sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Hoje na História do Mundo: 31 de Janeiro

ENFORCADO POR TENTAR EXPLODIR O PARLAMENTO

    Em 1606, Guy Fawkes é executado em Londres por tentar explodir o Parlamento da Inglaterra na Conspiração da Pólvora, que também pretende matar o rei Jaime I por causa da repressão aos católicos.

Fawkes nasce em York em 13 de abril de 1570. Aos 8 anos, o pai morre. A mãe casa de novo com um católico de um movimento chamado Recusa, de pessoas que se negam a aceitar os rituais da Igreja Anglicana. 

Ele se converte ao catolicismo e vai para o continente, onde luta ao lado da Espanha católica contra os Países Baixos protestantes na Guerra dos Oitenta Anos (1568-1648). Na Espanha, busca sem sucesso apoio para uma revolta católica na Inglaterra.

Robert e Thomas Wintour o apresentam a Robert Catesby, que planeja matar Jaime I para colocar um rei católico no trono. Eles alugam um espaço no porão do Palácio de Westminter, a sede do Parlamento, para onde levam barris de pólvora.

Uma carta anônima denuncia a Conspiração da Pólvora. Por volta da meia-noite de 4 para 5 de novembro, o juiz de paz Sir Thomas Knyvet encontra Guy Fawkes no porão do Palácio de Westminster em atitude suspeita e manda revistar o local. A polícia encontra 20 barris de pólvora.

Guy Fawkes é preso. Sob tortura, confessa fazer parte de uma conspiração católica e é condenado à morte na forca. 

Por ironia da história, os ingleses festejam com fogos o Dia de Guy Fawkes porque ele tentou explodir o Parlamento como uma revolta contra os poderes constituídos. A máscara com a imagem estilizada de Fawkes virou símbolo de movimentos anarquistas.

NASCIMENTO DE SCHUBERT

    Em 1797, nasce em Himmelpfortgrund, perto de Viena, a capital da Áustria, o compositor clássico e romântico Franz Schubert, conhecido pela melodia e harmonia de suas músicas e suas composições de música de câmera.

Seu pai, Franz Theodor Schubert, é diretor de escola e chefe de uma família musical que forma um quarteto de cordas em casa. O futuro compositor toca viola e recebe educação musical do pai e do irmão Ignaz. Em 1808, ele ganha uma bolsa e um lugar no coro da capela da corte imperial.

Tímido, Schubert reluta em apresentar suas primeiras composições. Entre elas, está Fantasia para um Dueto de Piano. Talvez sua música mais conhecida seja a Sinfonia nº 8 em Si Menor, a Inacabada.

TRUMAN INVESTE NA BOMBA H

    Em 1950, cinco meses depois da explosão da primeira bomba atômica da União Soviética, o presidente Harry Truman anuncia aos Estados Unidos a decisão de desenvolver a bomba de hidrogênio, mil vezes mais poderosa do que as bombas jogadas em Hiroxima e Nagasaki em 6 e 9 de agosto de 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Os EUA testam sua primeira bomba de hidrogênio, chamada Mike, em 1º de novembro de 1952 no atol de Eniwetok, nas ilhas Marshall, no Oceano Pacífico.

As primeiras armas atômicas são de fissão nuclear de átomos pesados, o urânio-235 e o plutônio. Sua energia vem da divisão do núcleo de átomos pesados. 

A bomba de hidrogênio ou bomba termonuclear é resultado da fusão nuclear de átomos leves. Dois átomos de hidrogênio pesado e mais do que pesado se fundem a uma temperatura altíssima. É a reação que produz a energia do sol e das estrelas. O gatilho da bomba de hidrogênio é uma explosão nuclear de urânio para gerar a temperatura de 100 milhões de graus centígrados necessária à fusão nuclear.

No processo de fusão, as partículas subatômicas perdem 0,63% da massa, que se converte numa enorme quantidade de energia medida pela famosa fórmula de Albert Einstein: E = mc2, em que c é uma constante que representa a velocidade da luz no vácuo: 300 mil quilômetros por segundo.

Houve bombas de hidrogênio de mais de 50 megatons, com o poder de destruição de mais de 50 milhões de toneladas de dinamite. As instaladas em mísseis têm geralmente até 1,5 megaton.

A União Soviética testa sua primeira bomba de hidrogênio em 12 de agosto de 1953, elevando a corrida armamentista nuclear a outro patamar. O Reino Unido (1957), a China (1967) e a França (1968) também fazem a bomba H.

CENTRO POMPIDOU

    Em 1977, a França inaugura o Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou, um complexo cultural batizado com o nome do presidente Pompidou (1696-74), que encomenda o projeto aos arquitetos italianos Renzo Piano e Gianfranco Franchini e aos britânicos Richard Rogers e Su Rogers.

O Centro Pompidou fica na área do Beauborg, como também é conhecido. O largo na sua frente é um local de debates políticos. Fica no 4º distrito de Paris, no bairro do Marais, perto de Les Halles, um centro comercial subterrâneo.

No complexo, ficam o Museu Nacional de Arte Moderna, a Biblioteca Pública da Informação, um centro para música e pesquisas acústicas, um centro de desenho industrial, um museu do cinema e o Atelier Brancusi, com esculturas do artista romeno Constantin Brancusi.

BREXIT

    Em 2020, três anos e meio depois de um plebiscito, o Reino Unido deixa oficialmente a União Europeia.

O processo de integração europeia começa com o Plano Schuman, anunciado em 9 de maio de 1950 pelo ministro das Relações Exteriores da França, Robert Schuman, para acabar com as guerras na Europa e promover o desenvolvimento econômico e social do continente.

A Comunidade Econômica Europeia é criada pelo Tratado de Roma, assinado em 25 de março de 1957 pela Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo, que entra em vigor em 1º de janeiro de 1958.

Em 1963 e 1967, o então presidente da França, general Charles de Gaulle, veta a entrada do Reino Unido, que adere ao bloco europeu em 1º de janeiro de 1973. Na época, o Partido Conservador era a favor por representar as classes empresariais. O Partido Trabalhista era contra.

Por causa da insularidade e do passado imperial, o Reino Unido sempre mantém uma relação ambivalente. A primeira-ministra Margaret Thatcher (1979-90) luta pela criação do mercado único europeu, mas é contra a união política, uma das causas de sua queda, um regicídio que divide profundamente o Partido Conservador.

Quando o Tratado de Maastricht cria a União das Comunidades Europeias ou União Europeia, em 1991, o primeiro-ministro John Major (1990-97) deixa o Reino Unido fora da união monetária e econômica. No governo trabalhista de Tony Blair (1997-2007), um europeísta, o país não adere ao euro.

Na campanha de reeleição, o primeiro-ministro conservador David Cameron (2010-16) promete convocar um plebiscito para o eleitorado britânico decidir se quer ou não fazer parte da UE. Seu objetivo é acabar com a guerra civil interna do partido que vem desde a queda de Thatcher. A campanha é marcada por promessas e notícias falsas. 

O líder da campanha para sair, o deputado conservador Boris Johnson, faz um manifesto contra e outro a favor. Opta pela saída porque considera melhor para sua pretensão de governar o país. Entre suas mentiras, afirma que os 350 milhões de libras que o país economizaria por semana não tendo de contribuir para o orçamento comunitário seriam investidos no Serviço Nacional de Saúde (NHS), que dá assistência médica de graça a todos os habitantes do Reino Unido.

Em 23 de junho de 2016, por 52% a 48%, o Reino Unido decide sair da UE. Londres, a Escócia e a Irlanda da Norte votam para ficar.

É uma das decisões econômicas mais inconsequentes e estúpidas de qualquer economia moderna. Imaginar que é bom negócio abandonar parceiros comerciais vizinhos e ricos com que se tem um mercado comum há mais de 40 anos e substituí-los por ex-colônias não faz sentido. O Reino Unido acaba de abandonar negociações de livre comércio com o Canadá porque só conseguiu condições piores do que tinha como membro da UE. 

Cameron pede demissão e é substituído pela primeira-ministra Theresa May (2016-19), que votou a favor de ficar e nunca é aceita pelos eurocéticos. Suas propostas de acordo de divórcio com a UE são rejeitadas pela Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico.

Johnson consegue derrubar May e vence as eleições parlamentares de 12 de dezembro de 2019 com a promessa de concluir a saída da UE.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Hoje na História do Mundo: 30 de Janeiro

 CARLOS I EXECUTADO

    Em 1649neva em Whitehall, no centro de Londres, quando o rei Carlos I é decapitado por traição durante a Guerra Civil Inglesa (1642-51).

A execução é o ápice de uma crise entre os monarquistas católicos e o Parlamento de maioria protestante durante a Guerra Civil Inglesa.

Em 27 de janeiro de 1649, a Alta Corte ou Tribunal Superior de Justiça condena Carlos I, rei da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, por "deter um poder tirânico e ilimitado para governar por sua vontade e por negar os direitos e liberdades do povo". A pena é a morte por degola.

Carlos I é decapitado numa estrutura armada na frente da Banquet House, em Whitehall, diante de uma multidão que enfrenta o frio para ver o regicídio. O rei faz um discurso final declarando-se inocente e um "mártir do povo", mas só quem está perto dele ouve.

Com a execução do rei, começa o breve período da República na história da Inglaterra, sob a liderança tirânica de Oliver Cromwell. Com a morte de Cromwell, em 1658, seu filho o substitui, mas a monarquia é restaurada em 1660, com a ascensão ao trono de Carlos II, filho de Carlos I.

HITLER CHANCELER

    Em 1933, depois da vitória do Partido Nazista sem maioria absoluta, o presidente Paul von Hindenburg nomeia Adolf Hitler chanceler (primeiro-ministro) da Alemanha, cargo que ocupa até a morte, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Hitler nasce em 20 de abril de 1898 em Braunau, na Áustria. Pintor medíocre, luta na Primeira Guerra Mundial (1914-18) como cabo do Exército da Alemanha. Em 1919, entra para o Partido Trabalhista Alemão, que no ano seguinte muda de nome para Partido Nacional-Socialista Trabalhista Alemão.

Em 8 a 9 de novembro de 1923, os nazistas tentam o Golpe da Cervejaria de Munique para tomar o poder na Baviera. Hitler é preso, mas o julgamento o transforma em celebridade. Num ano de cadeia, ele escreve Mein Kampf (Minha Luta), o grande manual do nazismo.

Decidido a chegar ao poder pela via democrática, Hitler faz uma vigorosa campanha ultranacionalista, denunciando a injustiça do Tratado de Versalhes (1919), antissemita e anticomunista.

O colapso da Bolsa de Nova York, em outubro de 1929, também atinge a economia alemã. Se o desemprego chega a 25% nos Estados Unidos em 1932, na Alemanha vai a quase 30% Enquanto os norte-americanos elegem Franklin Roosevelt e seu New Deal (Novo Pacto), nas eleições de 31 de julho de 1932, os nazistas conquistam o maior número de cadeiras no Reichstag, 230 de 585, com 37% dos votos.

Em 6 de novembro de 1932, há outra eleição antecipada. Com 33% dos votos, os nazistas elegem 196 deputados, mas continuaram sendo o maior partido no Parlamento. São as últimas eleições livres na Alemanha.

Um mês depois de Hitler ser nomeado primeiro-ministro, em 27 de fevereiro, os nazistas tocam fogo no Parlamento e acusam os comunistas. É o grande golpe de Hitler. Ele aproveita o episódio para obter poderes especiais, perseguir adversários políticos e conquistar maioria absoluta na Câmara.

Com a morte de Hindenburg, em 2 de agosto de 1934, Hitler acumula os dois cargos, de presidente e primeiro-ministro, chefe de Estado e de governo. Em 19 de agosto, com quase 90% dos votos, um referendo o transforma no Führer, um ditador com poderes absolutos.

PIOR NAUFRÁGIO DA HISTÓRIA

    Em 1945, um submarino soviético põe a pique o navio alemão Wilhelm Gustloff matando quase 9 mil pessoas no pior desastre marítimo da história.

O Gustloff é fabricado para o programa Força através da Alegria, que promove atividades de lazer para os trabalhadores alemães. Tem 208,5 metros e pesa mais de 25 mil toneladas. É batizado em homenagem ao líder do Partido Nazista da Suíça, assassinado em 4 de fevereiro de 1936. O ditador nazista Adolf Hitler participa do lançamento, em 5 de maio de 1937.

Em 10 de maio de 1938, serve como local de votação para alemães e austríacos residentes no Reino Unido participarem do referendo sobre a anexação da Áustria pela Alemanha. Faz parte da frota que leva soldados da Legião do Condor de volta à Alemanha no fim da Guerra Civil Espanhola (1936-39), em maio de 1939.

No começo da Segunda Guerra Mundial (1939-45), é um navio-hospital no Mar Báltico. A partir de novembro de 1940, serve como quartel da 2ª Divisão de Treinamento de Submarinos.

Quando o Exército Vermelho da União Soviética avança pela Prússia Oriental, o almirante Karl Dönitz prepara a evacuação de 2 milhões de alemães na Operação Hannibal, muito maior do que a Retirada de Dunquerque, quando os britânicos fogem da França para fugir do avanço das forças alemães de 26 de maio a 4 de junho de 1940.

O navio começa a embarcar refugiados em 25 de janeiro. Em 29 de janeiro, há 7.956 refugiados registrados. A estimativa é que mais 2 mil pessoas embarcam. O Gustloff zarpa em 30 de janeiro. Por medo de que os motores do navio, parado há anos, tenham problemas, o capitão Friedrich Petersen decide viajar a no máximo 10 nós por hora (22 km/h). Ele ignora o conselho do comandante da 2ª Divisão de Treinamento de Submarinos para ir a 15 nós por hora (28 km/h) para escapar dos submarinos inimigos.

Apesar do grande número de civis, o Gustloff leva cerca de mil soldados e equipamentos militares, o que o torna um alvo de guerra. Às 21h16 pela hora local, três torpedos do submarino soviético S-13 atingem o Gustloff, que afunda em uma hora. O navio tem barcos salva-vidas para 5 mil pessoas, mas um torpedo atinge o local onde está a tripulação, encarregada de realizar o salvamento. Nove navios resgatam 1.239 sobreviventes. 

ASSASSINATO DA GRANDE ALMA

    Em 1948, um fundamentalista hindu mata o herói da independência da Índia, Mohandas Karamchand Gandhi, o Mahatma (Grande Alma), aos 78 anos.

Advogado nacionalista e anti-imperialista, Gandhi lidera a luta pela independência da Índia com uma campanha não violenta de resistência e desobediência civil contra o Império Britânico.

Gandhi nasce em Porbandar, na Índia, em 2 de outubro de 1869, estuda direito em Londres e vai para a África do Sul, onde a comunidade indiana luta por direitos civis e ele aplica pela primeira vez os princípios da resistência não violenta do norte-americano Henry David Thoreau, que conhece através do escritor russo Leon Tolstoy. De volta à Índia, em 1921, vira líder do Congresso Nacional Indiano.

Apesar de defender o pluralismo religioso, Gandhi não consegue evitar a divisão do subcontinente indiano entre Índia e Paquistão, em agosto de 1947, quando ambos se tornam independentes do Império Britânico.

Mahatma acaba de fazer suas orações quando é morto por Nathuram Vinayak Godse, um ultranacionalista hindu membro da organização paramilitar Rashtryia Swayamsevak Sangh (RSS) em que o atual primeiro-ministro Narendra Modi inicia sua atividade política.

Modi está acabando com o legado de Gandhi de uma Índia pluralista com 900 povos que falam línguas diferentes e professam uma enorme variedade de religiões.

DOMINGO SANGRENTO

    Em 1972, atiradores de elite do Exército do Reino Unido atiram contra uma manifestação pacífica em Londonderry de católicos nacionalistas e republicanos contra o domínio britânico da Irlanda do Norte e matam 13 pessoas desarmadas (outra morre meses depois), no Domingo Sangrento ou Massacre de Bogside, o pior em 30 anos de guerra civil.

Quando a República da Irlanda se torna independente, em 1922, seis dos nove condados da província do Úlster, de maioria protestante, formam a Irlanda do Norte, que permanece sendo parte do Reino Unido.

A minoria católica e republicana sente-se discriminada dentro do Reino Unido. Quer fazer parte da Irlanda. A revolta aumenta na onda dos movimentos de libertação nacional dos anos 1960 e leva à guerra civil na Irlanda do Norte e à intervenção militar britânica em 1969.

O Exército Republicano Irlandês (IRA) Provisório é a maior força do lado católico, republicano e nacionalista irlandês na guerra contra o Reino Unido. 

O serviço secreto militar britânico suspeita que o IRA vai se infiltrar na manifestação em Bogside e pode usar a multidão como escudo humano para atacar as forças de segurança. Atiradores de elite da força de paraquedistas do Exército Real vão para o alto dos prédios em missão especial que não é do conhecimento de agentes que estão policiando a manifestação no solo.

A marcha encontra vários bloqueios armados pelos soldados britânicos. Jovens manifestantes jogam pedras nos soldados, que respondem com balas de borracha, gás lacrimogênio e canhões d'água. Quando a multidão vê os paraquedistas no alto dos prédios, ataca com pedradas.

No meio da confusão, com tiros de balas de borracha disparados em terra, os atiradores disparam contra a multidão com munição letal. Os primeiros inquéritos acobertam o crime, alegando que os soldados atiraram em manifestantes armados que jogavam bombas.

Depois de 12 anos de investigação presidida por Lorde Mark Oliver Saville, o Relatório Saville conclui em 2010 que as mortes foram "injustas" e "injustificáveis". Nenhuma vítima estava armada nem representava qualquer perigo e nenhuma bomba foi jogada. 

O então primeiro-ministro britânico, David Cameron, pede desculpas. Ninguém nunca é punido pelo Domingo Sangrento da Irlanda do Norte.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Hoje na História do Mundo: 29 de Janeiro

 O CORVO

    Em 1845, o escritor norte-americano Edgar Allan Poe publica no jornal New York Mirror o poema O Corvo, na descrição da Enciclopédia Britânica "uma evocação melancólica de um amor perdido", um dos poemas mais importantes da literatura dos Estados Unidos, traduzido para o português por Fernando Pessoa e Machado de Assis.

PRIMEIRO AUTOMÓVEL

    Em 1886, o engenheiro mecânico alemão Karl Benz registra a patente do primeiro automóvel com motor de combustão interna.

Karl funda a Benz & Co. em 1883 para fabricar motores estacionários de combustão interna. O primeiro carro, o Motorwagen, é projetado e construído em 1885, com três rodas. Está hoje num museu em Munique, na Alemanha. A patente só é registrada em 1886.

A empresa fabrica o primeiro carro de quatro rodas em 1893 e o primeiro carro de corrida em 1899. Em 1923, a Benz se funde com a Daimler Motoren Gesellschaft para formar a Daimler-Benz, fabricante dos automóveis Mercedes Benz, uma marca que é sinônimo de luxo.

LEI SECA

    Em 1919, a Emenda nº 18 à Constituição dos Estados Unidos é ratificada e entra em vigor no ano seguinte, proibindo a fabricação, transporte e venda de bebidas alcoólicas.

O movimento contra as bebidas alcoólicas começa no início do século 19 e ganha força no fim do século 19. A emenda é aprovada em dezembro de 1917 e ratificada por três quartos dos estados, como exige a Constituição dos EUA, em janeiro de 1919.

Nove meses depois, a Lei Volstead regulamenta sua aplicação, inclusive a criação de uma unidade especial do Departamento do Tesouro. A Lei Seca entra em vigor em 17 de janeiro de 1920. A proibição não funciona e cria um mercado negro em que prospera o crime organizado.

Em 5 de dezembro de 1933, a 21ª Emenda acaba com a proibição.

DR. FANTÁSTICO

    Em 1964, entra em cartaz o filme Dr. Fantástico (Dr. Strangelove) ou Como Aprendi a Parar de me Preocupar e Amar a Bomba, do diretor britânico Stanley Kubrick, uma farsa e um clássico sobre a corrida armamentista nuclear da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética.

O roteiro tem um general frustrado com sua impotência sexual que planeja lançar um ataque nuclear contra a URSS, enquanto um grupo eclético de políticos e militares tenta evitar o holocausto nuclear. O personagem é inspirado em Herman Kahn, um estrategista norte-americano que considerava possível ganhar uma guerra termonuclear.

A ideia original é fazer um filme dramático sobre a Guerra Fria baseado no livro Alerta Vermelho, de Peter George, mas Kubrick prefere transformar numa farsa satírica. A cena de um major da Força Aérea cavalgando um míssil nuclear entra para a história do cinema.

O lançamento seria em 22 de novembro de 1963, dia do assassinato do presidente John Kennedy. É adiado para janeiro de 1964. Uma menção a Dallas, onde ocorreu o crime, é substituída por Vegas.

EIXO DO MAL

    Em 2002, no seu primeiro Discurso sobre o Estado da União, a prestação de contas anual do presidente ao Congresso dos Estados Unidos, George Walker Bush acusa o Irã, o Iraque e a Coreia do Norte de fazerem parte de um "eixo do mal", preparando a opinião pública norte-americana para a invasão do Iraque um ano depois.

A Coreia do Norte e o Irã aceleraram seus programas de armas nucleares. Para desafiar os EUA ou resistir aos EUA, é preciso ter armas de destruição em massa, como concluiu o ministro da Defesa da Índia que explodiu a bomba atômica em 1998, Jaswant Singh, ao ver a Guerra do Golfo de 1991.

Meses depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e do início da guerra contra Al Caeda e o regime dos Talebã, no Afeganistão, Bush, o filho, sugere que esses países estão desenvolvendo armas de destruição em massa que podem cair em poder de extremistas. 

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Hoje na História do Mundo: 28 de Janeiro

 MORTE DE CARLOS MAGNO

    Em 814, o imperador Carlos Magno, fundador do Sacro Império Romano-Germânico, morre em Aachen, a capital imperial.

Carlos Magno nasce em 2 de abril de 742, antes do casamento dos pais, o rei Pepino, o Breve, e Berta de Laon. É neto de Carlos Martel, imperador do Império Merovíngio, fundado por Clóvis I, o primeiro a unir todas as tribos dos francos, considerado o primeiro rei da França. Ao vencer a Batalha de Poitiers em 732, Martel contém a invasão muçulmana que toma a Península Ibérica.

Com a morte do pai, em 768, Carlos Magno se torna rei dos francos, mas o reino é dividido com o irmão, Carlomano. Quando este morre, em 774, Carlos Magno se torna rei dos lombardos. No Natal de 800, é coroado "imperador dos romanos" pelo Papa Leão III na Basílica de São Pedro, em Roma. É o primeiro imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

Ao unir a maior parte da Europa Ocidental e Central, torna-se o primeiro imperador a governar uma grande parte do continente desde a queda do Império Romano do Ocidente, em 476. Por isso, é chamado de Pai da Europa e precursor da União Europeia.

QUEDA DE PARIS

    Em 1871, depois de quatro meses de cerco, o recém-unificado Império da Alemanha toma a capital da França no fim da Guerra Franco-Prussiana.

A Guerra Franco-Prussiana (1870-71) tem origem nos conflitos em busca de um equilíbrio de forças na Europa depois das Guerras Revolucionárias e Napoleônicas (1792-1815). A França e a Prússia são inimigas nessas guerras.

A ascensão de Napoleão III, primeiro presidente da Segunda República Francesa (1848-52) e primeiro e único imperador do Segundo Império (1852-70), depois do golpe de 2 de dezembro de 1851, é uma das causas.

No fim da Guerra da Crimeia (1853-56), que opõe a França, o Reino Unido e o Império Otomano (turco) à Rússia, o Tratado de Paris desmilitariza o Mar Negro, criando condições para a unificação da Alemanha, conquistada depois de vitórias da Prússia na Guerra dos Ducados de Elba (1864) contra a Dinamarca, na Guerra Austro-Prussiana (1866) e na Guerra Franco-Prussiana.

Quando a Espanha fica sem monarca com a abdicação de Isabel II na Revolução de 1868, as Cortes, o parlamento espanhol, oferecem a coroa ao príncipe Leopoldo de Hohenzollern, primo do rei Guilherme I, da Prússia. 

Com medo de um cerco, o imperador francês Napoleão III pressiona o Reino da Prússia a impedir que Leopoldo se torne rei da Espanha. O rei da Prússia cede, mas Napoleão III exige mais garantias de que jamais Leopoldo seria monarca espanhol.

O chanceler (primeiro-ministro) prussiano, Otto von Bismarck, tem interesse numa guerra com a França para consolidar a unificação da Alemanha. Ele manipula o Telegrama Ems, uma descrição de Guilherme I sobre seu encontro com o embaixador francês. 

Revoltado, Napoleão III declara guerra à Alemanha em 19 de julho de 1870. Com novas armas, inclusive a primeira metralhadora, os generais franceses confiam na vitória.

Como a França é vista como agressora, Bismarck vê uma oportunidade de unir os estados germânicos do Sul (Baviera, Baden e Württemberg) à Confederação do Norte da Alemanha, liderada pela Prússia. Em 18 dias, as forças alemãs mobilizam 380 mil soldados sob o comando do general Helmuth von Moltke, um grande estrategista, chefe do Estado-Maior.

Logo, a Prússia toma a região da Alsácia e a cidade de Metz. Um exército francês sob o comando de Napoleão III e do general Patrice Mac-Mahon tenta resgatar o general François-Achille Bazaine, capturado em Metz. É cercado na Batalha de Sedan, em 31 de agosto de 1870. Em 2 de setembro, Napoleão III, Mac-Mahon e 83 mil franceses se rendem.

Napoleão III abdica e vai para o exílio na Inglaterra, onde morre em 9 de janeiro de 1873.

O Cerco de Paris começa em 19 de setembro de 1870. Com a cidade situada a ameaçada pela fome, os alemães iniciam um bombardeio de artilharia à capital francesa em janeiro de 1871. 

Em 18 de janeiro, é proclamada a fundação do Império Alemão. A partir de 25 de janeiro, os alemães passam a usar canhões de grande calibre. No dia 28, a França se rende.

A Guerra Franco-Prussiana acaba com o Segundo Império da França e unifica a Alemanha, que toma as províncias da Alsácia e da Lorena, que a França recupera na Primeira Guerra Mundial (1914-18). É uma das causas da Primeira Guerra Mundial, o conflito que molda o século 20. 

A derrota da França causa a Comuna de Paris, uma das insurreições populares mais importantes do século 19, a primeira vez que o operariado tenta tomar o poder com um projeto socialista.

EXPLOSÃO DA CHALLENGER

    Em 1986, a nave ou ônibus espacial norte-americano Challenger explode no ar um minuto e 13 segundos depois do lançamento, matando os sete tripulantes, diante de um público atônito em Cabo Canaveral, na Flórida, e no mundo inteiro, que assiste pela televisão.

A espaçonave se desintegra a uma altitude de 14 km sobre o Oceano Atlântico às 11h39 pela hora local. É o primeiro acidente fatal em voo do programa espacial dos Estados Unidos.

É o décimo voo da nave Challenger e o 25º do programa de ônibus espaciais da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), a agência espacial dos EUA. 

A causa do acidente é um problema com os anéis de vedação de uma junta dos foguetes propulsores de combustível sólido. O combustível vaza e causa a explosão.

A missão ia lançar no espaço um satélite de comunicações e observar a passagem do Cometa de Halley. Entre os mortos, está a professora Christa McAuliffe, convidada numa homenagem aos professores, o que aumenta o interesse popular pelo voo trágico.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Hoje na História do Mundo: 27 de Janeiro

DANTE EXILADO

    Em 1302, o poeta Dante Alighieri é expulso de Florença depois de mandar várias pessoas para o exílio quando era um dos governantes da cidade-estado e escreve sua obra-prima, A Divina Comédia, considerado o maior livro da literatura italiana quando era praticamente um andarilho, indo de cidade em cidade em busca de proteção para sua família.

NASCE UM DOS MAIORES COMPOSITORES

    Em 1756, nasce em Salzburgo, na Áustria, Wolfgang Amadeus Mozart, um dos maiores compositores da história da música.

Aos três anos, Mozart faz suas primeiras experiências com instrumentos de cordas. Aos quatro anos, toca peças curtas. Aos cinco anos, Mozart compõe suas primeiras músicas. Aos seis anos, seu pai o leva para tocar na corte da Baviera, em Munique. 

Leopold descreve o filho como "o milagre que Deus deixou nascer em Salzburgo". O menino prodígio toca nos principais centros de música da Europa, como Munique, Stuttgart, Mainz, Mannheim, Frankfurt, Bruxelas, Paris, Londres, Haia, Amsterdã, Lyon e Viena. 

Junto com Haydn e Ludwig van Beethoven, ele eleva a escola clássica vienense a seus melhores momentos. Mozart compõe músicas de todos os gêneros musicais de sua época e é excelente em todos. No total, compõe mais de 600 músicas entre sinfonias, óperas, concertos, sonatas e música de câmara.

FIM DO CERCO DE LENINGRADO

    Em 1944, o Exército da União Soviética vence as últimas tropas da Alemanha Nazista e da Finlândia que cercam Leningrado, hoje São Petersburgo, por 872 dias durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Cerca de 1 milhão de pessoas morrem na antiga capital da Rússia, berço das revoluções de 1917.

O cerco começa em 8 de setembro de 1941, com a participação da Itália e da Finlândia, dois meses depois da invasão da União Soviética pela Alemanha Nazista, em 22 de junho. A conquista de Leningrado é um dos objetivos da Operação Barbarossa.

Ao invadir a URSS, as forças dos exércitos nazista e aliados atacam em três frentes. Uma marcha para o Norte, rumo a Leningrado, outra para o Centro em direção a Moscou e a terceira para o Sul rumo à Ucrânia.

Como há muita fome na cidade cercada, os pais não deixam os filhos menores e jovens sair de casa. Há um mercado negro de carne humana em Leningrado.

No começo de 1944, os soviéticos mobilizam 1 milhão de soldados, o dobro do número de inimigos. As últimas unidades alemãs se rendem em 27 de janeiro de 1944.

A vitória em Leningrado, depois da ganhar as batalhas de Stalingrado e Kursk, em 1943, são decisivas para o avanço do Exército Vermelho rumo a Berlim até a vitória final, em 8 de maio de 1945.  

LIBERTAÇÃO DE AUSCHWITZ

    Em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45) só restam 7,6 mil prisioneiros quando o Exército Vermelho chega a Auschwitz-Birkenau, na Polônia, o maior centro de extermínio e o maior campo de concentração do regime nazista da Alemanha de Adolf Hitler, onde se estima que 1,5 milhão de pessoas foram mortas, inclusive 1,1 milhão de judeus.

Os sobreviventes estão tão fracos, confusos e desorientados que, no primeiro momento, nem se dão conta de que estavam são libertados. A data é comemorada como Dia em Memória do Holocausto. 

Auschwitz, Oswiecim em polonês, fica num importante entroncamento ferroviário da Europa Oriental. O campo de concentração começa a funcionar secretamente num antigo quartel do Exército da Polônia  em 20 de maio de 1940, antes mesmo da cúpula do regime nazista aprovar a "solução final para a questão judaica", o genocídio do povo judeu, na Conferência de Wannsee, em Berlim, em 20 de janeiro de 1942.

Em outubro de 1941, a SS, a organização paramilitar do Partido Nazista, cria um complexo centro de extermínio: 300 prédios para prisões, quatro câmaras de gás, chamadas de "casas da banho", e fornos crematórios. Milhares de prisioneiros são submetidos às experiências genéticas do Dr. Josef Mengele, o Anjo da Morte.

Ao todo, estima-se que 11 milhões de pessoas morrem no Holocausto, entre elas 6 milhões de judeus, 1,5 milhão de ciganos, socialistas, comunistas, negros, prisioneiros de guerra e dissidentes do regime nazista.

INCÊNDIO DA APOLO 1

    Em 1967, a nave Apolo 1 pega fogo durante um teste na plataforma de lançamento, em Cabo Canaveral, na Flórida, e os três astronautas a bordo – Edward White, Roger Chaffee e Virgil Grissom – morrem, no primeiro acidente fatal do programa espacial dos Estados Unidos.

O primeiro lançamento do programa Apolo da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), que leva o homem à Lua, está marcado para 21 de fevereiro de 1967. O acidente acontece num treinamento. 

White foi o primeiro astronauta norte-americano a sair da nave e passear no espaço, em 3 de junho de 1965.


EUA SAEM DA GUERRA DO VIETNÃ

    Em 1973, os Estados Unidos assinam o Acordo de Paris com o Vietnã do Norte para trocar prisioneiros e sair da Guerra do Vietnã (1955-75).


Quando o Japão se rende na Segunda Guerra Mundial, o líder comunista Ho Chi Minh declara a independência do Vietnã. A França, potência colonial na Indochina antes da ocupação japonesa, não aceita. A Primeira Guerra da Indochina (1946-54) começa no ano seguinte e termina com a vitória do Vietnã.

O país é dividido em Vietnã do Norte (comunista) e Vietnã do Sul (capitalista). Uma conferência de paz em Genebra estabelece que serão realizadas eleições para unificar o país. Em plena Guerra Fria, quando fica evidente que os comunistas de Ho Chi Minh vão vencer, os EUA cancelam as eleições.

A Segunda Guerra da Indochina ou Guerra do Vietnã começa em 1º de novembro de 1955, em reação à decisão norte-americana de acabar com as eleições. A União Soviética e a China apoiam o Vietnã do Norte e os EUA o Vietnã do Sul. 

No governo Dwight Eisenhower (1953-61), os EUA começam a mandar assessores militares. No fim do governo John Kennedy (1961-63), há mais de 2,8 mil militares norte-americanos no Vietnã do Sul. Alguns participam de combates.

Os EUA entram oficialmente na guerra no governo Lyndon Johnson (1963-69), que forja o Incidente do Golfo de Tonkin, em 2 de agosto de 1964, quando o contratorpedeiro USS Maddox é atacado por três lanchas da Marinha dos EUA, que acusa o Vietnã do Norte.

Ao todo, 2,594 milhões de soldados norte-americanos servem na Guerra do Vietnã. O pico é 543.482, em 30 de abril de 1969. 

As negociações de paz começam em 10 de maio de 1968 em Paris, o mês da Revolução dos Estudantes. Depois de um impasse inicial, no governo Richard Nixon (1969-74), EUA e Vietnã do Norte chegam a um acordo, depois da morte de 58.220 soldados dos EUA. 

A guerra só acaba em 30 abril de 1975, quando as forças do Vietnã do Norte tomam Saigon, a capital do Vietnã do Sul, hoje Cidade de Ho Chi Minh, com cenas espetaculares de fuga de helicópteros da Embaixada dos EUA. Mais de 3,3 milhões de vietnamitas morrem na guerra. 

domingo, 26 de janeiro de 2025

Hoje na História do Mundo: 26 de Janeiro

 DESCOBRIMENTO DO BRASIL

    Em 1500, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón, comandante da Niña, uma das três naves da frota de Cristóvão Colombo na Descoberta da América pelos europeus, em 1492, é provavelmente o primeiro navegante europeu a estar ao Brasil.

A frota de Yáñez Pinzón chega ao Cabo de Santo Agostinho, hoje parte do estado de Pernambuco, no Nordeste, e segue ao longo da atual costa brasileira até a Foz do Rio Amazonas.

Em 22 de abril daquele ano, Pedro Álvares Cabral chega a Porto Seguro e reivindica o território para a coroa portuguesa com base no Tratado de Tordesilhas (1494).

COLÔNIA PENAL

    Em 1788, o capitão Arthur Phillip chega com 11 navios de condenados para fundar a colônia penal de Nova Gales do Sul, dando início à colonização britânica da Austrália.

A data, comemorada como Dia da Austrália, é polêmica porque marca o início da invasão europeia e da opressão dos aborígenes, que chamam Dia da Invasão e só tiveram seus direitos reconhecidos a partir dos anos 1960.

A frota chega a Baía Botany em 18 de janeiro, mas considera as condições inadequadas e vai para Porto Jackson, na região onde fica hoje o porto de Sídnei, a maior e mais rica cidade australiana.

O país tem duas colônias penais, em Nova Gales do Sul e na Tasmânia, chamada na época de Terra de Van Diemen. Mais tarde, o Império Britânico cria uma terceira no Rio Cisne, no Oeste da Austrália.

Essa combinação de colonização e punição, com invasão, exílio em massa, trabalhos forçados, exploração e genocídio dos nativos, é uma das tragédias promovidas pelo Império Britânico sob o pretexto de levar a "civilização" a povos tecnologicamente mais atrasados.

É um passado trágico e até pouco tempo ignorado pela história oficial, que dava como marco da colonização da Austrália a corrida do ouro, descoberto em Nova Gales do Sul em 12 de fevereiro de 1851.

EUA ENTRAM NA GUERRA NA EUROPA

    Em 1942, a primeira força expedicionária dos Estados Unidos chega à Irlanda do Norte para entrar na Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Quando a guerra começa, os EUA ficam neutros, mas logo compreendem a ameaça representada pelo nazifascismo e começam a apoiar os aliados com suprimentos. O presidente Franklin Roosevelt prepara o país para entrar na guerra. Em 14 de agosto, Roosevelt e o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, assinam a Carta do Atlântico, estabelecendo os princípios da ordem internacional liberal do pós-guerra.

O ataque do Império do Japão à 7ª Frota dos EUA, baseada em Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941 leva o país à guerra. Em 11 de dezembro, o ditador nazista Adolf Hitler declara guerra aos EUA. 

Sete semanas depois, em 26 de janeiro de 1942, cerca de 6 mil soldados do 133º Regimento de Infantaria e da 34ª Divisão de Infantaria do Exército dos EUA desembarcam em Belfast, no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. 

REPÚBLICA DA ÍNDIA

    Em 1950, a Índia se torna uma república, consolidando a independência do Império Britânico.

A própria ideia de Índia vem do Império Britânico. A Companhia das Índias Orientais domin a região de Bengala por 100 anos, de 1757 e 1857, quando o país passa para a administração direta do império. Em 15 de agosto de 1947, torna-se independente. 

Com mais de 1,2 mil povos que falam 900 línguas, a Índia é é a maior democracia e tem a maior diversidade cultural do planeta. Quando se torna independente, o território administrado pelo Império Britânico é dividido entre Índia e Paquistão, que viram inimigos. Desde então, travaram quatro guerras e desenvolveram armas nucleares.

O Dia da República é a data em que entra em vigor a Constituição da Índia, substituindo a Lei de Governo da Índia, de 1935, no período imperial. Aí o Domínio da Índia, o nome imperial, vira República da Índia.

A Constituição declara que é a Índia uma república soberana, socialista, secular e democrática. Assegura aos seus cidadãos justiça, igualdade e liberdade, e se esforça para promover a fraternidade. 

As principais características da Constituição são o sufrágio universal para todos os adultos, o sistema parlamentar de governo no modelo britânico a nível federal e estadual, e o Poder Judiciário independente.