FIM DO IMPÉRIO INCA
Em 1533, o conquistador espanhol do Peru, Francisco Pizarro, executa o 13º e último imperador inca, Ataualpa, marco do fim de 300 anos da maior civilização pré-colombiana da América do Sul, que construiu um império com 14 milhões de súditos. No seu auge, o império ia do Sul da Colômbia ao Norte do Chile.
Os incas constroem sua civilização, o Império Inca ou Tahuantinsuyo, seu nome na língua quêchua, no altiplano da Cordilheira dos Andes, inicialmente no Peru. Não têm escrita, mas criam um governo sofisticado, com método estatístico, grandes obras públicas, construções monumentais que até hoje a engenharia não explica como moveram pedras de toneladas e um sistema agrícola brilhante.Cinco anos antes de chegada dos conquistadores, uma disputa pela sucessão causa uma guerra civil ruinosa. Em 1532, Ataualpa vence o irmão Huáscar numa batalha perto de Cusco, a capital do império. Está consolidando o poder quando Pizarro chega com 180 homens.
Filho da aristocracia espanhola, Pizarro trabalha como criador de porcos quando jovem. Em 1502, se torna um soldado e vai para Hispaniola, a ilha hoje dividida entre Haiti e República Dominicana, onde Cristóvão Colombo começa a colonização da América em 1492.
Ele serve ao conquistador Alejandro de Ojeda na expedição à Colômbia, em 1510, e a Vasco Núñez Balboa quando este descobre o Oceano Pacífico, no Panamá, em 1513.
Ao saber da grande riqueza do Império Inca, Pizarro se une a Diego de Almagro. Em 1524, eles saem do atual Panamá, mas só vão até onde hoje é o Equador. Na segunda expedição, entram no que hoje é território peruano, batizam a terra de Peru e a reivindicam para a coroa espanhola.
De volta ao Panamá, Pizarro planeja conquistar o Peru, mas não tem o apoio do governo colonial espanhol na América. Depois da conquista do México por Hernán Cortez, em 1521, Pizarro vai à Espanha em 1528 e consegue apoio do imperador Carlos V, do Sacro Império Romano-Germânico, que sonha em criar uma monarquia universal.
Em 15 de dezembro de 1532, o pequeno exército de Pizarro, com 180 soldados, chega a Cajamarca, onde Ataualpa relaxa em águas termais antes de marchar rumo a Cusco, a capital do irmão. O conquistador convida o imperador para uma festa.
Com um exército de 30 mil homens, logo depois de vencer a maior batalha da história inca, Ataualpa não teme os homens de Pizarro. É alvo de uma emboscada.
Ataualpa vai ao local do encontro com um séquito de milhares de homens aparentemente desarmados. Pizarro envia um padre como emissário e intima Ataualpa a aceitar a soberania do imperador Carlos V e do cristianismo.
Quando o imperador inca rejeita e joga a Bíblia no chão, Pizarro ordena o ataque com arcabuzes, canhões e cavalaria, armas que os incas desconhecem. Milhares de incas são massacrados e Ataualpa é preso.
Mesmo pagando o maior resgate da história, Ataualpa é processado pela morte do irmão, por conspirar contra a coroa espanhola e outros delitos menores. Amarrado a um poste, tem a última escolha: ser queimado vivo ou se converter ao cristianismo e morrer pelo garrote vil. Na esperança de preservar seu corpo para mumificação, escolhe o garrote.
INÍCIO DA GUERRA DOS SETE ANOS
Em 1756, a tentativa do Império Austríaco dos Habsburgo de reconquistar a Silésia, uma província oriental alemã tomada por Frederico II, da Prússia, na Guerra da Sucessão Austríaca (1740-48), dá início à Guerra dos Sete Anos (1756-63).
É a última grande guerra na Europa antes da Revolução Francesa. Áustria, França, Rússia, Saxônia e Suécia enfrentam a Prússia, o Reino Unido, Portugal e Hanôver, que saem vencedores. Na América do Norte, a Guerra Franco-Indígena (1754-63) começa dois anos antes com uma guerra indígena em que algonquinos e hurões se aliam aos franceses e os iroqueses aos britânicos.
Em consequência da derrota, o Império Francês perde suas possessões na Índia e a maioria das colônias na América do Norte para o Império Britânico. É uma guerra mundial, assim como a Guerra dos Trinta Anos (1618-48), quando a Holanda invade o Nordeste do Brasil.
A Guerra dos Sete Anos é uma das causas da independência dos Estados Unidos (1776) e da Revolução Francesa de 1789. Quando a coroa britânica aumenta impostos para recuperar as finanças abaladas pela guerra, os colonos norte-americanos, que sustentaram o esforço de guerra dos Império Britânico com vidas e recursos materiais, se rebelam. Na França, além do custo econômico da guerra, invernos rigorosos reduzem a produção de alimentos e provocam a fome.
CHINA CEDE HONG KONG
Em 1842, no fim da Primeira Guerra do Ópio (1839-42), no Tratado de Nanjim, o imperador Dauguang, da Dinastia Ching (manchu), cede Hong Kong e paga indenização de US$ 21 milhões ao Império Britânico pelas vidas perdidas, abre cinco portos ao comércio, limita as tarifas de importação e exportação, e dá aos britânicos que cometam crimes em território chinês o direito de serem julgados por tribunais do Reino Unido.
É a primeira derrota e o primeiro tratado desigual do que os chineses chamam de "século da humilhação" diante dos imperialismos ocidental e japonês.O tratado é assinado pelos cônsules negociadores Henry Pottinger, Chi Ying e Yi Libu a bordo do navio Cornwallis. As negociações começam depois que os britânicos tomam o porto de Zhenjiang em 23 de junho de 1839. São rápidas por causa da pouca experiência dos chineses em política externa e acordos comerciais. As cidades abertas a súditos da imperatriz Vitória são Cantão, Fuzhou, Ningbo, Xangai e Xiamei.
A China perde a Segunda Guerra do Ópio (1856-60) e a Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-95) para o Japão, que invade a Manchúria em 1931 e as principais cidades da China em 1937, na Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937-45). A ocupação vai até o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).
O "século da humilhação" termina com a vitória da revolução comunista liderada por Mao Tsé-tung em 1º de outubro de 1949. Mao vai a Moscou assinar o Tratado de Aliança, Cooperação e Amizade com a União Soviética, em 14 de fevereiro de 1950, mas precisa esperar 50 dias no gelado inverno russo para ser recebido pelo ditador soviético Josef Stalin, que dita os termos do acordo.
Em 1º de julho de 1997, o Reino Unido devolve Hong Kong à China com a promessa de que o regime chinês manteria a autonomia do território durante 50, mas o ditador Xi Jinping rompe o compromisso ao impor uma Lei de Segurança Nacional draconiana em 30 de junho de 2020. Acaba assim com a fórmula "um país, dois sistemas", criada pelo então líder Deng Xiaoping tendo em vista também a reunificação com Taiwan.
BOMBA NUCLEAR SOVIÉTICA
Em 1949, a União Soviética explode sua primeira bomba atômica, chamada de Primeiro Raio, num remoto campo de testes em Semipalatinisk, no Casaquistão, acabando com o monópolio dos Estados Unidos em armas nucleares.
Desde 1939, o físico soviético Gueorgui Flyorov suspeita que as potências ocidentais estão desenvolvendo uma superbomba. Ele escreve uma carta ao ditador Josef Stalin propondo que a URSS faça a bomba atômica. O projeto é adiado pela invasão da Alemanha Nazista à URSS, em 22 de junho de 1941. No início, se limita a espionagem do Projeto Manhattan nos EUA.
Com a explosão das bombas de Hiroxima e Nagasáki pelos EUA no Japão em 6 a 9 de agosto de 1945, a URSS acelera o projeto com a captura de cientistas ligados ao projeto da bomba atômica da Alemanha e a espionagem nos EUA.
Para avaliar o impacto da explosão, feita com plutônio como a bomba de Nagasáki (Homem Gordo), os cientistas soviéticos constroem edifícios, pontes e outras estruturas urbanas. Também colocam mamíferos perto do local da explosão para ver o efeito da radiação.A bomba tem a força de 20 quilotons (20 mil toneladas de dinamite), mais ou menos a mesma potência da Trinity (Trindade), a primeira bomba detonada experimentalmente pelos EUA em Alamogordo, no Novo México, em 16 de julho de 1945.
Começa o equilíbrio do terror nuclear.
FURACÃO KATRINA ARRASA
Em 2005, o furacão de Katrina, de categoria 5 sobre o Oceano Atlântico e 3 ao chegar em terra, arrasa uma região do Sul dos Estados Unidos, especialmente a cidade de Nova Orleans, que é alagada em 80% de sua área, causando a morte de 1.836 pessoas, principalmente nos estados da Louisiana e do Mississípi, e prejuízos de mais de US$ 125 bilhões.
Outras 135 pessoas estão desaparecidas até hoje. Mesmo sendo apenas o terceiro furacão mais forte da temporada, é o terceiro pior da história dos EUA. Com a enchente, Nova Orleans vira uma terra sem lei. Gangues invadem casas abandonadas para roubar e atacam moradores que ficaram na cidade.
Diante da omissão do governo George W. Bush com uma população flagelada majoritariamente negra, o jovem senador Barack Obama se destaca na linha de frente da ajuda às vítimas.
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