Um tribunal penal de Paris condenou hoje a três anos de prisão o ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy (2007-12) por corrupção e tráfico de influência ao pressionar um juiz de tribunal superior a fornecer informações sobre um escândalo em que estava envolvido. Um ano deve ser cumprido em regime fechado, mas a pena pode ser convertida em prisão domiciliar. Cabe recurso.
Sarkozy é o segundo presidente da França condenado depois do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45). O primeiro foi Jacques Chirac (1995-2007), culpado de desvio de dinheiro público e abuso de poder em 2011 num escândalo de funcionários-fantasmas da Prefeitura de Paris quando era prefeito da capital (1977-95). Chirac foi sentenciado a dois de prisão, mas teve direito a suspensão da pena.
Em 2014, Sarkozy era investigado por abuso de poder econômico na campanha de 2012, quando perdeu a eleição para François Hollande. Quando seu telefone estava sob escuta autorizada pela Justiça, os investigadores descobriram dois telefones celulares registrados com o nome falso de Paul Bismuth que Sarkozy usava para falar com seu advogado, Thierry Herzog.
Durante uma conversa, o ex-presidente francês falou em oferecer um cargo de prestígio em Mônaco ao juiz Gilbert Azibert, do Tribunal de Recursos, em troca de informações sobre um inquérito que o envolvia. Azibert era advogado-geral de uma câmara cível. Não atuou diretamente, mas fez tráfico de influência para ajudar Sarkozy num "pacto da corrupção".
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