sábado, 23 de setembro de 2023

Hoje na História do Mundo: 23 de Setembro

DESCOBERTA DE NETUNO

    Em 1846, o astrônomo Johann Gottfried Galle é o primeiro ser humano a observar o planeta Netuno, cuja existência havia sido matematicamente prevista por Urban-Jean-Joseph Le Verrier e John Couch Adams.


O planeta é batizado com o nome do deus romano do mar, Netuno (Poseidon na mitologia grega), filho de Cronos, o Tempo (Saturno para os romanos), e irmão de Zeus, Júpiter na mitologia romana. Júpiter, deus do céu e da terra, Netuno, rei dos mares, e Plutão, o deus dos infernos, governam o mundo.

Netuno é o oitavo e último planeta do Sistema Solar desde que Plutão foi rebaixado a planeta-anão. Está a 4,5 bilhões de quilômetros do Sol. Com 50 mil km de diâmetro, é um dos quatro planetas-gigantes, ao lado de Júpiter, Saturno e Urano. Com densidade 25% maior, tem mais massa do que Urano. Tem 14 luas, mas só duas são conhecidas antes da missão da Voyager 2, em 1989.

É mais um planeta azul, formado principalmente por hidrogênio, hélio, água e compostos voláteis. Não tem superfície sólida. O calor que vem do interior deixa a temperatura um pouco mais alta do que em Urano. Talvez seja responsável fenômenos atmosféricos. Os ventos de Netuno são os mais velozes do Sistema Solar. Por causa da distância, só pode ser observado por telescópio.

A órbita de Netuno é um círculo quase perfeito. Assim, a distância em relação ao Sol praticamente não varia ao longo da revolução em torno do Sol, que leva quase 164 anos.

BILLY THE KID PRESO

    Em 1875, Billy the Kid, um dos mais famosos pistoleiros do Faroeste dos Estados Unidos, é preso pela primeira vez por furtar roupas de uma lavanderia.

Ele foge da cadeia e vira uma lenda no Velho Oeste, onde ganha a reputação de marginal e assassinado, acusado por 21 homicídios.

William Henry McCarty nasce por volta de 1860 em Indiana ou Nova York. Não se sabe ao certo nem quando nem onde. Ele não se relacionava com o pai. Morou com a mãe em Indiana, no Kansas, no Colorado e no Novo México.

Depois de morte da mãe, em 1864, começa uma vida de crimes que termina em 14 de julho de 1881, quando o xerife Pat Garrett o mata em Forte Summer, no Novo México.

REINO DA ARÁBIA SAUDITA

    Em 1932, por decreto real do sultão Abdulaziz ben Abdul Rahman, os reinos de Hejaz e Nadj e dependências se unem para formar o Reino da Arábia Saudita.

A região de Hejaz, no Oeste do país, ao longo do Mar Vermelho, é o berço do Islã. É onde ficam as cidades de Meca e Medina. A Hégira, a fuga de Maomé de Meca para Medina, em 622, é o marco de fundação do islamismo. 

Do outro lado do país, no Leste, ao longo do Golfo Pérsico, estão os campos de petróleo que fazem da Arábia Saudita o segundo maior produtor mundial e o maior exportador de petróleo.

A Dinastia Saud tem uma ligação histórica com o wahabismo, uma versão puritana e ultraconservadora do Islã dominante na Arábia Saudita. Com a riqueza do petróleo, a partir dos anos 1970, os sauditas exportam sua ideologia, que serve de base o jihadismo sunita d'al Caeda e do Estado Islâmico.

O regime é feudal. Não há Constituição escrita. A família real manda em tudo. A religião tem um papel importante no controle social. Há uma polícia religiosa.

Hoje, o país é governado pelo príncipe herdeiro Mohamed ben Salman, acusado de mandar esquartejar um jornalista saudita que morava em Washington no Consulado Saudita em Istambul, na Turquia. 

É o homem que quer modernizar o país. Deixou as mulheres dirigir, mas aumentou a repressão contra as mulheres. Está investindo uma fortuna no futebol, atraindo craques como Cristiano Ronaldo e Neymar. Se suceder o pai, será o primeiro rei saud 

MORTE DE FREUD

    Em 1939, morre em Londres o Dr. Sigmund Freud, neuropsiquiatra, fundador da psicanálise, um dos pensadores mais influentes do século 20.

Filho do segundo casamento de Jakob, um comerciante judeu, Freud nasce em 6 de maio de 1856 em Freiburgo, na Morávia, na época parte do Império Austro-Húngaro, hoje território da República Tcheca.

Em 1859, por razões econômicas, a família se muda para Leipzig e no ano seguinte para Viena, onde Freud vive por 78 anos até fugir da anexação da Áustria pela Alemanha Nazista, em 1938. Não gosta do antissemitismo da capital imperial, mas reconhece a importância política, histórica e cultural.

Sob a inspiração de uma leitura pública de um texto do escritor alemão Wolfgang Goethe, Freud estuda medicina na Universidade de Viena e, em 1882, faz residência no Hospital Geral de Viena. Em 1885, é nomeado professor assistente de neuropatologia. 

Nesta época, se interessa pelos efeitos farmacológicos da cocaína, mas as experiências fracassam.

Seu Projeto para uma Psicologia Científica, texto de 1895, mostra a intenção de encontrar bases fisiológicos e materiais para suas teorias da mente. A obra de Freud inclui teorias da mente humana, uma terapia para tratar os problemas mentais, e uma interpretação da cultura e da sociedade. Em 1896, cria o termo psicanálise.

Freud se associa ao Dr. Josef Breuer, que ao tratar de um caso de histeria, em vez de usar a hipnose, deixa a paciente falar livremente para tentar extrair algo útil ao diagnóstico e percebe que o simples ato de falar dava um certo alívio à paciente. Um ato catártico gera uma descarga e afrouxa os bloqueios emocionais que estão na raiz do comportamento patológico.

Só dez anos depois, ao examinar a livre associação de ideias, Freud se dá conta da importância de estimular esse fluxo do pensamento para tentar chegar às raízes inconscientes dos distúrbios mentais.

Com base em sua experiência clínica no tratamento da histeria, Freud conclui que os sentimentos recalcados têm natureza sexual. Trazer estes conflitos internos à consciência através da livre associação de ideias é a maneira de aliviar os sintomas, vistos como uma reação adaptativa do paciente à repressão dos desejos diante da realidade.

Em julho de 1897, Freud começa a desenvolver outro método: a interpretação dos sonhos, que considera "a estrada real para o conhecimento do inconsciente". O livro A Interpretação dos Sonhos, publicado em 1899, é uma de suas obras-primas. 

A partir de 1902, começa a se reunir na antessala do consultório de Freud o grupo que depois forma a Sociedade Psicanalística de Viena, com Carl Gustav Jung, Otto Rank, Ernest Jones, Alfred Adler, entre outros.

Em 1904, Freud lança Psicopatologia da Vida Cotidiana, uma exame sobre como erros comuns, esquecimentos, trocas de nome, geralmente têm um significado mais profundo. No ano seguinte, publica um ensaio sobre as relações do riso com o inconsciente.

Mas são os estudos de sexologia que dão projeção a Freud e provocam as reações mais fortes, como a existência de uma sexualidade infantil desde o nascimento, a começar pela fase oral, quando o bebê mama nos seios da mãe. Daí vem o conceito do Complexo de Édipo, o personagem do escritor grego Sófocles que mata o pai. A criança gostaria de se livrar do pai para ficar com a mãe só para ela.

Na teoria freudiana, a mente humana é formada pelo id, o substrato instintivo da psique, onde estão os desejos, os instintos de vida e de morte; o ego é a parte consciente, responsável por interpretar a realidade, a memória, as emoções e as percepções, pelas relações do indivíduo com o ambiente; o superego é o princípio do dever, desenvolvido a partir de 5 ou 6 anos, quando a criança começa a internalizar as normas e as obrigações sociais e aprende a se auto-reprimir.

Freud também escreveu sobre cultura, a civilização e a religião. Considera Deus uma criação mítica com a sensação de fragilidade e desamparo das crianças em busca de um protetor onipotente. Civilização e seus Descontes, escrito durante a ascensão do nazifascismo na Europa e do início de sua luta contra um câncer na garganta, é um livro declaradamente pessimista, que vê a repressão como elemento central da civilização.

Em Eros e Civilização: una interpretação filosófica do pensamento de Freud, tendo observado os movimentos jovens dos anos 1960, o filósofo marxista Herbert Marcuse argumenta, reexaminando a obra de Freud, que é possível criar uma civilização não repressiva, uma sociedade não alienada, um princípio da realidade que não esteja em conflito permanente com o princípio do prazer.

TERCEIRA ELEIÇÃO DE PERÓN

    Em 1973, 18 anos depois de ser deposto por um golpe militar e fugido da Argentina e três meses depois de voltar ao país, com 62% dos votos, aos 67 anos, o general e líder populista Juan Domingo Perón é eleito presidente pela terceira vez, com sua terceira mulher, María Estela Martínez de Perón, a Isabelita, como vice-presidente.

O caos que tomava conta da Argentina ficou evidente Batalha de Ezeiza, quando grupos armados da direita e da esquerda peronistas se enfrentaram no aeroporto internacional de Buenos Aires, com 13 mortes, no dia da chegada do caudilho, 20 de junho de 1973.

No peronismo, cabiam correntes ideológicas da Aliança Anticomunista Argentina (AAA), a temida Triple A, de extrema direita, aos Montoneros, um grupo guerrilheiro de extrema esquerda.

Perón morre em 1º de julho de 1974 e Isabelita o sucede. Mas ela não era nem de longe a carismática María Eva Duarte de Perón, a Evita, segunda mulher do caudilho, que não foi candidata a vice na primeira reeleição, em 1951, por pressão dos militares e conservadores.

Outro golpe militar depõe Isabelita em 24 de março de 1976, início da ditadura mais sangrenta da história recente argentina, com total de mortes na guerra suja estimado em 30 mil, que só acaba 1983, depois da humilhante derrota para o Reino Unido na Guerra das Malvinas (1982).

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