quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Hoje na História do Mundo: 20 de Setembro

PRIMEIRA VIAGEM AO REDOR DA TERRA

     Em 1519, a serviço da coroa espanhola, o navegador português Fernão de Magalhães sai de Sanlúcar de Barrameda com cinco navios e 234 homens em busca de uma passagem no sul do Oceano Atlântico para chegar às Ilhas das Especiarias, hoje Indonésia.

A frota faz escala no Rio de Janeiro em 13 de dezembro e segue rumo ao sul. Explora o Rio da Prata, mas não encontra saída para o Mar do Sul, nome dado por Vasco Núñez de Balboa quando descobre, em 1513, o maior oceano no planeta.

Ao chegar a Porto São Julião, no Sul da Argentina, Magalhães espera cinco meses. Em 21 de outubro de 1520, descobre o estreito batizado com seu nome e entra no oceano que chamou de Pacífico, em contraste com o Atlântico, que os marinheiros chamavam de Mar Tenebroso. O Pacífico está calmo por causa do fenômeno El Niño.

Magalhães morre em combate em Mactán, na região de Cebu, nas Filipinas, em 27 de abril de 1521. O subcomandante, o espanhol Juan Sebastián Elcano completa a viagem na nau Vitória e aporta em Sanlúcar de Barrameda em 8 de setembro de 1522.

BATALHA DE EUROPEUS NA AMÉRICA

    Em 1565, forças da Espanha sob o comando de Pedro Menéndez de Avilés tomam a colônia de protestantes huguenotes da França em Forte Caroline, perto de onde hoje é a cidade de Jacksonville, na Flórida, e matam 135 franceses, na primeira batalha travada por europeus em solo americano. 

A maioria dos mortos é massacrada por ordem de Menéndez sob o pretexto de se tratar de hereges por serem protestantes. O comandante René Goulaine de Laudonnière e outros 40 huguenotes escapam.

Os huguenotes fundam a colônia em 1564 num ponto estratégico da costa da Flórida. O rei Felipe II (imagem), talvez o mais poderoso da história da Espanha, considera um desafio à autoridade do país sobre o Novo Mundo. Envia Menéndez de Avilés para destruir o assentamento francês e criar uma colônia espanhola.

No início de setembro de 1565, o conquistador espanhol funda a primeira cidade europeia na América do Norte. Duas semanas depois, derrota os franceses se e torna o primeiro governador europeu da Flórida. Volta à Espanha em 1567 e é nomeado governador de Cuba.

PORTUGAL EXECUTA JESUÍTA

    Em 1761, Portugal executa o jesuíta Gabriel Malagrida na fogueira por envolvimento na Conspiração dos Távora, um acontecimento da história do país que permite ao poderoso Marquês do Pombal, Sebastião José de Carvalho e Mello, primeiro-ministro do rei José I, esmagar a parte da nobreza que se opõe a ele e a expulsar os jesuítas do Império Português.

Na noite de 3 de setembro de 1758, três homens armados atacam a carruagem real. Em dezembro, começa uma investigação com plenos poderes, inclusive de torturar suspeitos. O Marquês de Távora, a mulher e os dois filhos e 12 jesuítas são presos.

O Duque de Aveiro, que confessa sob tortura, e os quatro Távoras são executados crualmente em 12 de janeiro de 1579. Os jesuítas suspeitos são condenados e todos os outros expulsos do Império Português, inclusive do Brasil, em 3 de setembro, um ano depois do ataque ao rei. Malagrida é considerado culpado de heresia e traição. Pega pena de morte.

Até o fim do reinado de Dom José I (1750-77), o Marquês do Pombal é a figura dominante da política em Portugal. É um déspota esclarecido. É o período em que o Brasil se torna Vice-Reino, em 1763, quando a capital é transferida de Salvador para o Rio de Janeiro. A descoberta de ouro em Minas Gerais muda o eixo econômico do país para o Sudeste.

Quando Dona Maria I (1777-1816), a Rainha Louca, ascende ao trono com a morte do pai, o caso é reaberto. Pombal é acusado de abuso de poder por impor um reino do terror sem precedentes, com práticas extrajudiciais. Como já é idoso, a única punição é ser banido de Lisboa.

CONVENÇÃO NACIONAL

    Em 1792, durante a Revolução Francesa (1789-99), a Convenção Nacional substitui a Assembleia Legislativa, num marco do início da Primeira República. Suas primeiras decisões são proclamar a República e promulgar uma nova Constituição.

A revolta popular começa depois da derrota da França para o Império Britânico na Guerra dos Sete Anos (1756-63) e de invernos rigorosos que causam quebras de safra e fome. O marco do início da revolução é a tomada da Bastilha, a prisão que é um símbolo do antigo regime.

O Período da Convenção é o segundo da Revolução Francesa. Vai até 26 de outubro de 1795. Os girondinos, moderados, dominam a primeira parte, mas perdem a força com derrotas nas guerras contrarrevolucionárias de outros países europeus.

De 31 de maio a 2 de junho de 1793, uma insurreição popular leva a um expurgo dos girondinos. Os jacobinos, muito mais radicais, tomam o poder sob a liderança de Jean-Paul Marat, Georges-Jacques Danton e Maximiliano Robespierre.

Os jacobinos comandam o Período de Terror, de 5 de setembro de 1793 a 27 de julho de 1794, quando o Comitê de Salvação Pública e os tribunais revolucionários condenam milhares à morte. Até ser deposto e guilhotinado, Maximiliano de Robespierre mandava mais do o rei.

Das 50 mil mortes estimadas em dez anos de Revolução Francesa, cerca de 10 mil são durante o Período do Terror. Luís XVI e Maria Antonieta são guilhotinados em 1793.

GUERRA DA CRIMEIA

    Em 1854, o Reino Unido e a França vencem a Rússia na Batalha do Rio Alma. Isto ameaça a base naval russa de Sebastopol e toda a estratégia da Rússia na Guerra da Crimeia (1853-56).

A guerra tem origem no conflito entre grandes potências no Oriente Médio. A Rússia exige o direito de proteger cristãos ortodoxos dentro do Império Otomano, muçulmano. Quando os turcos tomam Constantinopla, em 29 de maio de 1453, no fim da Idade Média, Moscou se apresenta como terceira Roma e o chefe do Principado ou Ducado de Moscou passa a se chamar czar (césar).

O Reino Unido e a França apoiam o Império Otomano, que rejeita a pressão da Rússia, que por sua vez ocupa principados no Rio Danúbio. Em 4 de outubro de 1853, a Turquia declara guerra à Rússia. As esquadras britânica e francesa entram no Mar Negro em 3 de janeiro de 1854.

As tropas aliadas desembarcam na Crimeia em setembro de 1854 e impõem um cerco de um ano até a queda de Sebastopol. Quando a Áustria ameaça entrar na guerra, a Rússia aceita as exigências dos aliados.

O Tratado de Paris, de 30 de março de 1856, garante a integridade do Império Otomano. A Rússia é obrigada a ceder o Sul da Bessarábia, na foz do Rio Danúbio. O Mar Negro é declarado neutro e o Danúbio é aberto à navegação de todos os países.

Por causa da derrota, o czar Alexandre II (1855-81) sente a necessidade de fazer reformas para modernizar a Rússia. Em 1861, acaba com a servidão.

A Áustria-Hungria fica mais dependente da França e do Reino Unido, que não a socorrem em 1859 e 1866, em guerras que levam às unificações, respectivamente, da Itália e da Alemanha 

ROMA INCORPORADA À ITÁLIA

    Em 1870, as forças do Reino da Itália, unificado em 1861, tomam e anexam Roma e limitam a autoridade do Papa ao Vaticano. É o fim dos Estados Pontifícios.

O revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, que lutou na Revolução Farroupilha (1835-45), tenta tomar Roma em 1862 e 1867. A retirada de uma guarnição francesa que protegia o papa Pio IX permite a conquista da cidade em 1870. 

Cerca de 50 mil italianos enfrentam 13.157 soldados papais. Num combate na Porta Pia, uma das antigas entradas da cidade, morrem 49 soldados italianos e 19 da força papal.

O ataque começa às cinco da manhã. Um hora depois, os primeiros emissários chegam à residência papel para negociar os termos da rendição  Pio IX se recusa a aceitar os termos e se entrincheira como um prisioneiro no Vaticano. Ordena aos católicos que rejeitem o novo Estado italiano e excomunga o rei Vítor Emanuel II.

Em outubro, um plebiscito decide que Roma será a capital da Itália.

PRIMEIRO FESTIVAL DE CANNES

    Em 1946, começa o primeiro Festival de Cinema de Cannes, uma cidade praiana da Riviera Francesa, no Mar Mediterrâneo. Deveria ter sido em 1939, mas a Segunda Guerra Mundial (1939-45) adia os planos.

O primeiro festival internacional de cinema é realizado em Veneza, na Itália, em 1932. Com a ascensão do Nazifascismo, em 1938, os ditadores italiano Benito Mussolini e alemão Adolf Hitler interferem na escolha e premiação dos filmes. 

A França decide, então, organizar seu próprio festival, que começa em 1º de setembro de 1939, dia do início da guerra, com a invasão da Polônia pela Alemanha. Só um filme é apresentado, O Corcunda de Notre Dame, do diretor americano William Dieterle. Dois dias depois, a França e o Reino Unido declaram guerra à Alemanha.

Quando finalmente o festival é realizado, em 1946, participam filmes como Farrapo Humano, do austríaco-americano Billy Wilder; Cidade Aberta, do italiano Roberto Rosselini; A Batalha dos Trilhões, do francês René Clement; e Desencanto, do inglês David Lean.

Como o objetivo maior é estimular a criatividade, nove filmes ganham o grande prêmio.

BILLIE JEAN VENCE A BATALHA DOS SEXOS

    Em 1973, aos 29 anos, a tenista americana Billie Jean King vence o ex-número um do mundo Bobby Riggs, de 55 anos, por 3-0 (6-4, 6-3, 6-3) no Astródomo de Houston, no Texas, na Batalha dos Sexos.

Apesar da idade, Riggs, machista assumido, está convencido de que ainda é capaz de vencer qualquer mulher. Mais de 30 mil pessoas assistem ao jogo no estádio e 50 milhões pela televisão.

Billie Jean entra no estádio no estilo de Cleópatra, a rainha do Egito que foi amante dos generais romanos Júlio César e Marco Aurélio, numa liteira dourada carregada por homens vestidos como os escravos da Antiguidade. Riggs chega num riquixá puxado por modelos femininas.

Uma das maiores tenistas da história, Billie Jean ganha aos 17 anos o torneio de duplas femininas do Campeonato de Wimbledon, o primeiro de seus 20 títulos na mais tradicional competição do tênis. Em 1971, é a primeira atleta mulher a ganhar mais de US$ 100 mil em prêmios num ano.

"NÃO PERGUNTE, NÃO CONTE"

    Em 2011, termina a política adotada em 1º de outubro de 1993, no governo Bill Clinton (1993-2001) para permitir a participação de homossexuais nas Forças Armadas dos Estados Unidos de nome Não pergunte, não conte. pela qual os gays podem servir como militares desde que mantenham a privacidade de sua vida sexual.

O veto a militares gays nos EUA é imposto durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Clinton promete resolver o problema. Enfrenta forte oposição no Congresso, dentro de seu próprio partido, e entre os militares. A exigência de privacidade é a maneira de obter a aprovação da proposta.

Em dezembro de 2010, a Câmara de Representantes e o Senado dos EUA repeliram a política, dando plena liberdade aos LGBTs+ nas Forças Armadas.

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