Para comprar apoio político, a Venezuela de Hugo Chávez manda malas de dinheiro para a Nicarágua de Daniel Ortega, revelam documentos do Departamento de Estado dos EUA revelados pela organização não governamental WikiLeaks.
Pela descrição dos diplomatas americanos, o regime presidido por Ortega é financiado pelo narcotráfico e por "maletas cheias de dinheiro" enviadas por Chávez. Pelo jeito, não é só o venezuelano-americano Guido Alejandro Antonini Wilson, preso quando chegava a Buenos Aires com US$ 790 mil para a campanha presidencial de Cristina Kirchner, em 2007, que anda por aí com malas de dinheiro da Venezuela.
"O presidente está completamente louco", conta um dos informantes dos EUA. "Tornou-se numa ameaça para o país. Crê até mesmo que freiras velhas estão rezando para que o assassinem."
Quatro memorandos acusam Ortega e a Frente Sandinista de Libertação Nacional, que derrubou a ditadura de Anastasio Somoza Debayle em 1979, de receber dinheiro de traficantes "em troca da libertação por juízes sandinistas de traficantes capturados pela Polícia e o Exército".
Essas operações sombrias seriam comandadas por Lenín Cerna, ex-diretor de segurança do Estado, e pelos juízes da Corte Suprema Rafael Solís e Camilo Argüello.
As relações com o tráfico viriam desde o governo revolucionário sandinista (1979-90), quando Ortega teria protegido o chefão do Cartel de Medelim, Pablo Escobar, depois do assassinato de um ministro da Justiça da Colômbia.
Como a Colômbia controla duas ilhas do Mar do Caribe reivindicadas pela Nicarágua, Santo André e Providência, e o governo colombiana luta há décadas contra grupos guerrilheiros de esquerda, Ortega e os sandinistas a consideram inimiga.
Até mesmo uma denúncia de estupro contra o boxeador Ricardo Mayorga teria sido aproveitada por Ortega para livrá-lo da Justiça em troca de dinheiro e publicidade em campanhas eleitorais,
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário