tesouros recebidos e roubados naufraga no Lago Texcoco. O imperador Montezuma II também morre na revolta.Cortez volta a atacar a capital do Império Asteca em maio de 1521. Depois de três meses de cerco, com a ajuda de uma epidemia de varíola, toma Tenochtitlán para a coroa espanhola, que rebatizaria o país como Vice-Reino da Nova Espanha.
HITLER EXPURGA NAZISTAS
Em 1934, na Noite das Facas Longas, Adolf Hitler promove um expurgo dentro do Partido Nacional-Socialista Trabalhista da Alemanha.
Centenas de nazistas que o Führer teme que possam virar inimigos são assassinados. Entre os principais alvos, estão as tropas de choque do Partido Nazista, a SA (Sturmabeitlung), a Divisão de Assalto, os camisas-marrons que o ajudaram a chegar ao poder em 1933.
Sob a alegação de que o comandante da SA, Ernst Röhm, planeja um golpe de Estado, Hitler ordena o massacre. A SS (Schutzstaffeln), Esquadrão de Proteção, sob o comando de Heinrich Himmler, mata Röhm e outros chefes da SA.
Outros inimigos de Hitler são mortos, inclusive o último chanceler (primeiro-ministro) da República de Weimar, Kurt von Schleicher; Gregor Strasser, que até 1932 era o vice-líder do Partido Nazista; o ex-separatista da Baviera Gustav von Kahr; Edgar Jung, um conservador crítico do nazismo; e o professor católico Erich Klausener. O vice-chanceler Franz von Papen escapa do massacre, mas é demitido três dias depois.
LUMUMBA PROCLAMA INDEPENDÊNCIA DO CONGO
Em 1960, depois de 75 anos de um colonialismo brutal, o Congo declara independência da Bélgica sob a liderança do primeiro-ministro Patrice Lumumba.
Líder do Movimento Nacional Congolês, Lumumba é um pan-africanista que defende a luta pacífica pela independência e a solidariedade dos povos da África contra o imperialismo.Logo depois da independência, começa uma guerra civil com a tentativa de separação das províncias de Catanga e Cassai do Sul. Lumumba pede ajuda aos Estados Unidos e às Nações Unidas. Diante da recusa, recorre à URSS. É deposto em 14 de setembro de 1960 por um golpe liderado por Joseph-Desiré Mobutu, um medíocre ex-sargento do exército colonial belga, e é executado por um pelotão de fuzilamento em Lubumbashi em 17 de janeiro de 1961.
A ONU manda sua primeira grande missão de paz ao país, com cerca de 20 mil soldados. Pela primeira vez, soldados da ONU entram em combate. O sueco Dag Hammarskjöld torna-se o único secretário-geral a morrer no exercício do cargo, num acidente de avião suspeito, provavelmente abatido pelos rebeldes e aliados durante visita para tratar da guerra civil, em 18 de setembro de 1961, na Rodésia do Norte, hoje Zâmbia.
Riquíssimo em minerais, o Congo tem uma das histórias mais trágicas da África. A Primeira Guerra Civil do Congo vai até 1965 e termina com a ascensão ao poder de Mobutu, que muda o nome do país para Zaire em 1971 governa até 16 de maio de 1997, quando é derrubado por Laurent Kabila, que luta ao lado de Ernesto Che Guevara, quando o guerrilheiro argentino tenta levar a revolução à África, de abril e novembro de 1965.
Em 1996, depois do genocídio de Ruanda, em 1994, e da fuga de ruandeses para o Leste do então Zaire, Kabila deixa seu refúgio nas Montanhas da Luta e marcha até Kinshasa para depor Mobutu. Um dia depois, em 17 de maio de 1997, muda o nome do país para República Democrática do Congo.
A queda de Mobutu deflagra a Primeira Guerra Mundial Africana, com a participação de nove exércitos nacionais e cerca de 300 grupos armados irregulares. Até 2002, estima-se que mais de 5 milhões de africanos tenham morrido em combate, de fome e de doenças causadas pela guerra.
BARYSHNIKOV FOGE PARA A LIBERDADE
Em 1964, aos 26 anos, o bailarino soviético Mikhail Baryshnikov pede asilo ao Canadá durante uma turnê do Balé Kirov, de Leningrado, hoje São Petersburgo.
Depois de uma articulação com amigos, no fim de uma apresentação em Toronto, antes de entrar no ônibus, o bailarino para para dar autógrafos a um grupo de fãs e sai correndo. O carro de resgate está a quadras de distância. Os fãs saem atrás, ajudando-o a escapar da polícia política da União Soviética, o Comitê de Defesa do Estado (KGB).
TRUMP NA COREIA DO NORTE
Em 2019, num encontro com o ditador Kim Jong na zona desmilitarizada entre as duas Coreias, o presidente Donald Trump cruza a fronteira, tornando-se o primeiro presidente em exercício dos Estados Unidos a ir à Coreia do Norte.
Em 15 de junho de 1994, o ex-presidente Jimmy Carter vai à Coreia do Norte e se reúne com o ditador Kim Il Sung, fundador do país, para tentar aliviar a tensão na última fronteira da Guerra Fria gerada pelo programa nuclear norte-coreano e reduzir o risco de guerra com a aliada da China. Mas a distensão não progride.
Depois de Trump ameaçar destruir a Coreia do Norte com um ataque que só poderia ser feito com armas nucleares, na mensagem de Ano Novo de 2018, Kim propõe negociações para enviar uma delegação norte-coreana aos Jogos Olímpicos de Inverno realizados na Coreia do Sul em 2018. Por iniciativa do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, Trump se encontra com Kim em Cingapura em 12 de junho daquele ano.
Logo após o encontro, Trump anuncia o fim das manobras militares conjuntas "provocativas" dos EUA com a Coreia do Sul e declara a intenção de retirar as forças norte-americanas que estão no país desde a Guerra da Coreia (1950-53), hoje cerca de 28,5 mil soldados.
Em 1º de agosto, o Congresso aprova um orçamento militar e proíbe a redução do número de militares na Coreia do Sul para menos de 22 mil. O recado é que a retirada dos EUA não pode ser usada como instrumento de barganha nas negociações para acabar com o programa nuclear norte-coreano.
A Coreia do Norte explode a bomba em 9 de outubro de 2006. Desde então, faz um total de seis testes nucleares, o último em 3 de setembro de 2017. O arsenal do país teria entre 40 e 70 ogivas nucleares.
Trump e Kim voltam a se encontrar em Hanói, a capital do Vietnã, em 27 e 28 de fevereiro de 2019, mas não há avanço nas negociações para desnuclearizar a Coreia do Norte e reduzir ou suspender as sanções ao país.
O terceiro encontro de cúpula entre Trump e Kim é realizado na zona desmilitarizada em 30 de junho de 2019 com a presença do líder sul-coreano. A conversa dura quase uma hora, mais do que previsto. Trump convida Kim para ir à Casa Branca, mas isto não acontece. Os dois líderes trocam o que Trump descreve como "cartas de amor", mas as negociações não avançam.
Kim volta a usar uma linguagem agressiva. No fim de 2024, 10 a 12 mil soldados norte-coreanos são enviados para lutar na província russa de Kursk, invadida pela Ucrânia na guerra de agressão do Kremlin contra o país vizinho. No início de 2025, mais 3 a 4 mil soldados do Coreia do Norte reforçam o contingente que luta ao lado da Rússia. Pelo menos 300 norte-coreanos foram mortos e 2,7 mil feridos nesta guerra até janeiro de 2025.