quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Hoje na História do Mundo: 28 de Setembro

BATALHA DE MURSA MAIOR

    Em 351, o imperador Constâncio II, do Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla, vence o usurpador Flávio Magnêncio na Batalha de Mursa, considerada a mais sangrenta do século 4.

O general Magnêncio depõe e mata em 18 de janeiro de 350 o augusto (sucessor) do Ocidente, Constante I, se autoproclama imperador e recebe o apoio da Britânia, da Gália e da Hispânia.

Magnêncio propõe uma aliança a Constâncio II, com o duplo casamento do usurpador com Constantina, irmã de Constante I e Constâncio II, e de Constâncio II com a filha de Magnêncio. Constâncio, Constantina e Constante são filho do imperador Constantino I (306-337).

Constâncio II rejeita a proposta de conciliação e prende todos os embaixadores de Magnêncio, menos um, que leva a resposta. O resultado é mais uma guerra civil dentro do Império Romano.

Depois de sofrer derrota em Siscia, hoje Sisek, na Croácia, e em Sírmio, hoje Sremska Mitrovica, na Sérvia, Magnência cerca as forças de Constâncio II em Mursa, hoje Osijek, na Croácia.

Mesmo tendo menos soldados, Constâncio II resiste ao cerco e, com a força de sua cavalaria, vence o inimigo. É a primeira derrota de legionários romanos para uma cavalaria pesada, mas os vencedores sofrem mais perdas (30 mil homens) do que os vencidos (24 mil).

INVASÃO NORMANDA

    Em 1066, Guilherme, o Conquistador, Duque da Normandia, invade a Inglaterra, iniciando uma nova era na história do país depois de vencer o rei Haroldo II na Batalha de Hastings, em 14 de outubro, com a ajuda de arqueiros e cavalaria, armas de guerra decisivas na Idade Média.

Guilherme é filho bastardo de Roberto I, Duque da Normandia. Como não tem outros filhos, o duque o nomeia sucessor. Com a morte do pai, em 1035, aos sete anos, Guilherme vira Duque da Normandia.

Em 1051, ele teria visitado o rei Eduardo, o Confessor, seu primo, que não tinha filhos e teria lhe prometido o trono da Inglaterra. Mas, no seu leito de morte, Eduardo muda de ideia e oferece o trono a Haroldo Godwinson, filho da família mais nobre da Inglaterra, mais poderoso do que o próprio rei.

Quando Eduardo morre e Haroldo é proclamado sucessor, Guilherme não aceita e prepara a invasão. Haroldo II também enfrenta o rei Haroldo III, da Noruega, e o próprio irmão, Tostigo, que unem forças e invadem a Inglaterra vindo da Escócia.

Haroldo II vence e mata os dois na Batalha de Stamford Bridge, em 25 de setembro. Ao fazer isso, deixa desguarnecido o Canal da Mancha. Três dias depois, Guilherme desembarca em Pevensey com 7 a 12 mil homens, a metade arqueiros e cavaleiros.

Então, Haroldo marcha para o Sul com um exército de 5 a 13 mil homens, quase todos soldados de infantaria. A Batalha de Hastings começa às nove da manhã e vai até o anoitecer. A morte de Haroldo II sela a derrota dos anglo-saxões. Estima-se que tenham morrido 2 mil homens de cada lado. Nunca mais um anglo-saxão ocupou o trono da Inglaterra.

Guilherme I é coroado no Natal de 1066 na Abadia de Westminster, dando início à Dinastia Normanda. A Conquista Normanda é consolidada com a expropriação das terras dos ingleses, entregue a seus aliados do continente, e o expurgo dos ingleses da Igreja e de altos cargos governamentais. Muitos anglo-saxões fogem para a Escócia, a Irlanda e a Escandinávia.

A língua inglesa, uma mistura do francês antigo, do latim e de línguas germânicas dos anglo-saxões, é um fruto da Conquista Normanda.

Outra consequência foi a formação de um reino que ia da Inglaterra à Normandia, no Norte da França, e que mais tarde incluiria a Aquitânia, levando o rei da Inglaterra a reivindicar várias vezes a coroa francesa, como na Guerra dos Cem Anos (1337-1453).

Só em 1801, no início da era de Napoleão Bonaparte, o então Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda abre mão da reivindicação de soberania sobre a França, inclusive porque o imperador da França poderia reivindicar a coroa britânica. Napoleão só não invade a Inglaterra porque a Marinha Real britânica sob o comando do almirante Horácio Nelson vence os franceses nas batalhas de Abukir (1799) e Trafalgar (1805).

BATALHA DE YORKTOWN

    Em 1781, o Exército Continental, sob o comando de George Washington, com o apoio de um exército francês liderado pelo Marquês de Lafayette e do Conde de Rochambeau, começa o cerco de Yorktown. A batalha termina com a rendição das forças do Império Britânico sob o comando do Lorde Charles Cornwallis e ao fim da Guerra da Independência dos Estados Unidos, que acaba oficialmente com o Tratado de Paris assinado em 3 de setembro de 1783.

O Reino Unido envia uma frota com 7 mil homens, mas é tarde demais. Com 14 mil soldados, as forças franco-norte-americanas tomam as posições fortificadas do Exército Real  em Yorktown. Cercado, com menos armas e escassez de comida, os britânicos se rendem em 19 de outubro de 1781. É o fim da guerra. A partir daí, os britânicos começam a negociar o fim do conflito.

LEI DO VENTRE LIVRE

    Em 1871, o Senado aprova e entra em vigor no Brasil a Lei do Ventre Livre, que dá liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir desta data, dentro do movimento pela abolição da escravatura.

Mais de 5 milhões de africanos são trazidos para o Brasil como escravos desde o século 16. Com a Revolução Industrial, em 1807, o Reino Unido abole a escravidão (em 1833 nas colônias) porque a indústria precisa de consumidores e começa a pressionar outros países a fazer o mesmo.

O Brasil proíbe o tráfico de escravos em 1850 com a Lei Eusébio de Queirós. No mesmo ano, o deputado cearense Silva Guimarães apresenta um projeto para libertar as crianças filhas de escravos, mas a proposta é rejeitada.

Em 1866, o Visconde de São Vicente propõe cinco projetos. O Conselho de Estado unifica as propostas no que seria a base da Lei do Ventre Livre, mas a Guerra do Paraguai (1864-70) atrasa a tramitação. 

O projeto volta à pauta do Congresso em 1871. Também é chamado de Lei Rio Branco, por ter sido aprovada sob o primeiro-ministro José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, pai do Barão do Rio Branco, o mais importante ministro das Relações Exteriores do Brasil.

FIDEL DEIXA CUBANOS SAÍREM

    Em 1965, o ditador Fidel Castro anuncia que todos os cubanos quiserem sair do país são livres para fazer isso. deflagrando uma onda migratória em que centenas de milhares vão de Cuba para a Flórida.

A revolução toma o poder em Havana em 1º de janeiro de 1959, depois de anos de luta contra a ditadura de Fulgencio Batista, apoiada pelos Estados Unidos, que apoiam a fracassada tentativa de invasão da Baía dos Porcos, em abril de 1961, e impõem um embargo econômico a Cuba.

Na Crise dos Mísseis em Cuba, em outubro de 1962, os EUA reagem à tentativa da União Soviética de instalar mísseis nucleares na ilha. O mundo nunca esteve tão perto de uma guerra nuclear. Em troca da retirada dos mísseis, os EUA fazem um acordo tácito para não invadir Cuba.

DEGELO DO ÁRTICO

    Em 2018, o navio de carga Venta Maersk chega a São Petersburgo, na Rússia Europeia, mais de um mês depois de sair de Vladivostok, no extremo leste do país, viajando por uma rota aberta no Polo Norte pelo degelo do Oceano Ártico.

Antes da redução da calota polar ártica pelo aquecimento global, a viagem era feita contornando o Sudeste Asiático, e atravessando o Oceano Índico para cruzar o Canal de Suez e o Mar Mediterrâneo até chegar ao Oceano Atlântico. 

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