quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Hoje na História do Mundo: 31 de Agosto

SHERMAN TOMA ATLANTA

    Em 1864, durante a Guerra da Secessão (1861-65), a mais sangrenta da história dos Estados Unidos, as forças da Confederação (Sul) iniciam a retirada de Atlanta, a capital da Geórgia, depois da vitória das tropas da União (Norte) chefiadas por William Tecumseh Sherman.

Entre 1815 e 1861, o Norte dos EUA se industrializa rapidamente e diversifica sua economia. A agricultura ainda é o setor mais forte, mas se baseia em pequenas propriedades com trabalhadores livres, enquanto o Sul é dominado por grandes fazendeiros que exportam algodão produzido por mão de obra escrava para a Revolução Industrial no Reino Unido e em outros países da Europa.

Em 1860, 84% do capital investido na indústria são do Norte, mas a renda média dos brancos sulistas, que investem principalmente em escravos, é duas vezes maior. Cerca de 60% dos ricos dos EUA vivem no Sul.

Quando o presidente abolicionista Abraham Lincoln é eleito, em novembro de 1860, sete estados do Sul (Alabama, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana e Texas) formam os Estados Confederados da América para deixar a União. 

A Guerra Civil Americana começa em 12 de abril de 1861, com o ataque rebelde ao Forte Sumter, em Charleston, na Carolina do Sul. Depois de 34 horas de bombardeio, o major Robert Anderson e 85 homens se rendem ao cerco de 5,5 mil sulista sob o comando de Pierre Beauregard.

Mais quatro estados (Arkansas, Carolina do Norte, Tennessee e Virgínia) aderem à Confederação. Lincoln convoca 75 mil milicianos e decreta um bloqueio naval aos estados do Sul.

Cerca de 21 milhões de pessoas vivem no Norte e 9 milhões no Sul, sendo 4 milhões escravos. O Norte tem mais de 100 mil fábricas, em contraste com apenas 18 mil instaladas ao sul do Rio Potomac. A produção de armas no Norte é 30 vezes maior. 

Mas o Sul tem 6,5 mil quilômetros de costa, o que torna um bloqueio naval impossível, e o presidente da Confederação, Jefferson Davis, um herói da Guerra Mexicano-Americana (1846-48), tem mais experiência militar do que Lincoln e pede ajuda à França e ao Reino Unido.

No verão de 1862, o Norte destrói as forças navais do Sul.

Em 1º de janeiro de 1863, Lincoln faz a Proclamação da Abolição nos estados do Sul, na expectativa de que os escravos libertos se juntem às forças da União, mas a notícia só chega a Galveston, no longínquo estado do Texas em 19 de junho de 1865, depois da rendição do general Robert Lee, comandante militar da Confederação, em 9 de abril daquele ano.

O general Sherman é um dos precursores da guerra total. Na opinião do capitão e historiador mililtar britânico Basil Liddell Hart, é "o primeiro general moderno". 

A Doutrina Sherman ainda é uma das bases da estratégia militar dos EUA. Consiste em destruir tudo o que possa ser útil ao inimigo, inclusive fontes de água e comida, o que os EUA fizeram nas guerras do Iraque, com grandes danos à população civil. Mas, até agora, não se fala em derrubar sua estátua no canto do Central Park, em Nova York, na esquina da 5ª Avenida e da Rua 59.

A tomada de Atlanta é importante para a reeleição de Lincoln, em 1864. A subsequente Marcha para o Mar, até a conquista do porto de Savannah, em 21 de dezembro daquele ano, adota uma estratégia de terra arrasada, que destrói a infraestrutura e abala o moral dos sulistas.

Com mais de 620 mil mortes, a Guerra da Secessão é a pior da história dos EUA. 

A 13ª Emenda à Constituição dos EUA, que acaba com a escravidão e os trabalhos forçados, a não ser por força de sentença judicial, é aprovada no Senado em 8 de abril de 1864 e na Câmara em 31 de janeiro de 1865 depois de uma tramitação tumultuada que aparece no filme Lincoln, de Steven Spielberg. Depois da ratificação por pelo menos 75% dos estados, como prevê a Constituição, entra em vigor em 6 de dezembro de 1865.

Começa o período da Reconstrução, em que os EUA se tornam no fim do século 19 a maior economia do mundo. Vários estados adotam políticas discriminatórias. Os negros só conquistam a liberdade plena um século depois, com a Lei dos Direitos Civis (1964) e a Lei do Direito de Voto (1965).

JACK, O ESTRIPADOR

    Em 1888, os restos mortais mutilados da prostituta Mary Ann Nichols, a primeira vítima do assassino em série chamado de Jack, o Estripador, são encontrados no bairro de Whitechapel, em Londres.

Mais quatro vítimas são mortas nos meses seguintes. Na Inglaterra vitoriana do fim do século 19, período áureo do Império Britânico, a região do East End, em Londres, é um favelão com cerca de um milhão de miseráveis onde a prostituição é um meio de sobrevivência para mais de mil mulheres de Whitechapel.

A polícia britânica, a Scotland Yard, descobre o método do assassino. Ele promete pagar por sexo e atrai as prostitutas para praças ou ruas escuras, onde corta a garganta com uma faca de 15 centímetros. Em seguida, usa a mesma faca para estripá-las. Nenhum suspeito foi preso e muito menos punido.

EDISON PATENTEIA CINEMATÓGRAFO

    Em 1897, um dos maiores inventores de todos os tempos, o norte-americano Thomas Alva Edison, com mais de 2,3 mil patentes, registra sua câmera de cinema, o cinematógrafo, usando o filme de rolo, inventado em 1893 por George Eastman.

Edison, o Feiticeiro de Menlon Park, nasce em Milan, no estado de Ohio, em 11 de fevereiro de 1847, filho de pais canadenses. Mau aluno, se recusa a fazer as lições e abandona a escola. A mãe o educa em casa. Ávido leitor, devora todos os livros da mãe sobre ciência e monta um laboratório químico no sótão da casa.

Quando aprende o Código Morse, Edison começa a fabricar telégrafos artesanais. Aos 21 anos, registra sua primeira invenção, uma máquina de votar pela qual ninguém se interessa. Em 1869, se muda para Nova York, onde cria um indicador automático de cotação da bolsa de valores que vende por US$ 40 mil.

Ao todo, registra 1.093 patentes nos Estados Unidos e, somando com as de outros países, 2.332. Entre suas principais invenções, estão a lâmpada elétrica incandescente, o fonógrafo, o cinescópio, o ditafone e o microfone de grânulos de carvão, que aperfeiçoa o telefone.

LEI DE NEUTRALIDADE NOS EUA

    Em 1935, diante da ascensão do nazifascismo na Europa, o presidente Franklin Delano Roosevelt sanciona a Lei da Neutralidade "para evitar qualquer ação que possa envolver [os Estados Unidos] na guerra".

É uma reação ao anúncio da Alemanha Nazista, em março daquele ano, de que não respeitaria mais o Tratado de Versalhes, assinado em 1919, depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Com o início da Segunda Guerra Mundial (1939-45), em 14 de agosto de 1940, Roosevelt assina a Carta do Atlântico com o primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, começando a forjar a aliança que derrotaria Adolf Hitler.

Os EUA entram na guerra em 7 de dezembro de 1941, com o ataque do Japão à base naval de Pearl Harbor, no Havaí.

GREVE NA POLÔNIA

    Em 1980, o regime comunista da Polônia cede diante da greve dos 17 mil metalúrgicos do estaleiro de Gdansk, liderada por Lech Walesa.

A vitória dos trabalhadores leva à formação do Solidariedade, o primeiro sindicato livre num país do Bloco Soviético.

Sob pressão da União Soviética, as conquistas são revogadas por um golpe dado pelo general Wojciech Jaruzelski em 13 de dezembro (dia do AI-5) de 1981. Walesa ganha o Prêmio Nobel da Paz em 1983.

O movimento oposicionista ganha força com a ascensão do líder reformista Mikhail Gorbachev ao cargo de secretário-geral do Partido Comunista da URSS, com suas políticas de abertura política (glasnost) e econômica (perestroika).

Em 4 e 18 de junho de 1989, a Polônia realiza as primeiras eleições democráticas no Bloco Soviético, que levam à queda do regime. Walesa é eleito presidente em 1990 e fica no cargo até 1995.

MORTE DA PRINCESA

    Em 1997, a princesa Diana morre num acidente de automóvel em Paris quando o motorista e segurança Henry Paul, totalmente embriagado, perde o controle o carro em alta velocidade ao fugir de paparazzi, fotógrafos que tentavam tirar fotos dela.


O motorista e o namorado da princesa e dono do Mercedes, o playboy egípcio Dodi al-Fayed, também morrem. Diana vira uma Cinderela moderna em busca do amor com seu carro de luxo virando abóbora na noite de Paris, uma das cidades mais românticas do mundo.

A morte provoca grande consternação no Reino Unido, especialmente por causa da falta de reação da rainha Elizabeth II, que está no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde a família real britânica passa as férias de verão.

Sob pressão do primeiro-ministro Tony Blair e do príncipe Charles, ex-marido de Diana, cinco dias depois a rainha volta a Londres com o príncipe Philip e cumprimenta a multidão que ficava até 12 horas na fila para assinar o livro de condolências e depositar flores diante do Palácio de Buckingham, a residência real em Londres.

Famoso por suas gafes, Philip pergunta: "Vocês estão aqui há muito tempo?"

Como Diana era divorciada de Charles, oficialmente não pertencia mais à família real e não teria direito a um funeral com honras de Estado na Abadia de Westminster. Mas era a "princesa do povo", como definiu o assessor de imprensa de Blair, Alastair Campbell. O clamor popular garante todas as honrarias. 

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