quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Crescimento recorde recupera parte das perdas nos EUA

 A economia dos Estados Unidos cresceu 7,4% no terceiro trimestre, o ritmo mais forte do pós-guerra, mas a recuperação é apenas parcial porque caíra 9% no segundo trimestre sob o impacto da pandemia do novo coronavírus. 

O presidente Donald Trump tenta faturar politicamente. É sua última esperança de se reeleger em 3 de novembro, mas o aumento do contágio vai no sentido contrário.

O produto interno bruto da maior economia do mundo ainda está 3,5% abaixo do nível do fim do ano passado. Mais de 20 milhões de americanos recebem algum tipo de auxílio-desemprego. Com o fim do plano de estímulo e o aumento da contaminação pelo coronavírus, a recuperação perde força.

Enquanto Trump festejava "o maior e melhor [resultado do PIB] da história do país" e prometia que "o próximo ano será fantástico", o ex-vice-presidente Joe Biden, candidato da oposição, contra-atacou. 

"Este relatório sublinha três verdades inescapáveis em relação à economia de Donald Trump: estamos num buraco profundo e o fracasso na ação do presidente significa que o crescimento do terceiro trimestre não basta para sairmos; a recuperação está se desacelerando ou estagnando; e a recuperação ajuda quem está por cima, mas deixa milhões de dezenas de famílias de trabalhadores e pequenos empresários para trás", declarou Biden.

O consumo, especialmente de bens duráveis, aumentou 40,7%. O investimento privado avançou 83%, mas o gastos público caiu 4,5% e o investimento em infraestrutura, 14,5%.

"A realidade é que os números do PIB mostram que a economia americana reagiu fortemente com a suspensão das medidas de confinamento", comentou o economista James McCann, da corretora Aberdeen Standard Investments, citado pelo jornal britânico Financial Times. "Mas como o estímulo passou, as infecções por covid-19 estão aumentando de novo e o Congresso não chega a um acordo sobre um novo pacote de incentivo, estes números positivos não vão durar."

Mais 751 mil americanos entraram com novos pedidos de seguro-desemprego na semana passada, uma queda de 40 mil em relação à semana anterior, num sinal de fraqueza do mercado de trabalho. 

O recorde, de 6,87 milhões, foi registrado em março. O Programa Federal de Assistência na Pandemia, que oferece auxílio para autônomos e microempresários, que não têm direito ao seguro-desemprego federal, teve quase 360 mil novos pedidos.

Com o crescimento do PIB, a Bolsa de Valores de Nova York fechou em alta moderada de 0,5%.

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