Em meio à pior crise econômica desde que a Irlanda entrou para a Comunidade Europeia, em 1973, o primeiro-ministro Brian Cowen renunciou à liderança do partido Fianna Fáil. Ele fica na chefia do governo até as eleições de 11 de março.
A Irlanda foi um dos países que mais sofreram com a crise econômico-financeira internacional de 2008-09. Com o colapso do mercado imobiliário, os bancos ficaram altamente endividados. O governo, que tinha as contas públicas em ordem, assumiu o prejuízo dos bancos para não assustar os investidores.
Em consequência, o déficit público da Irlanda em 2010 subiu para 32%, levantando dúvidas no mercado sobre a capacidade do país de honrar suas dívidas.
Sob pressão do Fundo Monetário Internacional e dos aliados da União Europeia, que temiam a contágio para outros países em dificuldades como Portugal e Espanha, a Irlanda negociou uma ajuda de 85 bilhões de euros. Em troca, anunciou cortes de gastos e aumentos de impostos de 15 bilhões de euros nos próximos quatro anos, o que agrava a crise econômica.
No mês passado, depois da aprovação desse orçamento de crise, o primeiro-ministro convocou eleições parlamentares antecipadas para 11 de março de 2011. Sob pressão da renúncia de vários ministros, Cowen decidiu deixar a liderança do partido para que um novo nome conduza a campanha eleitoral rumo a uma derrota praticamente certa.
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