quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Israel e Hamas chegam a acordo com trégua e troca de reféns

Depois de um ano e três meses ou 467 dias de guerra, os Estados Unidos e o Catar anunciaram hoje um acordo para um cessar-fogo e troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos na guerra entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).

Pode ser o fim da mais longa guerra árabe-israelense, que começou em 7 de outubro de 2023 com o ataque terrorista do Hamas, o pior contra judeus desde o Holocausto cometido pela Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-45).

A primeira etapa do acordo começa no domingo, com a libertação de três reféns. O cessar-fogo ainda não começou. Desde o anúncio, pelo menos 73 palestinos foram mortos. A trégua deve durar seis semanas. Neste período, serão soltos 33 reféns em troca de mais de mil prisioneiros palestinos, dos quais pelo menos 250 são considerados terroristas e acusados de crimes de sangue. Israel se retira das áreas urbanas

No 16º dia, começam as negociações sobre a segunda etapa, que prevê um cessar-fogo definitivo e a retirada total de Israel em troca de todos os outros reféns vivos, todos homens, a serem trocados por prisioneiros palestinos. Na terceira etapa, o Hamas entrega os corpos dos reféns mortos e começa a reconstrução da Faixa de Gaza.

Esse plano de paz foi apresentado em 31 de maio pelo presidente dos EUA, Joe Biden, com base numa proposta de Israel. Em 10 de junho, foi aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas com a Resolução nº 2735. Até agora, não se concretizava porque o Hamas exigia o fim da guerra e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, queria continuar a guerra. Mas não resistiu à pressão do presidente eleito, Donald Trump, que toma posse na segunda-feira e não quis herdar uma guerra no Oriente Médio.

A questão central é qual será o futuro de Gaza. Biden, os aliados europeus dos EUA e de Israel, os países árabes e o chamado Sul Global defendem a criação de um Estado palestino para acabar com a guerra árabe-israelense. Netanyahu passou toda a carreira política lutando contra isso. Trump tentou ignorar a questão palestina no primeiro governo, mas gosta de posar como herói. Tem uma oportunidade.
NOTA: Na manhã desta quinta-feira, o primeiro-ministro Netanyahu acusou o Hamas de rejeitar alguns pontos do acordo e fazer novas exigências, e cancelou a reunião do gabinete de segurança do governo israelense para aprovar o acordo, que precisa mesmo da aprovação do Parlamento, onde vários deputados de oposição devem votar a favor de um acordo para libertar os reféns e acabar com a guerra. O Hamas reiterou que vai cumprir tudo o que foi acertado e anunciado pelos mediadores, EUA, Egito e Catar.

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