sexta-feira, 1 de maio de 2020

Ditador da Coreia do Norte reaparece depois de suspeitas de morte

Depois de três semanas desaparecido, o ditador Kim Jong Un reapareceu na Coreia do Norte desfazendo boatos de que teria morrido numa cirurgia cardíaca, revelou a agência oficial de notícias da Coreia do Sul, principal fonte de informações sobre o país mais fechado do mundo.

Quando Kim Jong Un não apareceu na festa do aniversário do nascimento de seu avô, Kim Il Sung, o Grande Líder, fundador da Coreia do Norte, acendeu um alerta vermelho. Chegou a ser cogitado que estaria morto e seria substituído por sua irmã.

Analistas internacionalistas supõem que Kim pode ter ficado com medo de pegar o coronavírus. Quando seu trem foi visto estacionado perto de uma praia, acreditou-se que estaria recolhido.

A morte do líder seria um grande desafio para a ditadura stalinista de Pyongyang, o último regime que ainda mantém todos os rituais do comunismo do tempo da Guerra Fria e, por ironia da história, é dinástico.

O Japão ocupou a Coreia de 1910 até o fim da Segunda Guerra Mundial. Quando os Estados Unidos explodiram a segunda bomba atômica, na cidade de Nagasake, em 9 de agosto de 1945, o ditador Josef Stalin declarou guerra ao Japão e o Exército Vermelho, da União Soviética, ocupou o Norte da Península Coreana.

Stalin instalou no poder o líder da resistência comunista à ocupação japonesa, o Camarada Kim Il Sung, que fundou em 10 de outubro de 1945 o Partido dos Trabalhadores da Coreia. A República Popular Democrática da Coreia nasceu em 1948, diante do fracasso das negociações de reunificação, reivindicando a soberania sobre toda a península coreana.

Com o aval da URSS, a Coreia do Norte invadiu o Sul numa tentativa de reunificar a península, em 25 de junho de 1950. Os EUA a aliados entraram na guerra ao lado da República da Coreia com mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas para reunificar o país que está em vigor até hoje.

Em 19 de outubro de 1950, quando as forças internacionais lideradas pelos EUA pareciam perto da vitória, a República Popular da China entrou na Guerra da Coreia. A China comunista conseguiu pressionar os americanos a recuar para baixo do paralelo 38º Norte, mas fracassou ao tentar tomar o Sul. Apenas restabeleceu o status quo anterior ao conflito.

Houve uma guerra particular entre EUA e China, hoje as maiores potências econômicas do planeta, que nunca mais se enfrentaram militarmente. Nunca foi assinado um tratado de paz.

Depois de ameaças de guerra nuclear de parte a parte, em 12 de junho de 2018, Donald Trump tornou-se o primeiro presidente dos EUA no exercício do cargo a se encontrar com um ditador norte-coreano. Houve mais dois encontros de cúpula, mas as negociações estagnaram.

A morte de Kim criaria uma situação ainda mais perigosa na última fronteira da Guerra Fria.

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