sábado, 1 de janeiro de 2011

Itália retira embaixador em protesto contra Lula

O governo da Itália convocou o embaixador no Brasil para uma reunião em Roma, num protesto contra a decisão do presidente Lula de negar o pedido de extradição do terrorista Cesare Battisti, um militante de um grupo de extrema esquerda condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos.

Battisti pertenceu ao grupo Proletários Armados pelo Comunismo. Em 1993, foi condenado à revelia por quatro assassinatos que nega ter cometido. Durante muitos anos, viveu exilado na França, com a conivência de governos que alegavam que seu julgamento não teve todas as garantias de um processo legal.

Em 2004, o então ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, resolveu entregá-lo à Itália. Battisti fugiu para o Brasil, onde é acusado de falsificar passaportes.

No ano passado, o então ministro da Justiça Tarso Fernando Genro concedeu asilo político a Battisti, sob a alegação de que ele seria perseguido politicamente se voltasse para a Itália. Mas a Itália é uma democracia desde a queda do fascismo, no fim da Segunda Guerra Mundial. Não havia, portanto, justificativa para usar a violência como arma política.

O Supremo Tribunal Federal recomendou a extradição de Battisti, mas disse que a extradição é uma prerrogativa do presidente da República. Lula anunciou a decisão no último dia de governo para evitar um desgaste para a presidente Dilma Rousseff.

A Itália promete recorrer ao STF e a todas as instâncias que puder.

Nenhum comentário: