sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Hoje na História do Mundo: 15 de Setembro

INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA CENTRAL

    Em 1821, líderes da América Central aceitam um plano do caudilho mexicano Agustín Iturbide para a independência da Costa Rica, da Nicarágua, de El Salvador e da Guatemala do Império Espanhol.

Apesar da revitalização da economia e das Forças Armadas da Espanha sob a Dinastia de Bourbon depois da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-14), o Império Espanhol declina com a Revolução Francesa de 1789 e as guerras napoleônicas.

Quando as forças de Napoleão Bonaparte tomam a Península Ibérica (1807-8), a família real portuguesa foge para o Brasil sob a proteção da Marinha Real britânica e as colônias da América Espanhola começam a proclamar a independência.

A Constituição de Cádiz, de 1812, tenta manter as colônias latino-americanas. Dá representação no Parlamento e institui eleções municipais e provinciais, o que aumenta a agitação política pela independência.

Na América Central, um capitão-general forte, José de Bustamente Y Guerra, e o medo da população crioula de uma revolta indígena adiaram a onda de independências que varria o Império Espanhol da América do Sul.

O governo colonial, com sede na Cidade da Guatemala, reprime revoltas na Guatemala, na Nicarágua e em San Salvador, que só passa a ser El Salvador em 1841. Quando Fernando VII retoma a coroa espanhola, em 1814, suspende a Constituição de Cádiz. A restauração da constituição, em 1820, deflagra um debate político que leva à formação dos partidos conservadores e liberais que mandariam nos países da região por 100 anos.

Um conselho de notáveis reunido na Guatemala aprova o plano de Iturbide para a independência da América Central. Alguns queriam independência da Espanha e do México, e algumas províncias queriam independência da Guatemala, que era sede do governo colonial na região.

Os conservadores da Guatemala conseguem aderir ao império mexicano de Iturbide, mas isto causa uma guerra civil na América Central. San Salvador e Granada não aceitam. Depois de um longo cerco, forças guatemaltecas e mexicanas tomam El Salvador. Mas o império de Itrbude entra em colapso. É substituído por uma república liberal no México, que dá independência à América Central.

Em 1º de julho de 1823, uma assembleia com representantes de todas as províncias declara independência sob o nome de Províncias Unidas da América Central. No ano seguinte, é adotada a Constituição da República Federal da América Central, formada por Costa Rica, Nicarágua, Honduras, San Salvador e Guatemala. Chiapas escolhe se unir ao México e o Panamá vira parte da Colômbia.

As Províncias Unidas se separam em 1840. Até o fim do século 19, há 25 tentativas da Guatemala de restaurar a União. Só terminam em 1885, quando o presidente Justo Rufino Barrios (1873-85) invade El Salvador e morre na Batalha de Chalchuapa.

GUERRA DE TRINCHEIRAS

    Em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), depois da Batalha do Marne, em que os aliados detém a ofensiva da Alemanha na frente ocidental, na França e na Bélgica, os dois lados começam a cavar as primeiras trincheiras na frente ocidental. 

A guerra que todos esperavam que fosse breve se arrastaria por quatro anos.

No momento de maior extensão, as trincheiras vão da costa da Bélgica no Mar do Norte até a região da Alsácia, na fronteira da França com a Suíça. A disputa pela região da Alsácia-Lorena, tomada da França pela Alemanha na Guerra Franco Prussiana (1870-71), é uma das causas da guerra.

TANQUES EM GUERRA

    Em 1916, na Batalha do Somme, o tanque de guerra entra em combate pela primeira vez, como parte do Exército Real britânico.

Desde o início da guerra de trincheiras, o Exército Real pensa em desenvolver um veículo blindado capaz de transportar soldados e passar por cima de buracos de bomba e barreiras de arame farpado. No início de 1915, Winston Churchill cria uma comissão que faz um protótipo.

Quando é aprovado nos testes, o governo britânico encomenda 100 tanques. Eles são enviados à França em agosto de 1916; 49 são usados em 15 de setembro de 1916. São lentos, complicados e inconfiáveis. Só meia dúzia conseguiu mesmo penetrar em território alemão.

LEIS DO HOLOCAUSTO

    Em 1935, a Alemanha Nazista aprova as Leis de Nurembergue, que dão base legal ao Holocausto. A iniciativa de Adolf Hitler tira dos judeus o direito à cidadania alemã e proíbe relações sexuais e o casamento entre judeus e cidadãos alemães.

São duas leis. A Lei do Cidadão do Reich tira a cidadania alemã dos judeus, que não podem nem desfraldar a bandeira da Alemanha. E a Lei de Proteção do Sangue Alemão e da Honra Alemã proíbe sexo, casamento e até mesmo a contratação da empregadas domésticas de menos de 45 anos, em idade reprodutiva. Estão entre as primeiras medidas discriminatórias que causam o Holocausto.

Um decreto complementar de 14 de novembro de 1935 define como judeu alguém que tenha pelo menos um avô judeu e diz expressamente: "Um judeu não pode ser cidadão do Reich. Não pode exercitar o direito de voto nem ocupar cargo público."

Logo, os passaportes dos judeus são marcados com um J. Em 29 de março de 1938, os judeus são proibidos de exercer a medicina.

Quando os alemães invadem e anexam outros países, aplicam as Leis de Nurembergue nas regiões ocupadas. Em 20 de janeiro de 1942, na Conferência de Wannsee, em Berlim, os líderes nazistas aprovam a "solução final", o extermínio dos judeus da Europa.

Cerca de 11 milhões de pessoas morrem no Holocausto, sendo 6 milhões de judeus, 1,5 milhão de ciganos, comunistas, socialistas, nacionalistas dos países ocupados, negros e membros da resistência antinazista.

Por causa das leis discriminatórias, o tribunal de crimes de guerra para julgar 24 líderes nazistas é instalado em Nurembergue. É o Julgamento de Nurembergue. Doze são condenados à morte na forca.

BATALHA DA INGLATERRA

    Em 1940, a Força Aérea Real derruba 46 aviões da Luftwaffe que invadem o espaço aéreo britânico, se impondo sobre a Alemanha na Batalha da Inglaterra, uma batalha aérea decisiva para impedir a invasão da Grã-Bretanha pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Depois da invasão da Polônia em 1º de setembro de 1939, no início da guerra, em 1940, Hitler ataca a Europa Ocidental, a Noruega, Holanda, Bélgica e ocupa a França em junho. O próximo alvo é o Reino Unido.

A batalha aérea mais importante da história começa em 10 de julho e vai até 31 de outubro de 1940, na visão britânica, e 11 de maio de 1941, na versão alemã.

“Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”, declarou o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, numa referência aos cerca de 1,5 mil pilotos da Força Aérea Real (RAF) que defenderam o Reino Unido no que ele chamou de "nossa melhor hora".

EUA CONTRA-ATACAM NA COREIA

    Em 1950, sob o comando do general  Douglas McArthur, fuzileiros navais dos Estados Unidos desembarcam na Península de Inchon, na Coreia do Sul, e conquistam uma vitória decisiva para rechaçar a invasão norte-coreana na Guerra da Coreia (1950-53).

A Coreia é ocupada pelo Japão em 1910. Com a derrota iminente do Japão para os EUA, em 9 de agosto de 1945, quando os norte-americanos jogam a segunda bomba atômica, em Nagasaki, a União Soviética declara guerra ao Japão e invade o Norte da Península Coreana. Os EUA tomam o Sul, dividindo o país ao longo do paralelo 38º Norte.

Com a Guerra Fria, em 1948, nascem a República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte), comunista, e a República da Coreia (Coreia do Sul). Ambas reivindicam a soberania sobre toda a península.

Em 25 de junho de 1950, o ditador comunista norte-coreano, o Grande Líder Kim Il Sung, manda invadir o Sul para reunificar o país. Os EUA intervêm em apoio à Coreia do Sul.

Com um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, boicotado pela URSS por causa da exclusão da República Popular da China (comunista), os EUA e aliados contra-atacam e tentam reunificar a Península Coreana. A China entra na guerra e empurra os norte-americanos de volta para baixo do paralelo 38º N.

A Guerra da Coreia termina em 27 de julho de 1953 com um armistício. Até hoje, não foi assinado um acordo de paz. Desde 2006, a Coreia do Norte tem armas nucleares.

ALI TRÊS VEZES CAMPEÃO MUNDIAL

    Em 1978, Muhammad Ali vence Leon Spinks e se torna campeão mundial de boxe na categoria peso-pesado pela terceira vez.

Cassius Marcellus Clay Jr. ganha a medalha de ouro do boxe na categoria peso meio-pesado na Olimpíada de Roma, em 1960, e o título mundial dos pesos pesados ao vencer Sonny Liston surpreendentemente em 25 de janeiro de 1964. 

Naquele ano, ele se converte ao islamismo e muda o nome para Muhammad Ali, alegando que usava o sobrenome do senhor de escravos que um dia foi dono de sua família.

Em 1966, Ali rejeita a convocação para o serviço militar por ser contra a Guerra do Vietnã e perde o título mundial. 

Quando a Suprema Corte anula sua condenação, ele volta a lutar. Faz a Luta do Século  e perde para Joe Frazier por pontos em 8 de março de 1971. Recupera o título numa luta mais espetacular ainda, ao vencer George Foreman em Kinshasa, no Zaire, em 30 de outubro de 1974.

GRANDE RECESSÃO

    Em 2008, o banco de investimentos americano Lehman Brothers declara falência, deflagrando uma crise econômico-financeira que seria conhecida como Grande Recessão (2007-9), com impacto no mundo inteiro.


É o dia em que Wall Street, o centro financeiro de Nova York, fale o mundo, destruindo o mito neoliberal de que o mercado é capaz de se autorregulamentar.

Quando estoura a bolha especulativa das empresas ponto.com, em maio de 2000, o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos baixa a taxa básica de juros para 1% ao ano. A recessão acaba em março de 2001, mas isto não fica claro imediatamente.

Por medo do impacto econômico dos atentados terroristas de 11 de setembro daquele ano, o Fed mantém as taxas de juros baixas. Na prática, distribui dinheiro aos bancos, que financiam a casa própria a juros baixos. Emprestam primeiro para quem pode pagar, mas também para os clientes de segunda linha (subprime), com problemas de crédito no passado.

Para não ficar com o risco, os bancos emitem títulos da dívida hipotecária. Vindo de uma economia sólida como os EUA, com um grande mercado imobiliário, a dívida foi terceirizada. Quando o Fed sobe a taxa básica de juros, que chega a 5,25% ao ano em junho de 2006, os juros dos financiamentos sobem na mesma medida e vários mutuários, especialmente os de segunda linha, começam a não pagar.

O problema das hipotecas gera uma crise financeira global a partir de Wall Street. O sistema financeiro, o sangue da economia capitalista, funciona porque os bancos emprestam dinheiro e fazem transferências entre si. Isto exige uma confiança de que será pago. Chega um momento em que nenhuma instituição financeira sabe com certeza da saúde financeiras das outras. Há uma paralisia no mercado de crédito porque ninguém sabe se vai receber.

A falência do Lehman Brothers, depois que o governo dos EUA não encontrou um comprador e não quis intervir no banco, é o início. Mais greve é a situação da maior seguradora do mundo, AIG (America International Group), que tinha desde seguros de carros e imóveis a seguros de grandes empresas e até credit default swaps (obrigações colateralizadas de crédito), um seguro de operações financeiras.

Com dívidas de US$ 180 bilhões, a seguradora AIG é considerada grandes demais para quebrar. Haveria um choque sistêmico na economia dos EUA, com um setor de seguros desenvolvidos.

O presidente George W. Bush lança o Programa de Alívio de Ativos Tóxicos (TARP), de US$ 750 bilhões, e convoca uma reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20), que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia (UE) em busca de uma solução. Os bancos centrais dos países ricos mobilizam US$ 5 trilhões em garantias de crédito e o sistema voltar a funcionar. O Estado salvou o mercado.

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