terça-feira, 19 de setembro de 2023

Hoje na História do Mundo: 19 de Setembro

DUCADO DA PRÚSSIA

    Em 1657, João II Casimiro Vasa, rei da Polônia e Grão-Duque da Lituânia, renuncia no Tratado de Wehlau à suserania sobre o Ducado da Prússia e nomeia Frederico Guilherme, Grande Eleitor de Brandemburgo desde 1640, como governante soberano do ducado, que fica na Prússia Oriental, hoje dividida entre Polônia, Lituânia e Rússia.

As partes no tratado são a Suécia, de um lado, e a Comunidade Polaco-Lituânia, do outro. Em troca da ajuda militar na Segunda Guerra Nórdica (1655-60) e da devolução de Vármia à Polônia, o rei polonês dá à Dinastina Hohenzollern de Brandemburgo a soberania hereditária sobre o Ducado da Prússia.

A dinastia reconstrói Brandemburgo depois da Guerra dos Trinta Anos (1618-48), mas não tem como manter um exército capaz de garantir a independência. Precisa de aliados, no caso, da Polônia. No fim da guerra, a Polônia conserva Elbing, mas Lauemburgo, Bütow e Draheim vão para Brandemburgo-Prússia.

O Tratado de Wehlau fica em vigor até 18 de setembro de 1773, quando é substituído pelo Tratado de Varsóvia, depois da primeira divisão da Polônia. É um dos maiores erros de política externa da história polonesa. 

Em 5 de agosto de 1772, a Áustria, a Prússia e a Rússia tomam um terço do território e a metade da população da Polônia. A segunda divisão da Polônia acontece em 1793. A terceira divisão, em 1795, acaba com a Comunidade Polaco-Lituana, que foi um dos maiores países da Europa em área. 

Com a unificação da Alemanha, sob o primeiro-minnistro Otto von Bismarck, o Marechal de Ferro, em 1871, depois de vitórias militares sobre a Áustria, a Dinamarca e a França, a Prússia é o estado mais poderoso do Império Alemão.

A Polônia só recupera a independência no fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18), em 1918. A Segunda Guerra Mundial (1939-45) começa com a invasão da Alemanha Nazista na Polônia, em 1º de setembro de 1939. 

A União Soviética mata todo o oficialato polonês no Massacre da Floresta de Katyn, cerca de 22 mil pessoas, em abril de 1940, ocupa a Europa Oriental no fim da guerra e impõe regimes comunistas que duram até 1989, quando abrem-se a Cortina de Ferro e o Muro de Berlim, marcos da divisão do mundo na Guerra Fria. 

DESPEDIDA DE WASHINGTON

    Em 1796, o jornal American Daily Advertiser, publica na Filadélfia o Discurso de Despedida do primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington (1789-97). Num dos documentos fundadores da política externa do país, Washington recusa uma segunda reeleição e apela a seus compatriotas para manter a neutralidade e evitar o envolvimento em conflitos e alianças com a Europa.

O texto é atribuído a três país da pátria; além de Washington, a James Madison e Alexander Hamilton. Madison prepara a versão inicial em 1792, no fim do primeiro mandato de Washington. Hamilton aproveita os primeiros parágrafos de Madison, reescreve e amplia o discurso. Washington revisa e faz a edição final.

No início, o presidente explica a decisão de não concorrer a um terceiro mandato. Diz que queria ter saído no fim do primeiro mandato, mas a conjuntura internacional era perigosa, com a tensão com o Reino Unido, a Revolução Francesa e as guerras na Europa.

Ao futuro presidente, que ainda não está eleito, e à população em geral, Washington lembra que a liberdade e a prosperidade dos EUA dependem da União. Para manter a república e a federação, o país precisa se manter unido.

Em seguida, Washington chama a atenção para as forças capazes de destruir aos EUA: regionalismo, partidarismo e engajamentos no exterior. Ele teme que partidos regionais fortes destruam o país, que o faccionalismo leve os eleitores a votar com base na lealdade a um partido e não ao bem comum, e que o partidarismo alimente um "espírito de vingança" entre os derrotados. Note-se que estes problemas estão presentes hoje na política dos EUA e de outros países democráticos.

George Washington adverte o povo estar alerta contra déspotas em potencial capazes de usar os partidos como "máquinas poderosas para subverter o poder popular e usurpar para si as rédeas do governo".

A maior ameaça é o faccionalismo, a divisão interna, combinada com uma invasão estrangeira, que o partidarismo "abra a porta para a influência externa e a corrupção". Em vez de escolher o melhor candidato, os eleitores tomam suas decisões com base em "ciúmes infundados e alarmes falsos". A difusão de notícias falsas e mentirosas é antiga.

Para evitar intervenções militares estrangeiras, Washington defende uma política externa baseada na neutralidade e no comércio com todos os países, sem aliados nem inimigos permanentes

Washington também destaca a importância da educação para a democracia ao alertar que são "objeto de uma importância primária instituições para a difusão geral do conhecimento. Na proporção em que a estrutura do governo dá força à opinião pública, é essencial que a opinião pública seja iluminada."

No fim, ao falar de seu legado, menciona "a influência benigna de boas leis sob um governo livre".

PIONEIRISMO DO VOTO FEMININO

    Em 1893, com a assinatura da Lei Eleitoral pelo governador-geral, Lorde Glasgow, representante da rainha Vitória, a Nova Zelândia se torna o primeiro país do mundo a dar o direito de voto para as mulheres, depois de anos de movimento sufragista.

As neozelandesas votam e podem ser candidatas pela primeira vez nas eleições de 28 de novembro de 1893. Elizabeth Yates é eleita prefeita de Onehunga. É a primeira mulher a ocupar este cargo no Império Britânico, cuja rainha era mulher, Vitória, e começa no reinado de Elizabeth I (1558-1603).

Nos Estados Unidos, as mulheres conquistam o direito de voto em 1920, no Reino Unido em 1928 e no Brasil em 1934.

NAZISTAS BOMBARDEIAM LENINGRADO

    Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), a Alemanha Nazista rompe o Pacto Germano-Soviético, assinado em 23 de agosto de 1939, nove dias antes do início da guerra, e invade a União Soviética em 22 de junho, cerca Leningrado a partir de 8 de setembro e bombardeia a cidade no dia 19, matando mais de mil russos.

Ao entrar na URSS, o Exército nazista avança em três direções: no Sul, rumo à Ucrânia e ao Vale do Rio Volga; no Centro, em direção a Moscou: e no Norte, rumo a Leningrado (hoje São Petersburgo). O ditador Adolf Hitler pretende arrasar a cidade e entregá-la à Finlândia, que era aliada e atacava a URSS pelo norte.

"O Führer decidiu varrer São Petersburgo da face da Terra", declarou Hitler a seus generais.

Uma tentativa de tomar a cidade com divisões de tanques fracassa em agosto. O Cerco de Leningrado é um dos episódios mais brutais da Segunda Guerra Mundial. Dura 872 dias, até 27 de janeiro de 1944, mata cerca de 800 mil e tenta submeter a cidade pela fome. Os pais proíbem os filhos jovens de sair de casa porque há um mercado negro de carne humana.

TERREMOTO ABALA MÉXICO

    Em 1985, um terremoto de 8,1 graus na escala aberta de Richter atinge a Cidade do México às 7h18min, mata 10 mil pessoas, fere outras 30 mil e deixa dezenas de milhares sem casa.

A capital do México fica num planalto cercado de montanhas e vulcões que antigamente era coberto de lagos. Fica em cima de um aquífero e de areia muito menos estável do que uma rocha que pode se mover rapidamente durante um tremor de terra.

Três mil prédios têm de ser demolidos e 100 mil sofrem danos graves.

Nenhum comentário: