Um boato de que o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero estava em Bruxelas, na Bélgica, para pedir uma ajuda de 280 bilhões de euros, e a expectativa de um aperto de crédito e desaceleração do crescimento chinês derrubaram hoje as bolsas de valores do mundo inteiro.
O primeiro-ministro Rodríguez Zapatero foi obrigado a desmentir a notícia falsa, que chamou de uma "loucura total". Ele garantiu que a Espanha tem condições de pagar suas dívidas.
A crise das dívidas públicas dos países da zona do euro estourou há três com a dívida da Grécia. No fim de semana, foi anunciado que a Grécia vai receber o equivalente a mais de R$ 250 bilhões nos próximos três anos. Mas os economistas calculam que isso não cubra todas as dívidas do país.
Agora, a crise das dívidas e déficits públicos inflados para enfrentar a recessão mundial ameaça contagiar Portugal e Espanha. Se a Espanha, que tem uma economia e uma dívida muito maiores, precisar de ajuda, os analistas temem que a Europa não consiga mobilizar os recursos necessários.
Em Atenas, a bolsa caiu 6,7%, com baixa de 10% nas ações de bancos. Entre os grandes mercados, Londres perdeu 2,56% e o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, baixou 2,2%.
A Acrópole e as ruínas do Partenon, maiores símbolos da Antiga Atenas, amanheceram com faixas do Partido Comunista pregando uma revolução dos povos europeus contra os cortes de salários e aposentadorias, e os aumentos de impostos.
Nos últimos dias, a Acrópole foi fechada várias vezes por paralisações dos funcionários públicos. Ontem, os turistas foram convidados a entrar e receberam panfletos pedindo ajuda à Grécia.
Para amanhã, está convocada uma greve geral. Hoje, os professores em greve marcharam pelo centro de Atenas. Mais uma vez, houve confronto violento com a polícia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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