Em 30 de junho de 1960, um discurso do rei Balduíno, da Bélgica, no parlamento, em Leopoldville, hoje Kinshasa, marcou a libertação do Congo do colonialismo europeu, mas não da tragédia.
O primeiro-ministro Patrice Lumumba, um dos heróis da esquerda nos anos 60, era simpatizante da União Soviética. Foi deposto e assassinado em janeiro de 1961, um crime que deflagrou uma guerra civil onde pela primeira vez tropas das Nações Unidas entraram em combate.
Quando acompanhava a operação, o secretário-geral da ONU Dag Hammarksjold morreu num acidente de avião.
Em 1965, um golpe militar levou ao poder Joseph Desirée Mobutu, um ex-sargento do Exército colonial belga que implantou uma ditadura com o apoio dos Estados Unidos durante a Guerra Fria.
Mobutu mudou o nome do país para Zaire e acumulou uma fortuna de R$ 10 bilhões enquanto a maioria da população vivia na miséria.
Em 1994, o genocídio em Ruanda provocou uma fuga em massa para o Nordeste do Congo, deflagrando uma guerra civil que, em 1997, levou à queda de Mobutu e à ascensão de Laurent Kabila, um guerrilheiro veterano que lutara ao lado de Che Guevara nos anos 60.
Na época, o Che disse que Kabila era "bêbado e mulherengo", sendo impossível fazer uma revolução com um cara daqueles. Ele acabou vencendo e mudou o nome do país para República Democrática do Congo.
A queda de Mobutu foi o estopim da chamada Primeira Guerra Mundial Africana. Durante anos, nove exércitos nacionais e centenas de grupos rebeldes travaram uma guerra sangrenta pelas formidáveis riquezas minerais do Congo.
Cerca de 5,4 milhões de africanos morreram em combate, de fome ou de doenças propagadas pela guerra. O próprio Laurent Kabila foi assassinado em 2001, sendo substituído pelo filho, Joseph Kabila, que conseguiu negociar um tratado de paz, mas não controla todo o território do país.
A tensão é enorme, especialmente no Nordeste do Congo, nas fronteiras com Ruanda e Uganda.
Na festa da independência, diante de 15 presidentes africanos, Kabila fez um apelo pelo fim dos "ataques contra a vida e a dignidade humanas", em especial a violência generalizada contra mulheres, que se tornou uma das marcas do conflito congolês.
Joseph Kabila prometeu reconciliação nacional, recriação de um sistema política multipartidário, a liberlalização da economia e dos meios de comunicação, e eleições transparentes e democráticas.
Em Bruxelas, na Bélgica, cerca de 500 refugiados congoleses protestaram, afirmando que as crianças do Congo estão morrendo de fome e que em 50 anos de independência o total de mortos chega a 10 milhões.
• Em Bruxelas, houve um protesto contra o governo Joseph Kabila (3192).
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