Mesmo sem responsabilizar diretamente Israel antes da conclusão do inquérito, a decisão é mais uma derrota de relações públicas para o país, amplamente condenado no tribunal da opinião pública internacional.
Em primeiro lugar, o assalto aos navios em águas internacionais foi totalmente ilegal, o que dava aos ativistas o direito de se defender em legítima defesa.
É claro que pacifistas não costumam atacar com barras de ferro, fundas e canivetes, mas obviamente Israel usou força excessiva e perdeu a batalha de relações públicas.
Não há dúvidas de que o objetivo da flotilha era romper o bloqueio a Gaza, onde a ajuda humanitária que chega pelos meios permitidos por Israel é insuficiente para 1,5 milhão de pessoas. O bloqueio a Gaza é uma forma de punição coletiva aos palestinos, o que é absolutamente ilegal à luz do direito internacional.
Israel caiu na armadilha dos ativistas. Perdeu mais uma batalha junto à opinião pública mundial e seu único aliado muçulmano, a Turquia, que estava se afastando desde a ofensiva contra o Hamas em Gaza no fim de 2008 e início de 2009.
Isso atrapalha ainda mais a estratégia do governo Obama para negociar a paz no Oriente Médio. Ao não condenar Israel, os EUA confirmam mais uma vez que não são mediadores neutros no conflito árabe-israelense.
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