quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Covid-19 matou 3,5 milhões em 2021

 A doença do coronavírus de 2019 causou a morte de 3,5 milhões de pessoas em 2021, mais do que o total de mortes por aids, malária e tuberculose somadas em 2020, revelou hoje o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Só a metade dos países do mundo atingiu a meta de vacinar pelo menos 40% de sua população até o fim do ano. O consórcio Covax, coordenado pela OMS, distribuiu 800 milhões de doses de vacinas a países de renda média ou baixa. Ficou bem abaixo dos 2 bilhões de doses prometidas pelos países fabricantes de vacinas. 

A OMS teme que a aplicação da dose de reforço nos países ricos e de renda média alta aumente ainda mais a desigualdade na imunização, amplie o risco de surgimento de novas variantes e prolongue ainda mais a pandemia. 

A agência das Nações Unidas acredita que a meta de vacinar pelo menos 70% da população de todos os países até a metade de 2022 não será cumprida, o que poderia adiar o controle da pandemia para 2024.

Dois estudos feitos no Reino Unido, na Inglaterra e na Escócia, indicam que os casos da variante ômicron são mais leves, como se suspeitava na África do Sul. O surto atual pode não ser tão grave como se teme. Ainda assim, há risco de sobrecarga nos hospitais. 

O Reino Unido bateu novo recorde, com 106 mil casos novos na quarta-feira. A Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte anunciaram medidas restritivas para depois do Natal.

Na África do Sul, onde a ômicron foi descoberta em 24 de novembro em material coletado em 9 de novembro, o número de casos novos caiu rapidamente. O maior infectologista sul-africano, Salim Abdul Karim, afirmou que "o pico de casos novos da epidemia da ômicron foi superado rapidamente na África do Sul". Ele espera que "todos ou quase todos os países tenham a mesma trajetória."

A China impôs mais um confinamento rigoroso, desta vez em Xiam, a primeira capital do país quando foi unificado pelo imperador Chin, daí China, no fim da Guerra dos Sete Reinos (230-221 antes de Cristo). 

A cidade histórica, onde foi encontrado o exército do imperador Chin com soldados de terracota, tem hoje 13 milhões de habitantes. É o foco do último surto do coronavírus no país. Desde 9 de dezembro, registrou 143 casos. A China adota uma estratégia de covid zero, erradicação total do vírus.

No Brasil, com dados pouco confiáveis porque o sistema de computadores do Ministério da Saúde não funciona, o total de mortes chegou a 618.128 em 22.220.714 casos confirmados.

No mundo, já são 277.153.704 casos confirmados e 5.376.763 mortes. Mais de 248,5 milhões de pacientes se recuperaram, cerca de 23,2 milhões têm casos leves ou médios e 89.531 estão em estado grave. 

Os Estados Unidos registraram nesta quarta-feira mais 240.020 casos e 2.265 mortes de covid-19. A média diária de casos novos dos últimos sete dias aumentou 38% em duas semanas para 168.409. As hospitalizações subiram menos, 11% em duas semanas, e também as mortes. A média diária de mortes dos últimos sete dias teve alta de 6% para 1.349. O país tem o maior número de casos confirmados (51.545.991) e de mortes (812.069).

A agência federal de Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) aprovou o remédio Paxlovid, do laboratório Pfizer, para tratamento por via oral da covid-19 a partir de 12 anos. Deve ser tomado nos primeiros cinco dias em que houver sintomas. Nos testes clínicos, a Pfizer anunciou uma eficácia de 89% para prevenir hospitalização e morte.

O governo Joe Biden vai comprar o Paxlovid e também dobrar para mais de um milhão de doses o estoque do sotrovimab, um anticorpo monoclonal produzido pelo laboratório GlaxoSmithKline e a empresa de biotecnologia Vir. Há outros dois tratamentos com anticorpos monoclonais autorizados nos EUA, mas parece que não funcionam contra a ômicron.

Em ensaio publicado na revista médica New England Journal of Medicine, revisado por pesquisadores independentes, entre 562 pacientes, 5,3% dos pacientes que não tomaram remédio precisaram ser hospitalizados e apenas 0,7% dos que tomaram remdesivir, do laboratório Gilead, 

Mais de 8,81 bilhões de doses de vacinas foram aplicadas até agora no mundo. Mais de 4,49 bilhões de pessoas, cerca de 58% da população mundial, tomaram ao menos uma dose, mas só 8,1% nos países pobres; 49% completaram a vacinação e 5,8% receberam a dose de reforço.

A companhia farmacêutica Novavax anunciou que três doses de sua vacina, aprovada nesta semana pela Agência Europeia de Medicamentos e pela OMS, conseguem imunizar contra a variante ômicron. 

A Novavax, e também o laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford trabalham em novas versões de suas vacinas para proteger contra as novas variantes.

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