sábado, 30 de maio de 2020

Tortura e morte de negro deflagra onda de cólera nos EUA

No quarto dia de cólera contra a tortura e morte de George Floyd, de 46 anos, diante das câmeras em Mineápolis, os protestos contra o racismo institucional e a violência policial se espalharam por várias cidades dos Estados Unidos, inclusive Nova York, Los Angeles, Chicago, Washington, Denver, Detroit e Atlanta. Na capital, manifestantes cercaram a Casa Branca.

Floyd morreu na segunda-feira depois que um policial o imobilizou no chão apertando seu pescoço com o joelho durante nove minutos, enquanto três colegas assistiam e populares filmavam e pediam que parasse com a tortura. "Não consigo respirar", gritava a vítima antes de perder os sentidos. Ele foi detido sob suspeita de usar uma nota de dinheiro falsa.

Embora o policial assassino, Derek Chauvin, tenha sido preso ontem e acusado de homicídio em terceiro grau (não intencional), não foi suficiente para conter a revolta popular. Os quatro policiais haviam sido demitidos. Lojas e edifícios foram depredados e saqueados.

Na noite de quinta-feira, a multidão incendiou a delegacia de polícia onde os policiais estavam lotados. O prefeito de Mineápolis, Jacob Frey, tirou a polícia das ruas para evitar um confronto maior dizendo que "tijolos e argamassa" podem ser reconstruídos.

Ontem o governador democrata de Minnesota, Tim Walz, chamou a Guarda Nacional para impor um toque de recolher noturno, que não foi respeitado. Mais cedo, em outro ato racista, Omar Jimenez, um repórter negro da rede de televisão CNN foi preso e solto horas depois

Em Atlanta, na Geórgia, onde a sede da CNN foi atacada, a prefeita Keisha Bottoms decretou estado de emergência e fez um discurso enérgico pedindo aos manifestantes que parassem de depredar a cidade e votassem nas eleições de novembro, se quiserem mudar os EUA.

O presidente Donald Trump chamou os manifestantes de bandidos e ameaçou mandar o Exército: "Quando os saques começarem, os tiros vão começar", escreveu no Twitter, que fez uma advertência afirmando que ele estava violando as regras da rede social.

Em Detroit, um homem foi baleado por alguém que atirou contra a multidão de manifestantes.

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