terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Presidente da China faz visita oficial aos EUA

presidente Hu Jintao chegou hoje a Washington para uma visita oficial de quatro dias aos Estados Unidos no momento em que a China se afirma como superpotência e exige tratamento de igual para igual. Entre os temas centrais, estão câmbio, comércio, o crescente poderio militar chinês, Taiwan, a questão nuclear da Coreia do Norte e os direitos humanos. 

A China confirmou recentemente ter desenvolvido um míssil antinavio capaz de atingir os porta-aviões americanos e começou a testar um avião de caça invisível aos radares, o J-20, capazes de neutralizar a superioridade aeronaval dos EUA no Oeste do Oceano Pacífico. É o único país em condições de convencer a Coreia do Norte a não fazer armas nucleares.

Para a opinião pública chinesa, as relações entre os dois países se deterioraram em 2010. Mas, desde que Mao Tsé-tung convidou uma equipe de tênis de mesa dos EUA a jogar na China, em 1971, o comércio bilateral cresceu 4 mil vezes, chegando a mais de US$ 400 bilhões no passado, com déficit de mais de US$ 250 bilhões para os EUA. Os números finais de 2010 ainda não foram calculados.


Na semana passada, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, condicionou o acesso da China a setores de alta tecnologia dos EUA a uma abertura maior do imenso mercado interno chinês a produtos americanos. Nesta semana, voltou a pressionar Beijim a valorizar o iuã para refletir os saldos comerciais chineses e equilibrar o comércio entre os dois países.

Mais preocupado em garantir empregos para os milhões de jovens que chegam todos os anos ao mercado de trabalho, o regime comunista chinês resiste. A subvalorização da moeda é a pedra fundamental de agressiva política de exportações que está tornando a China na maior economia do mundo.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, criticou na semana passada a situação dos direitos humanos na China, pedindo a libertação do dissidente Liu Xiaobo, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2010. Mas, numa mensagem vazada pelo sítio WikiLeaks, admitiu que gostaria de ser mais dura nas negociações com a China e perguntou: "Como negociar duramente com seu banqueiro?"

Os chineses detêm hoje mais de US$ 1 trilhão em títulos da dívida pública dos EUA. A interdependência econômica entre as duas maiores potências é cada vez maior.

Discreto, Hu é um dos líderes mundiais menos conhecidos. Seu poder certamente é limitado pela estrutura do regime político chinês e pela aproximação do fim de seu segundo e último mandato, em 2012.

Em entrevista por escrito a jornais americanos, o presidente chinês declarou que "os dois países ganham com a cooperação e perdem com a confrontação". O resto do mundo assiste com atenção.

Nenhum comentário: