O governo da Itália convocou o embaixador no Brasil para uma reunião em Roma, num protesto contra a decisão do presidente Lula de negar o pedido de extradição do terrorista Cesare Battisti, um militante de um grupo de extrema esquerda condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos.
Battisti pertenceu ao grupo Proletários Armados pelo Comunismo. Em 1993, foi condenado à revelia por quatro assassinatos que nega ter cometido. Durante muitos anos, viveu exilado na França, com a conivência de governos que alegavam que seu julgamento não teve todas as garantias de um processo legal.
Em 2004, o então ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, resolveu entregá-lo à Itália. Battisti fugiu para o Brasil, onde é acusado de falsificar passaportes.
No ano passado, o então ministro da Justiça Tarso Fernando Genro concedeu asilo político a Battisti, sob a alegação de que ele seria perseguido politicamente se voltasse para a Itália. Mas a Itália é uma democracia desde a queda do fascismo, no fim da Segunda Guerra Mundial. Não havia, portanto, justificativa para usar a violência como arma política.
O Supremo Tribunal Federal recomendou a extradição de Battisti, mas disse que a extradição é uma prerrogativa do presidente da República. Lula anunciou a decisão no último dia de governo para evitar um desgaste para a presidente Dilma Rousseff.
A Itália promete recorrer ao STF e a todas as instâncias que puder.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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