Os acadêmicos americanos Paul Milgrom, de 72 anos, e Robert Wilson, de 83 anos, pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, nos Estados Unidos, foram agraciados hoje com o Prêmio Nobel de Economia de 2020 por "melhoramentos na teoria dos leilões e pela invenção de novos formados de leilões", que permitiram leiloar bens e serviços difíceis de vender, anunciou em Estocolmo e Academia Real de Ciências da Suécia.
Seu trabalho deu resultado prático, beneficiou "compradores, vendedores, contribuintes, usuários e a sociedade como um todo", declarou Tommy Andersson, do comitê do Nobel. "Os projetos foram implementados no mundo todo para vender frequências de rádio, cotas de pesca e direitos de aterrissagem em aeroportos."
Ao receber a notícia, Wilson prometeu guardar sua metade do prêmio em dinheiro (5 milhões de coroas suecas = R$ 3,15 milhões) para a mulher e os filhos e confessou nunca ter participado de um leilão. Ele contribuiu para a reengenharia do sistema elétrico com suas tarifas multidimensionais.
Wilson concluiu que os compradores tendem a oferecer inicialmente menos do que o valor dos produtos ou serviços em leilão por medo de pagar caro demais, especialmente quando estão mal informados. O contrário é a chamada maldição do comprador, quando ele realmente paga mais do que o valor real
Milgrom se especializou no mercado de telecomunicações, de leilões de frequências do espectro eletromagnético, criou uma consultoria nesta área e também pesquisou os mercados de diamantes, madeira, gás natural e software. Concluiu que os compradores tendem a pagar menos no modelo britânico, que parte de um preço mínino, do que no holandês, onde o preço começa alto e pode cair.
Num mundo onde parte do faturamento do Google vem de leilões digitais e empresas como eBay universalizaram os leilões por objetos, seus estudos pioneiros ajudaram, por exemplo, governos a administrar melhor os leilões nos mercados de eletricidade, telecomunicações e petróleo.
A premiação deste ano consolida o domínio dos EUA no Prêmio Nobel de Economia. Dos 86 premiados até hoje, 45 eram americanos. Só duas mulheres ganharam até hoje: a americana Elinor Ostrom, em 2009, e a francesa Esther Duflos, em 2019, por seu trabalho no combate à pobreza e à desigualdade social.
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