Pelas pesquisas de boca de urna, o presidente Evo Morales foi reeleito hoje na Bolívia para um mandato de cinco anos, com 63% dos votos. Seu Movimento ao Socialismo lidera a apuração para a primeira Assembleia Plurinacional (130 deputados e 36 senadores) e pode conquistar a maioria de dois terços necessárias para mudar a Constituição.
Nos primeiros quatro anos, o governo Morales foi marcados por denúncias de abuso de poder e corrupção, mas melhorou a situação da maioria indígena boliviana. Morales nacionalizou os setores de gás e petróleo em 2006, mas a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) teve cinco presidentes, todos afastados por corrupção.
Com má gestão e escassez de investimentos, a produção de hidrocarbonetos caiu e as exportações de gás e petróleo diminuíram quase 50%.
A oposição rica e branca, de origem espanhola, se rebelou e passou a lutar por autonomia regional em cinco dos nove departamentos do país, justamente os mais ricos do Sul e do Leste. Mas não conseguiu articular uma candidatura à Presidência.
O principal candidato da oposição hoje foi o ex-governador de Cochabamba, Manfred Reyes Villa, afastado do cargo no ano passado por um referendo revogatório. Não tinha, portanto, apoio nem em seu próprio departamento. Pelas pesquisas de boca de urna, teve 23% dos votos.
Morales ganhou em seis dos nove departamentos em que se divide a Bolívia, mas cinco - Beni, Chuquissaca, Pando, Santa Cruz e Tarija - aprovaram sua autonomia regional em referendos, o que pode ser uma fonte de conflitos com o governo central.
Em maio de 2010, haverá eleições para governadores departamentais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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