Aviões de caça F-16 de fabricação americana da Força Aérea do Egito sobrevoam neste momento a multidão reunida nas ruas do Cairo para exigir a queda do presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos, e a formação de um governo de transição de união nacional.
O ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Mohamed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2005, está indo para a Praça Tahrir, centro das manifestações, no coração da capital egípcia.
Já se passam mais de 20 minutos do início do toque de recolher noturno, às 18h locais, 14h em Brasília, mas a massa não arreda pé.
O Exército ocupa as ruas das principais cidades do Egito. Desde ontem, os soldados mantêm uma relação amistosa com os manifestantes. A qualquer momento, podem receber a ordem de impor a obediência ao toque de recolher.
A situação é tensa e explosiva.
Israel, que assinou em 1979 um tratado de paz com o Egito mediado pelos Estados Unidos, observa com atenção. Analistas israelenses acreditam que Mubarak esteja liquidado. Esperam que o vice-presidente indicado ontem, Omar Suleiman, que tem um papel ativo nas negociações de paz com os palestinos, consiga controlar a situação.
O governo israelense teme a influência da Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista muçulmano, fundado em 1928 por Hassan al-Bana. É também a oposição mais organizada no Egito e está por trás da criação do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Em entrevista à TV Fox News neste domingo, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou que é preciso realizar "eleições livres e limpas", numa advertência ao aliado Mubarak de que desta vez uma democracia pela metade não vai funcionar: "Queremos ver uma transição para a democracia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário