quinta-feira, 11 de março de 2021

Brasil tem média diária superior a mil mortes há 50 dias

 Com 2.207 mortes e 78.297 casos novos da doença do coronavírus de 2019 notificados nesta quinta-feira, o Brasil chegou a 11.284.269 casos confirmados e 273.124 óbitos na pandemia. A morte está em alta em 22 estados e no Distrito Federal. Só cai em dois, no Amazonas e no Rio de Janeiro.

A média diária de mortes bateu novo recorde, o 14º em 15 dias, e chegou a 1.705, com alta de 49% em duas semanas. Há 50 dias, está acima de mil mortes por dia. A média diária de casos novos também é a maior da pandemia 69.680, com alta de 30% em duas semanas.

Diante do colapso iminente do sistema de saúde, o governador João Dória vai impor um toque de recolher noturno no estado de São Paulo, a partir de segunda-feira, das oito da noite às cinco da manhã. No Rio de Janeiro, ao contrário, o prefeito Eduardo Paes autorizou bares e restaurantes a funcionar até nove da noite, a reabertura quiosques da orla marítima e das barracas que vendem bebida nas praias, e a volta dos ambulantes nas praias.

Em seu pronunciamento semanal nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro atacou as medidas de confinamento. Mais uma vez, afirmou sem apresentar dados que há um aumento de suicídios no Brasil por causa da quarentena. Chegou a ler uma carta de um suposto suicida, contrariando a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de não divulgar cartas de despedida de suicidas para não estimular quem está pensando em tirar a própria vida.

Mais uma vez, ignorando o colapso iminente do sistema de saúde, Bolsonaro insistiu que as medidas de proteção são piores do que a doença. O presidente comparou o toque de recolher noturno imposto pelo governador do Distrito Federal ao "estado de sítio" e disse que só ele pode decretar, com autorização do Congresso.

Seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal, criticou a imprensa por mostrar imagens da delegação que foi a Israel embarcando sem máscaras e desembarcando de máscaras. O que Dudu, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o assessor internacional Filipe Martins, os três chanceleres de Bolsonaro, foram fazer em Israel? 

O pretexto foi ver um spray anticovid desenvolvido lá, mas nenhum dos três têm qualquer qualificação em saúde pública nem em imunologia. A equipe do Dr. Jorge Kalil está desenvolvendo uma vacina nasal na Universidade de São Paulo, a USP, sem apoio do governo federal.

Um embaixador com quem conversei comentou que Israel é um dos poucos países dispostos a receber o chanceler brasileiro hoje. Os outros são a Índia, a Hungria e a Polônia, que têm governos populistas de extrema direita. O país nunca esteve tão isolado internacionalmente e o fato de ter se tornado um laboratório de procriação do coronavírus deixa a situação ainda pior. Meu comentário:

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