sábado, 30 de setembro de 2023

Hoje na História do Mundo: 30 de Setembro

FLAUTA MÁGICA

    Em 1791, a ópera A Flauta Mágica, de Wolfgang Amadeus Mozart, estreia em Viena.

Um dos maiores músicos e compositores de todos os tempos, Mozart nasce em Salzburgo, na Áustria, em 27 de janeiro de 1756, ano em que o pai, Leopold, publica um manual sobre como tocar violino. 

O talento do menino é formidável. Aos três anos, tira os primeiros acordes no cravo. Aos quatro, toca pequenas peças. Aos cinco, compõe. O pai leva o menino-prodígio a viajar pela Europa. 

Em Paris, Mozart publica sua primeira composição: uma sonata para teclado e violino dedicada a uma princesa real. Em Londres, conhece Johann Christian Bach, filha mais moço de Johann Sebastian Bach, outro dos maiores compositores da história. Sob sua influência, Mozart compõe sua primeira sinfonia.

Aos 13 anos, Mozart domina a linguagem musical. Como nenhum outro compositor, escreve músicas de todos os gêneros de sua época e é excelente em todos.

PRIMEIRO DEPUTADO HISPÂNICO

    Em 1822, Joseph Marion Hernández é o primeiro hispânico eleito para o Congresso dos Estados Unidos.


Hernández nasce na Espanha e morre em Cuba. Durante a vida, é o primeiro hispano-americano a servir no alto nível de um dos três poderes dos EUA.

WILSON DEFENDE VOTO FEMININO

    Em 1918, o presidente Woodrow Wilson defende o voto feminino em discurso no Congresso dos Estados Unidos.

A Câmara dos Representantes aprova a 19ª Emenda à Constituição dos EUA, que institui o voto feminino, mas ainda falta a aprovação do Senado.

Em 1917, Wilson enfrenta piquetes de sufragettes que o acusam de não se importar com sua causa. Várias ativistas são presas e fazem greve de fome na cadeia. Quando sabe que elas estão sendo alimentadas à força, Wilson decide fazer o pronunciamento.

Mesmo assim, a emenda só é aprovada em 4 de junho de 1919. Ela diz que “o direito de voto dos cidadãos dos EUA não pode ser negado ou restringido com base no sexo.”

ACORDO DE MUNIQUE

    Em 1938, os primeiros-ministros do Reino Unido, Neville Chamberlain, e da França, Edouard Baladier, cedem a região dos Sudetos, na Tcheco-Eslováquia, à Alemanha de Adolf Hitler para evitar a guerra, mas só conseguem adiar por um ano.

Depois de anexar a Áustria, na primavera de 1938, Hitler começou a apoiar a reivindicação dos tcheco-eslovacos de origem alemã da região dos Sudetos por relações mais próximas com a Alemanha, dentro de seus planos para criar a Grande Alemanha.

Hitler exige, em 22 de setembro, a cessão imediata dos Sudetes e a remoção da população de origem eslava. No dia seguinte, a Tcheco-Eslováquia mobiliza o Exército, mas a França e o Reino Unido decidem evitar a guerra.

Chamberlain e Baladier vão a Munique em 24 de setembro e acabam entregando os Sudetos a Hitler. De volta a Londres, Chamberlain apresenta o Acordo de Munique como uma garantia de “paz no nosso temopo”.

Em março de 1939, a Alemanha toma o resto da Tcheco-Eslováquia. A invasão da Polônia pelos nazistas, em 1º de setembro de 1939, marca o início da Segunda Guerra Mundial. Mais uma vez, Hitler alega que as populações de origem alemã estão sendo perseguidas. Desta vez, a França e o Reino Unido declaram guerra à Alemanha.

PONTE AÉREA DE BERLIM

    Em 1949, depois de mais de 278 mil voos que transportam 2.323.738 toneladas de carga em um ano e três meses, termina a Ponte Aérea dos aliados ocidentais para romper o Bloqueio de Berlim Ocidental, imposto pelo ditador soviético Josef Stalin em 24 de junho de 1948.

Quando termina a Segunda Guerra Mundial (1939-45), os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a União Soviética ocupam a Alemanha. Os setores dominados pelas potências ocidentais adotam o sistema capitalista e a parte soviética o regime comunista.

Berlim, a capital da Alemanha, também é dividida e fica dentro do lado oriental. Berlim Ocidental se torna então um enclave capitalista no setor soviético. Ao bloquear o acesso terrestre à cidade, Stalin pressiona os aliados ocidentais a ceder o controle da cidade, mas perde a parada.

Em resposta ao Bloqueio de Berlim, nasce em 4 de abril de 1949 a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA, para conter o expansionismo soviético.

NAUTILUS ENTRA EM AÇÃO

    Em 1954, o Nautilus, primeiro submarino nuclear, entra em atividade.

O Congresso dos Estados Unidos autoriza a fabricação do submarino nuclear em julho de 1951. A construção começa em 14 de junho de 1952 no estaleiro da General Eletric em Connecticut. 

Em 21 de janeiro de 1954, a primeira-dama Mamie Eisenhower quebra uma garrafa de champanha no casco e o Nautilus é lançado ao mar.

Muito maior do que os antigos submarinos movidos a óleo diesel, o Nautilus tem 97 metros de comprimento e atinge uma velocidade de 37 quilômetros por hora. Em 1958, faz a primeira viagem sob o Polo Norte.

ANO EM QUE VIVEMOS PERIGOSAMENTE

    Em 1965, militares rebeldes do Movimento 30 de Setembro sequestram sete generais dos quais seis seriam mortos na madrugada do dia seguinte numa tentativa de golpe frustrada na Indonésia. O movimento alega que dá o golpe para evitar um golpe contra o presidente Ahmed Sukarno, um nacionalista de esquerda, que é derrubado num golpe liderado pelo general Mohamed Suharto com o apoio dos Estados Unidos durante a Guerra Fria.


No fim de 1º de outubro, Suharto toma a iniciativa. Os líderes militares que tomam o poder acusam o Partido Comunista da Indonésia (PKI) de estar por trás da primeira tentativa de golpe. Os comunistas negam qualquer responsabilidade e atribuem a conspiração ao Exército como parte do plano para derrubar Sukarno, que perde os poderes gradualmente até ser substituído por Suharto em março de 1967.

A ditadura militar persegue e massacra os comunistas, a começar por Java e Báli. O total de mortes é estimado em um milhão. É O Ano em que Vivemos Perigosamente, título de um filme sobre a tragédia indonésia. O governo dos EUA sabia de tudo, como revelam documentos secretos desclassificados em 2017 que estão no Arquivo da Segurança Nacional.

Suharto governa como um ditador até 1998, quando cai em meio à Crise Asiática de 1997.

CARICATURAS DE MAOMÉ

    Em 2005, o jornal diário dinamarquês Jyllands Posten publica caricaturas satíricas do profeta Maomé e deflagra uma onda de protestos de muçulmanos no mundo inteiro que vai até fevereiro de 2006, com mais de 250 mortes.

O islamismo só venera Alá (Deus, em árabe). Tem uma grande preocupação de prevenir a idolatria. Não há santos nem nada mais a ser cultuado. As correntes mais radicais proíbem até mesmo a representação da figura humana, o que leva a um conflito com a morte de um príncipe quando a televisão é instalada na Arábia Saudita.

Assim, a visão sarcástica e humorística do jornal dinamarquês é considerada uma blasfêmia em alto grau. O jornal se defende alegando que quer apenas provocar o debate sobre a crítica ao islamismo e a autocensura. Organizações muçulmanas dinamarquesas entram na Justiça, que rejeita o caso em nome da liberdade de imprensa.

Para o primeiro-ministro Anders Fogh Rasmussen, é o pior problema de política externa da Dinamarca depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45). Aumenta a tensão entre o Ocidente e os países muçulmanos, que já era grande com os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e a Guerra contra o Terror do governo George W. Bush (2001-9), com as invasões do Afeganistão em 2001 e do Iraque em 2003.

O caso provoca um debate sobre liberdade de expressão e tolerância religiosa.

Dez anos depois, em 7 de janeiro de 2015, o jornal semanal francês Charlie Hebdo publica caricaturas de Maomé e é alvo de um atentado terrorista em Paris em que e 12 pessoas, 11 funcionários do jornal e um policial, são metralhados.

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